Já
aqui exprimi (e também noutros blogues) as minhas ideias sobre o mercado de arrendamento. É por isso com naturalidade que eu declaro que estou preocupado com a aplicação da nova lei prevista e as suas consequências sociais. De qualquer maneira, é totalmente distinto alguém aplaudir a nova lei por acreditar que esta trará rendas mais baratas para os jovens que queiram arrendar casa (uma questão de grande importância), como faz o
Daniel Oliveira, de defender assanhada e militantemente o interesse dos senhorios, tornando-os uma nova "causa", como faz a
Fernanda Câncio (sendo subscrita nessa defesa assanhada e militante, pelos vistos, pelo
Ricardo Alves). Depois desta lei, que tão bem serve os interesses dos senhorios (que, desde que discuto este tema com a Fernanda, noto que são a principal preocupação dela) e da que se anuncia sobre a proibição total de fumar em espaços fechados, receio mesmo que a Fernanda, outrora vista como uma apoiante incondicional do governo de José Sócrates, se torne afinal numa apoiante... deste governo. Mas adiante. O que quero deixar claro é que quem acha que, para baixar as rendas para os jovens, é inevitável uma lei destas que defenda os senhorios, também deve achar que são inevitáveis o FMI e a troika. Quem acha que os interesses dos novos inquilinos são os mesmos interesses dos senhorios também só pode, na linha de Soares dos Santos e outros, achar que os interesses dos empresários são os interesses dos trabalhadores, e devem ser os patrões (e não os sindicatos) a falar por eles, como recentemente fez o grupo Jerónimo Martins. Voltarei a este assunto.
16 comentários :
Bom defende os senhorios que não têm bago para dispender uns 5000 eurros em indeminidades?
Quando um gajo emigrou pela 1ªvez aos 9 ou 9 anos e picos os pais alugaram a casa por 2.500$ algures em 76 (uma renda média já as havia em 4 e 5 contos em Lisboa (e a 60$ e a 600$) mas isto para rendas novas, quando foi expulso da U.S.A em 1989 com 20 e picos por estar ilegal
voltou para Lisboa onde tinha uma conta de banco com 7 ou 8 anos de rendas pagas
uns 300 e tal contos porque nessa altura a CGD ainda dava juros às contas à ordem
com esses 300 contos alugou um quarto numas águas furtadas ali no fundo da D.Carlos II (largo qualquer coisa ..que agora tem um buracão em construção) mas adiante cê é texano não lisboeta
a senhoria pagava 120$ de renda desde 1948 e alugava o quarto por 10 contos a quem gostasse de ar livre e proximidade com as carreiras para agronomia ou para são bento
passados 3 anos o moçoilo que falava só um patuá de merde ficou sem cobres e foi morar para a rua
sabendo da sua dificuldade (sabe-se lá como os inquilinos não pagaram as rendas em atraso mas comprometeram-se em passar a casa para o nome dele ..(papás bateram a bota em Maio de 85 e Fevereiro de 88)desde que assinasse uns papéis em como lhes devia uns maços de notas
moço assinou e passado uns meses a viver a crédito na pedreira dos húngaros (depois de 74 ano em que os ciganos mataram um cabo-verdiano e os cabo's incendiaram a maioria das barracas ciganas a pedreira ficou mais tolerante e por essa altura já era mais miraflores do que pedreira e os restos de barracas tinham uma rede a protegê-la
assim o moçoilo em 93 ou 94 recebeu um chorudo cheque de 500 contos pela casa
tendo-os gastado em heroína (que já não estava na moda...acho que se finou em espanha em 97..
senhorios fascistas destes houve e há milhares
as águas furtadas onde viveu no tal largo estão hoje plastificadas há uma empresa no 2ºandar e o resto do prédio está vazio e com janelas abertas
a casa que foi no papel dele em Moscavide tem agora 40 anos e 2 elevadores disfuncionais
vivem quase 80 pessoas no prédio
10 das 24 casas ainda estão com alugueres dos anos 70 com os aumentos do tempo de cavaco
a mais cara está a 85,60 e a mais baratucha nos 55 euros ao mês
o resto foi comprado aos proprietários ou foi a leilão por dívidas
as dívidas ao condomínio totalizam 23.000 euros
há uma filha da mãe(herdeira da 1ªinquilina) no 5ºfrente que não paga a renda desde que os donos se finaram em 2003 e deixaram a casa a herdeiros vários
as dívidas de condomínio do 5ºFt ascendem a 4.300 euros
um dos elevadores funciona 200 dias por mês porque há um mecânico de uma companhia de elevadores a morar no prédio
e traz peças usadas de prédios mais abonados
um colector deixa entrar merda no 2º direito
são 4.000 para repará-lo
há ratos no Rc/esq e nos sobre lojas
Isto é (era)Moscavide 2011
em 2012 deve melhorar exponencialmente
com sorte até cai..ou arrebenta como aquela torrezinha na marge sul
aí em Texarcana não há apartamentos de rendas controladas de 300 dólares ou coiso assis?
essa de preliminares com a lei...
pronto a cada um as suas taras
Filipe,
a tua abordagem desta questão parece-me sempre emocional e pouco racional.
Para começar, pareces mais interessado em tirar a quem tem do que em dar a quem não tem. E dicotomizas obsessivamente entre «senhorios» e «inquilinos», como se essa fosse uma dicotomia tão fácil como «direita» e «esquerda». Se eu destaquei o texto da FCâncio (que está recortado...), foi justamente porque ela diz que não se deve olhar para os inquilinos como a parte fraca, sempre. Eu diria até que a parte mais prejudicada com o actual sistema de arrendamento português são inquilinos, mas um sub-grupo particular: os novos inquilinos. Porque as rendas «novas» estão provavelmente inflacionadas. De tal modo que tornam mais barato o crédito bancário do que as rendas. E tu acabas, portanto, à força de quereres ser contra os «senhorios», a defender a posição que mais interessa aos bancos.
Agora podia partir daqui e dizer que tu no fundo defendes a tróica porque queres salvar os bancos, mas não o faço. Não vale a pena.
Mas choca-me que te saias com frases como «sou contra o lucro em qualquer atividade especulativa - incluindo o arrendamento» (caixa de comentários do texto da FC). É que pores o dinheiro no banco também é «especular» nesse sentido: é ganhares o dinheiro do juro sem trabalhares. Em coerência, deverias meter o dinheiro no colchão.
E quanto às rendas «novas»: agora já afirmas que se pode «aplaudir a nova lei por acreditar que esta trará rendas mais baratas para os jovens». Já é um passo no sentido certo. Daqui a uns posts se calhar já conseguirás reconhecer, como eu tentei que fizesses há tempos, que haver quem pague 50 e quem pague 500 por apartamentos igualzinhos no mesmo prédio é uma desigualdade iníqua.
1. a obrigação de subsidiar a habitação é do estado, não do senhorio.
2. um mercado de arrendamento atrofiado implica inflação das rendas disponíveis.
3. quando a lei não é igual para todos, acontecem essa coisa bizarra das partes a quem a desigualdade não beneficia concordarem na mudança para igual para todos.
esta lei, que tão bem serve os interesses dos senhorios
Não vejo em quê.
Eu, pelo contrário, acho que esta lei terá consequências aproximadamente nulas a curto e médio prazo. Nada mudará, nem a favor dos sehorios nem dos inquilinos.
Ricardo Alves,
as rendas «novas» estão provavelmente inflacionadas
Não percebo bem por quê.
A renda de uma casa deve, em princípio, ter a ver com o seu preço de venda. Porque há pessoas que compram casas para as arrendar. Ou então, arrendam-nas em vez de as evnderem e porem o dinheiro no banco a render.
Nessa medida, é natural que, sendo em Portugal os preços de venda muito altos, as rendas também o sejam.
Se não o fossem, os proprietários prefeririam vender as suas casas e pôr o dinheiro no banco a render.
Eu parece-me natural que a renda anual de uma casa seja da ordem dos 3% a 5% do seu valor de mercado, nas condições atuais, tendo em conta que o senhorio tem que pagar condomínio e IMI.
Luís Lavoura,
Precisamente: se os senhorios preferem vender a arrendar porque o arrendamento corresponde a determinados riscos acrescidos, então pode dar-se o caso da prestação associada à compra de uma casa ser baixo que a renda de uma casa igual no mercado. E isto é um sinal de que o risco percebido pelos senhorios é excessivamente alto, risco esse que prejudica aqueles que não pretendem comprar casa - os novos inquilinos.
Dorean: concordo com tudo. Esses são pontos importantes a que o Filipe deveria responder.
Luís Lavoura,
admito que haja dúvidas a esse respeito, mas tem que ter em conta que o mercado do arrendamento está muito distorcido.
O meu raciocínio é o seguinte:
1) É raro as casas «irem ao mercado» de arrendamento, em parte porque a maioria dos contratos existentes são perpétuos ou até consuetudinários, e em parte porque, quando devolutas, os senhorios dificilmente arriscam;
2) O facto de o mercado (real) de arrendamento ser pequeno implica que há pouca concorrência, e que os senhorios tendem a exorbitar os preços de arrendamento para prevenir riscos.
3) Se, pelo contrário, os arrendamentos fossem mais facilmente terminados, haveria maior oferta no mercado - o que geralmente leva a uma baixa do preço.
Parece-me portanto que um regime de arrendamento mais flexível do que o actual (e que resolvesse as «rendas antigas» irrisórias) implicaria que a prazo as «rendas novas» baixassem. O regime actual levou a que uma geração inteira preferisse pagar a casa, com juros, à banca.
João Vasco,
pode dar-se o caso de a prestação associada à compra de uma casa ser mais baixa do que a renda de uma casa igual no mercado
Claro que pode, e esse caso até me parece deveras normal.
Suponha um indivíduo que decide tornar-se empresário do arrendamento (isto pode parecer-lhe estranho, mas tenho um conhecido meu, canadiano e nada rico, que fez isto mesmo no seu país). Pede um empréstimo ao banco com o qual compra meia-dúzia de apartamentos. Arrenda-os. Com o produto das rendas paga os juros do empréstimo.
Evidentemente, o valor das rendas terá que ser superior ao juro do empréstimo. De facto, terá que ser superior ao juro com mais o imposto sobre a propriedade (IMI), e ainda terá que pagar o trabalho e as despesas que o indivíduo terá na manutenção dos apartamentos.
Parece-me pois perfeitamente normal e expetável que uma renda seja superior ao juro de um empréstimo.
O Luís Lavoura esquece que a prestação não corresponde apenas ao juro, mas também à amortização.
Neste momento as rendas são mais elevadas que a prestação. É natural que sejam mais elevadas que o juro, mas não que a prestação.
Olá dorean,
já me tinha apercebido, com a minha perspicácia de engenheiro físico, que esta história do aumento das rendas é uma conspiração maçónica – as Grandes Lojas devem ser proprietárias de muitos imóveis. Ignorava completamente é que tu fosses um desses gajos. Mas enfim.
Respondendo à tua questão: sim, penso que os senhorios têm obrigações sociais (tal como têm os grandes empresários como o Soares dos Santos ou o Amorim). Faz parte de serem proprietários de imóveis de que não precisam, e que estão melhores se forem ocupados por pessoas que deles precisam e não os possuem. Uma dessas obrigações sociais é proporcionarem uma renda justa, que cubra o IMI (que deve ser alto), a conservação da propriedade e pouco mais. Eu é que não tenho obrigação de ajudar os senhorios a terem lucros. Seja como inquilino, seja como contribuinte a, com os meus impostos, ajudar a subsidiar rendas de quem não pode pagar. Era o que faltava.
Ricardo, quando era miúdo, nos tempos da saudosa banca nacionalizada, ensinaram-me que a razão por que se tem o dinheiro no banco é justamente por ser mais seguro que tê-lo em casa. Foi para isso que os bancos foram criados – para protegerem o dinheiro das pessoas. E justamente para emprestarem dinheiro às pessoas que precisam, sem serem agiotas. Não foi para especularem em aplicações tóxicas. Portanto, a mim um depósito a prazo basta-me. Espero que o meu gestor de conta, que volta e meia me chateia com mais aplicações “rentáveis”, certamente à espera de algum prémio por cativar clientes para elas, leia isto e me deixe em paz. A banca que eu preconizo poderia perfeitamente ser nacionalizada. Ah, saudoso Vasco...
Filipe,
a confusão que para aí vai. presumo, por uma questão de coerência, que também não queiras subsidiar os lucros das construtoras que edificam a habitação social à custa do contribuinte.
p.s.: não tenho inquilinos, sou inquilino.
Ricardo Alves disse...
O meu raciocínio é o seguinte:
1) a maioria dos contratos existentes são perpétuos e em parte porque, quando devolutas,após 40 ou 50 anos de ocupação recuperá-las de novo para senhorios de 80 anos ou para os seus filhos de 50 ou 60 é impraticável
um dos grandes senhorios da grande Lisboa ex-pato bravo (construtor civil anos 70) tem 250 fogos e um rendimento de 30.000 mensais (as despesas desses 250 fogos que ele não paga orçam pelos 600 mil euros de dívida....obviamente prefere pagar a advogados...reparar alguns dos fogos que vendeu na costa do castelo ultrapassaram os 40 mil euros/por fogo...
2) O facto de o mercado (real) de arrendamento ser pequeno implica que há pouca concorrência, e que os senhorios tendem a (aproveitar-se da falta de escolha
com as imobiliárias a porem centos de casas (que não se vendem)a arrendar aqui no burgo
as rendas mais baratas cairam dos 350 para os 280 euros por um T2 ou T3 mais velhote
200 euros nos bairros onde os caixotes e os pópós são propensos a combustão espontânyah
Filipe Moura disse...
Olá dorean,
já me tinha apercebido, com a minha perspicácia de engenheiro físico, que esta história do aumento das rendas é uma conspiração maçónica – as Grandes Lojas devem ser proprietárias de muitos imóveis....só são proprietários daqueles que ardem
e de terrenos vazios onde surgem auto-estradas faculdades das ciências da educação urbanizações no lumiar em antigas quintas
e piscinas municipais em escolas primárias pré-fabricadas que pegaram fogo e tiveram de ser vendidas para re con's truir algures
geralmente os inquilinos dos maçons são o estado
maçon para alugar só confia nos hermanos
e mesmo assis às vezes nem isso
é ver o estranho caso da diglivro e do bom moçon maçon...
ou dos terrenos do colégio moderno vendidos para ampliação da cidade unibersitária...
ou...nã bale a pena...
maçon não incendiava a câmara municipal para ganhar um contrato de re con's trução de 1 milhão
isso é quera teoria da con's piração...
edifícios lisboetas são à prova de fogo...só ardem de 20 em 20 anos
e geralmente às 3 ou 4 da noite
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