terça-feira, 10 de janeiro de 2012

20h semanais?

«Cortem a semana de trabalho para um máximo de 20h», urgem economistas de topo. É este o título de uma notícia do Guardian que li recentemente.

A notícia é interessante, se bem que parca em dados e estudos que justifiquem uma afirmação tão ousada.

Posto isto, creio que a sugestão, além de ousada, é exagerada. Uma mudança tão acentuada no número máximo de horas de trabalho iria ter consequência muito perversas. Ou o rendimento por hora se manteria, e a generalidade dos trabalhadores seria forçada a encontrar sustento em cerca de metade dos seus rendimentos actuais (o que em muitos casos é virtualmente impossível, e noutros muito prejudicial); ou o rendimento por hora quase duplicaria, o que acarretaria deslocalizações e desemprego. E a passagem tão abrupta de um ponto de equilíbrio para o outro teria custos significativos.

Mas a sugestão vai sem dúvida no sentido correcto. Se o rendimento por hora for mantido, e o número máximo de horas semanais reduzido, o impacto na competitividade das empresas será negligenciável (a estas interessa fundamentalmente o custo por hora de trabalho, que será mantido). Isso diminui o rendimento dos trabalhadores que estão empregados, mas em compensação aumenta o seu tempo de lazer e, mais importante, aumenta rendimento daqueles que estão desempregados e passam a trabalhar. Adicionalmente, o estado diminui as suas despesas com subsídios de desemprego. Tem um lado positivo para os trabalhadores já empregados, que ganham mais tempo para a família, para os amigos, ou para si; tem benefícios incontornáveis para os desempregados que deixem de o ser, não só ao nível do rendimento mensal, mas ao nível psicológico e emocional; e tem benefícios para as contas públicas.
Os efeitos da crise não são sentidos de forma tão assimétrica, mas sim verdadeiramente distribuídos pelos diferentes elementos da sociedade: até uma diminuição de 5% do PIB, absolutamente devastadora nas actuais circunstâncias, seria comportável se o seu embate na sociedade fosse sofrido de forma homogénea. E se entrarmos em linha de conta com as questões da criminalidade, da confiança mútua, ganhamos razões acrescidas para concluir que a diminuição - moderada e gradual - do número de horas semanais vai no sentido correcto.

Por outro lado, se existir uma diminuição moderada do número de horas de trabalho, mantendo o rendimento mensal (o que resulta num ligeiro aumento do rendimento por hora), isso ainda teria um impacto positivo no desemprego (visto que a alteração dos salários tem um impacto muito reduzido na competitividade, mais reduzido ainda na actual conjuntura). Essa situação seria favorável aos trabalhadores empregados, que veriam um aumento no seu tempo de lazer sem qualquer contrapartida ao nível do rendimento; seria extremamente favorável aos desempregados que deixassem de o ser; e também traria benefícios para as contas públicas.

É um erro tremendo que por cá se tenha optado por fazer precisamente o oposto.

49 comentários :

Miguel Carvalho disse...

Ao dizeres que a diminuição de horas tem um lado positivo para os já empregados, estás a assumir que as pessoas gostavam de trabalhar&ganhar menos.. o que não me parece obrigatoriamente verdade. O que não falta por aí é gente com mais de um emprego.

Quanto ao resto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Lump_of_labour_fallacy

Ou dando um exemplo muito mecânico mas simples: se reduzes o tempo de tempo de trabalho em 20%, reduzes também os rendimentos e a procura em 20%. Logo não há necessidade de contratar mais gente.


Quanto à disparatada proposta do governo, aquilo é uma maneira simples de reduzir o salário por hora causando menos alarido do que obrigar (por decreto) os salários a serem reduzidos ou do que fazer o truque da TSU (que implicava subidas no IVA).

Miguel Carvalho disse...

Atenção, eu também gostaria de ter uma sociedade com um horário de trabalho menor, e também defendo que deveria haver uma redução temporário neste momento. Só discordei de alguns argumentos que usaste :)

João Vasco disse...

Miguel,

Eu pretendi distinguir entre «tem um lado positivo» e «benefícios incontornáveis» ou «seria favorável» mencionando também «sem contrapartida». Por outro lado, falei em «embate» sofrido de forma homogénea. Tudo isto tem implícito que para a generalidade dos trabalhadores não é bom reduzir o tempo de trabalho se o rendimento horário for mantido.
A razão desta assunção de base - que é frágil - é o facto de em teoria poder-se escolher ter menos horário e rendimento, mas ninguém fazer tal escolha. Isto não implica que isso seja mau, mas parece-me que mais facilmente podemos afirmar isso que o oposto.

Aquilo que escrevo é que aquilo que o desempregado ganha por trabalhar é muito mais do que aquilo que o trabalhador perde por ver o seu rendimento ligeiramente diminuído - daí falar em «embate» homogéneo. Ao que acresce o segundo ainda ter a consolação do aumento do seu tempo de lazer, e o estado ver as suas finanças numa situação mais favorável.


Por fim, a procura não diminui, porque existe uma diminuição do desemprego. E o estado tem mais dinheiro disponível para gastar naquilo que tiver um maior multiplicador, o que terá um impacto ainda mais favorável na procura (pode diminuir as importações, por exemplo).

Miguel Carvalho disse...

João,
as empresas contratariam os desempregados (mantendo o raciocínio mecânico) quando sentissem aumento na procura. Mas para sentirem o aumento na procura os empregados já teriam que estar empregados, a ganhar e a consumir. Uma inversão cronológica.

Maquiavel disse...

Miguel Carvalho, isto tem mais a ver com os encargos dos Estados (os que ainda cuidam dos seus cidadäos, claro está) que com o total macroeconómico da procura.

Explico, que isto é um dos meus cavalhos de batalha:
1 - diminui o desemprego, logo aumenta a "felicidade pessoal". Estar desempregado é dos piores sentimentos que se pode ter. Quem näo acredita que fique desempregado e logo percebe. Diminui o desemprego, aumentam os impostos cobrados e diminuem as comparticipaçöes sociais;

2 - há uma transferência da procura para quem passou a ter mais rendimentos, em detrimento da presumível retracçäo da procura por parte de quem passou a trabalhar menos MAS:

2a - häo bens que se compram sempre (como comida)

2b - häo bens em que a procura "explode" quando a base de clientes se expande: electrodomésticos, por exemplo, um gajo näo compra 4 frigoríficos por ter rendimento disponível, mas 4 empregados compram cada 1 um frigorífico com o novo rendimento

3 - Há muita procura artificial motivada pela sociedade ultra-consumista, em que se acumula TRALHA que fica a ganhar pó, já que näo há tempo para a desfrutar

4 - mais tempo livre significa que as pessoas têm mais tempo para usufruir da tralha que já comprou, e quiçá fazer coisas como turismo

Estudos curiosos acerca da "felicidade pessoal" em países da OCDE concluiram que desde 1970 (!!!) ela näo aumentou, embora o PIB tenha subido (exponencialmente). Postulou-se que o máximo de felicidade pessoal obtem-se com um rendimento pessoal médio de, pasme-se, apenas 20.000€/ano. Acho pouco, mas lá que sejam uns "meros" 30.000€. A conclusäo foi de que se toda a populaçäo tivesse o rendimento per capita da OCDE em 2007 viveria bem mais feliz, e a nível macroeconómico haveria um aumento considerável da procura. Isto com uma diminuiçäo algo drástica do horário de trabalho.

Pensamento lateral e heterodoxia económica. Factos contra-intuitivos. Ou näo fosse a Economia uma ciência SOCIAL (i.e. muito inexacta)!

Posso explicar mais detalhadamente. AH, quando falei nisto chamaram-me de "comuna". Enfim... de neoliberais mais näo se pode esperar, né?

João Vasco disse...

Miguel,

As empresas contratariam os desempregados com procura constante por uma razão mais simples.

A procura actual implicaria a contratação X horas de trabalho semanais.

X horas semanais a dividir por w horas por semana corresponde a um número de empregados inferior às mesmas X horas semanais a dividir por w-y.

Quanto à procura, não seria afectada, visto que as empresas pagariam precisamente o mesmo em salários.

Quanto aos subsídios de desemprego que deixariam de ser pagos pelo estado, este dinheiro poderia ser injectado na economia de formas ainda mais eficazes para estimular a procura.

Miguel Carvalho disse...

João,

repito: as empresas só contratariam depois de verem um aumento na procura. Esse aumento na procura só viria depois de haver pessoas contratadas.
Estás a saltar dois eventos que têm de ser sucessivos.

Dizendo de outra maneira.

Imagina que as 40h se mantêm mas morre metade da população. Há assim metade das horas trabalhadas, tal como no caso da redução do horário de trabalho a metade. Porque é que isto levaria a uma diminuição do desemprego?

Anónimo disse...

Diminuição do número de horas de trabalho mantendo o rendimento? A nível global isto só é possível com avanços tecnológicos ou, em geral, através do aumento da eficiência do trabalho. Portanto, está no domínio do insondável. A nível local já é possível através de uma troca com exterior: trabalhamos menos e mantemos o mesmo usufruto à custa do exterior que vai trabalhar mais e sem ver o seu usufruto a aumentar de forma proporcional. Aliás, se não me engano é isto que acontece hoje em dia com a deslocalização das fábricas da humanidade do ocidente para os países com mão-de-obra barata e horários de trabalho pesados.

João Vasco disse...

Miguel,

Não é verdade que as empresas só contratem depois de um aumento da procura.

Deixa-me ser muito concreto, para perceberes onde quero chegar.

Imagina um supermercado, e a procura é tal que a gestão pretende ter 560 horas de trabalho semanais na caixa. Eles têm capacidade para 20 caixas a operar por semana, mas neste momento, com menos procura, 560 horas são suficientes.

Hipótese A: passa-se de 40s para 35h semanais, mantendo o rendimento por hora.
Como o custo por hora se mantém e a procura também se mantém, a gestão mantém a decisão de comprar 560h.
O supermercado antes precisava de contratar 14 pessoas para perfazer as 560 horas, e agora precisa de contratar 16.

Hipótese B: passa-se de 40s para 35h semanais, mantendo o rendimento por mês.
Como o custo por hora sobe, e a procura se mantém, a gestão vai comprar menos horas. Mas como o impacto do custo na competitividade é pequeno, a redução não é muito acentuada. Suponhamos que são compradas 530h. Neste caso, enquanto antes o supermercado contratava 14 pessoas, agora contratará 15.

Em ambos os casos, em procura constante, existe contratação de mão de obra.


Quanto à tua pergunta final, se metade da população morresse repentinamente, o desemprego diminuiria de forma significativa, como aliás tende a acontecer depois das guerras em que existe elevada mortalidade (ou no caso da peste negra, em que ocorreu uma enorme escassez de mão de obra).
Mas essa seria uma situação muito diferente da do exemplo, pois aí terias uma diminuição da procura interna, em vez de uma mera ausência de aumento.

João Vasco disse...

«Diminuição do número de horas de trabalho mantendo o rendimento? A nível global isto só é possível com avanços tecnológicos ou, em geral, através do aumento da eficiência do trabalho. »

Pois, mas isso tem acontecido:

http://3.bp.blogspot.com/-bEx8fTzLJZQ/Tupcd04tE3I/AAAAAAAAAZc/a_va2qBCHl0/s1600/produtividade.png

Miguel Carvalho disse...

João,
pois... "a procura constante". E de onde vem a procura se reduzes o rendimento?

João Vasco disse...

Miguel,

Quando é que reduzes o rendimento?

Na hipótese A o rendimento total dos trabalhadores é mantido. Na hipótese B é aumentado.

Miguel Carvalho disse...

Estou a falar da hipótese A (a B levaria à falência uma data de empresas automaticamente).

Se os empregados trabalham menos, ganham menos, a procura cai.

Maquiavel disse...

Numa primeira fase, é claro que apenas se mantém o rendimento por hora, e depois logo se vê.

O importante é ver a distinçäo entre um casal em que um está empregado 8 horas e o outro está em casa desempregado. Trabalhando os dois só 4 horas, têm mais tempo para estar juntos e ser... uma família. Todos ganham.

Embora me pareça que neste momento cortar o horário de trabalho em 50%, das 8 horas para 4 é muito. Vá lá que sejam 6. E daí... nos países desenvolvidos passou-se em 100 anos de 16 horas para 8... mas vamos com calma e façamos calmamente as 6 para testar o novo sistema (que, por acaso, tem funcionado naquele país das 35 horas semanais, la France).

João Vasco disse...

Se estás a falar da hipótese A, estás enganado.

Ora vejamos. A mudança do número de horas ocorreria no dia 1 de Janeiro de 2013. Antes do dia 1 de Janeiro, a gestão estima a procura, e sabe que a procura será constante porque o número de horas trabalhadas não muda em função desta alteração. Se a procura é constante, eles começam desde já a contratar os dois trabalhadores, para começarem a trabalhar no dia 2 de Janeiro. Efectivamente, as suas previsões verificam-se, porque o número de horas trabalhadas é igual.

Na pior das hipóteses as previsões ficam aquém da realidade, por causa do efeito abordado pelo Maquiavel - o multiplicador associado ao desempregado que passa a trabalhar ser superior ao «extra» perdido pelo trabalhador que já trabalhava.


Agora imagina que uma empresa não pensou desta forma. Acredita, por alguma razão misteriosa, que a procura vai diminuir. Manteria os 14 trabalhadores, e como no resto do país as empresas não fizeram o mesmo - a começar pelas que têm encomendas ao exterior fixas - vai simplesmente perder negócio, e perceber que tem rapidamente de contratar alguém para maximizar os seus lucros.


Em relação à hipótese B também é enganador esse comentário.
Esse comentário dá a entender que a hipótese B teria um efeito negativo sobre o emprego.
Mas não é o caso: algumas empresas iriam à falência, como aliás aconteceria se não existisse salário mínimo e passasse a haver, por muito baixo que fosse.

Mas o efeito sobre o emprego seria mais positivo que negativo. Na verdade, para pequenos desvios, por cada desempregado em resultado da hora de trabalho ser mais cara, haveriam vários novos empregados em resultado do efeito descrito em A - http://economico.sapo.pt/noticias/salarios-e-competitividade_83408.html . Isto sem sequer entrar em linha de conta com o aumento da procura resultante do rendimento total dos trabalhadores aumentar.

E ainda bem que dei esta resposta, porque me fez reparar que o link que era suposto ser para esta notícia estava errado.
Vou alterar isso.

Miguel Carvalho disse...

Desisto.
Estou "enganado".

João Vasco disse...

Parece-me que sim (sem aspas), e expliquei porquê.

João Vasco disse...

A mensagem das 2:24:00 PM é dirigida ao ttdsxo.

Anónimo disse...

Esse aumento de produtividade é local, portanto tem incorporado o efeito de troca: para mim não é óbvio que esse aumento de produtividade imputado à população Americana não dependa da transferência do trabalho para o exterior.

Usando um exemplo simples: suponha-se que trabalho 1 hora / dia com uma produtividade equivalente a X computadores / dia (ou seja, que consigo trocar 1 dia de trabalho por X computadores). Vamos também supor que eu sou consultor na área de Marketing, para tornar isto mais ridículo.

Suponha-se que, usando as tecnologias mais modernas, cada trabalhador faz em média 1/30 computadores por hora.

Suponha-se que no meu país cada trabalhador tem o horário de trabalho 1 hora / dia. Portanto, se o computador for produzido no meu país, eu estou à espera (por justiça; ou por pressão social) de conseguir comprar o equivalente a 1 computador com o meu rendimento mensal. Cenário 1: X = 1/30 por hora é a produtividade do meu trabalho medido em computadores.

Agora suponhamos que os computadores são fabricados noutro país, também com as tecnologias mais modernas (cada trabalhador faz 1/30 computadores por hora) mas com horários de trabalho de 3 horas / dia. Como os computadores são depois vendidos no meu país ao equivalente mensal de 3 computadores (média mensal de computadores produzidos por trabalhador), a produtividade do meu trabalho neste cenário passa a ser equivalente a X = 1/10 computadores por hora.

Consegui triplicar a minha produtividade transferindo o trabalho para o exterior.

João Vasco disse...

Através deste relatório é possível verificar que a produtividade aumentou de 1960 a 2000 de forma muito significativa:

http://www.unido.org/fileadmin/import/87571_productivity_and_aggregate_growth.pdf

A tabela 2 mostra as alterações tendo como base os EUA (que mais do que duplicou a sua produtividade nesse período). Com a excepção de 4 países, todas as descidas relativas são inferiores a 20%, e há 15 subidas relativas que excedem esse valor. No geral é claro que a produtividade em todo o mundo teve uma variação da ordem da variação nos EUA (parece-me que superior, até).

Anónimo disse...

Tanto quanto percebi da breve leitura que fiz os dados são relativos a rendimento por trabalhador, não são relativos ao rendimento por unidade de tempo de trabalho por trabalhador.

No entanto, eu não tinha disputado o aumento da produtividade a nível global. Entre 1960 e 2000 muita tecnologia foi criada, sobretudo tecnologia que permitiu difundir mais facilmente conhecimento e mais tecnologia.

Eu tinha disputado a possibilidade de aumentar a produtividade diminuindo o horário de trabalho por decreto!

João Vasco disse...

ttdsxo:

Se a produtividade por hora variar com o número de horas trabalhadas existem mais razões para acreditar que aumenta se este número diminuir (menos fatiga, mais motivação) do que o contrário, embora me pareça que isso tem um impacto negligenciável se a variação do número de horas for pequena.

Quanto à produtividade por trabalhador, claro que ela diminui se ele trabalhar menos horas. Se assim não fosse nem os patrões queriam comprar tantas horas à mesma pessoa.
Mas essa diminuição da produtividade não corresponde uma diminuição na produção, pois existe mais emprego. E só corresponde a uma diminuição (reduzida) na competitividade se o rendimento mensal não diminuir na mesma proporção.

Anónimo disse...

Acho que não percebeu. Ao comparar o rendimento por trabalhador no ano 1960 com o rendimento por trabalhador no ano 2000 está-se a omitir o horário de trabalho. Ou seja, a base temporal do trabalho do ano 1960 pode não ser a mesma da do ano 2000.

Exemplo: suponha que em média cada trabalhador em 1960 trabalhava 1 hora por dia e em 2000 trabalhava 2 horas por dia, (o resto constante). Imagine que o rendimento por trabalhador duplicou. Conclusão: a produtividade manteve-se.

Eu sou capaz de admitir que o horário de trabalho de cada país entre 1960 e 2000 não se terá alterado tanto ao ponto de mudar significativamente a conclusão de que a produtividade global aumentou. Isto nunca teve em questão.

O meu comentário inicial punha em questão esta passagem:

"Por outro lado, se existir uma diminuição moderada do número de horas de trabalho, mantendo o rendimento mensal (o que resulta num ligeiro aumento do rendimento por hora)".

Parece-me pouco plausível que a redução do horário de trabalho mantenha o mesmo rendimento mensal. Quanto ao que refere neste último comentário, concordo que, dependendo da magnitude, a própria redução do horário trabalho poderá fazer-se sentir em perda de produtividade.

João Vasco disse...

ttdsxo:

A tabela 2 já se refere à produtividade, portanto já teria de ter em linha de conta a variação do número de horas trabalhadas. Na verdade este número aumentou, até devido à entrada da mulher no mercado de trabalho, mas quando se fala no aumento de produtividade não se está apenas a falar do aumento de produção que foi muito superior.

Sobre o rendimento, creio que existiu um mal entendido. É claro que se o número de horas diminui a produção não se mantém. Com a palavra rendimento referia-me à remuneração. Se a remuneração for constante, mas as horas trabalhadas diminuírem, haverá uma diminuição de competitividade, era a isso que me referia.

Anónimo disse...

A tabela 2 é simplesmente a diferença entre 1960 e 2000 dos dados da tabela 1 (pode confirmar fazendo a diferença com meia dúzia de países). Deste modo, eles não incluem uma eventual mudança na base temporal.

Acho que eles usam produtividade como sinónimo de rendimento por trabalhador.

Eu tenho usado rendimento como sinónimo de remuneração real, isto é, o que é possível comprar com o trabalho. A remuneração real está ligado à produção real, uma vez que a remuneração nominal está ligada à produção nominal como se pode ver neste artigo da wikipedia, nomeadamente, na forma de calcular o PIB através dos rendimentos (salários, lucros, etc.).

A redução do horário de trabalho tem de levar globalmente, pelo menos na vizinhança temporal dessa alteração, a uma diminuição na remuneração real por diminuição da produção (admitindo que a produtividade não aumenta).

Maquiavel disse...

ttdsxo: dizes "Eu tinha disputado a possibilidade de aumentar a produtividade diminuindo o horário de trabalho por decreto!"

Compreendo, mas felizmente há um bom exemplo histórico: no Reino Unido, por causa do 1.o choque petrolífero, implementou-se *por decreto* a semana laboral dos 3 dias (para poupar energia) durante uns largos meses, e a produçäo industrial total näo foi afectada. E nessa altura havia bem mais necessidade de mäo-de-obra que agora...

... e a França que implementou as 35 horas por decreto também näo foi afectada em termos de produçäo. A produtividade é que disparou. Lá está, quando se está cansado a produtividade cai rapidamente.

Jagganatha disse...

20 horas por semana a carregar e descarregar contentores dá 10 contentores por semana a 200 euros de frete por contentor

a não ser que faça 20 em percursos curtos para armazéns a menos de 5 quilómetros)

com 50% pró gasoil e 30% prá carga descarga

ficam 40 euros pró patrão e pro condutor e ajudante

ora mesmo que o patrão seja o condutor e nã precise de ajudante

40 x 10 x 4 semanas dá só 1600 euritos ó mês

com 80 horas semanais já dá 6000
já dá pra pagari a 3 ou mais

ou então em vez de carregarem farinha e batatas

só levam contentores com barras de ouro e bacalhau

e fazem só fretes de 1000 eurros por contentor

tamém posso fazer em latas de seven-up ou repositor de latas de atum a 20 horas por semana

ou padeiro a 20 horas por semana
a 300 carcaças por hora
6000 carcaças a 2 cêntimos por carcaça

120 euros por semana nã é mau....

dá pra pagar o passe pra Lisboa

a apanhar laranja a 50 quilos por hora dá 1tonelada 200(para sumo) a 500 euros (melhor calibre) que vale a laranja

ora 50% do preço para o apanhador

30% para o transporte para o mercado

desde que não se use fertilizantes nem se façam podas ou se metam insecticidas ou cycocel ou giberelinas várias pó hormonal crescimento frutal

o patronato tem 20% de lucro desde que não regue o laranjal e chova à fartazana...

Jagganatha disse...

tamém posso pôr 20 horas a apanhar lixo por semana

ou 20 horas a correr atrás de tttsxoxotas ladrões

que tem tecnologia para fazer carcaças a martelo

apanhar castanha com varejadora mecânica

trabalhar em processos de fluxo contínuo apenas 3 horas por dia
e 21 horas por semana

ou seja necessidade de 8 turnos de 3 horas diárias

ao invés de 3 turnos de 8 horas cada (mais turnos de 8 horas extraordinárias a 150% no fim de semana)

ou um forno de vidro com turnos de 3 horas por dia

e deixa-se vitrificar o forno no domingo

pois soluções tttdxoxotas jã basquistas

(a canalha fica toda parva quando faz trinta ou é quando fica careca?)

funcionários púbicos é só quando fazem 45 (tá provado por um estudo da alcagóita todotolodanadoxôoutrosi
outrosi o terramoto
que ás vezes causa perigo
a quem não enxerga u umbico
(é umbigo no quinhentolas vicentão

que ttdxôxô que faça 20 horas de bicos por septimana é o único destes travalhadores que ganha algua coisa

quiçá herpes..simplex var II
ou candidíase
cancro mole
shyphilis terciária já tem na moleirinha...

Jagganatha disse...

João Vasco fala com o seu espelho mental....
pronto o espelho além de estar mais partidinho...escreve como o Jorge Sampaio fala...
se calhar é da famelga....

ttdsxo:Se a produtividade por hora variar com o número de horas trabalhadas(isto é que é português de Almeida Santos) existem mais razões...pois
Continue >>
ttdsxo wrote...
Tanto quanto percebi da breve leitura que fiz os dados são relativos a rendimento por trabalhador,...
Continue >>
João Vasco wrote...
Através dest

Anónimo disse...

O sumário da minha posição é este:

Eu reconheço que faz sentido admitir que a função produtividade instantânea decresce com o tempo e que portanto diminuir o horário de trabalho permite obter uma produtividade maior. O problema é conciliar isto com o outro ingrediente referido no texto do post: manter o rendimento mensal. Não é possível manter o rendimento mensal porque a produção diminui apesar de ter aumentado a produtividade com o corte no horário de trabalho.

Para ver que a produção diminui basta admitir (e considero isto muito plausível) que a produtividade instantânea é independente da duração do horário de trabalho (motivação: eu no início da minha 3ª hora de trabalho vou produzir instantaneamente o mesmo independentemente do meu trabalho diário terminar daí por 2 ou daí por 5 horas).

Mais formalmente temos então que a função produtividade instantânea do trabalhador médio, f(t) >0, é independente do horário de trabalho, entrando o horário do trabalho apenas na restrição do domínio da função a [0,T_i], onde 'T_i' é a duração do horário de trabalho 'i'.

Portanto, a variação da produção do trabalhador médio em cada dia de trabalho por variação da duração do horário de trabalho é

d/dT Integral^T_0 f(t) dt = f(T) > 0.

Quanto à produtividade temos que

d/dT [ (1/T) Integral^T_0 f(t) dt ] = 1/T f'(T) - 1/T^2 Integral^T_0 f(t) < 0,

uma vez que f'(t) < 0.

Conclusão: corte horário aumenta a produtividade mas diminui a produção, logo, tem de diminuir o rendimento mensal.

Anónimo disse...

Está uma gralha no passo intermédio da última expressão. Onde está
onde está 1/T f'(T) devia estar 1/T f(T).

João Vasco disse...

ttdxso:

É trivial que se a remuneração se mantém e o número de horas diminui o patrão fica prejudicado. Se assim não fosse - se a produção não diminuísse - o patrão nem sequer pagaria tantas horas, e não há vantagem ter um trabalhador na empresa caso se saiba que a sua produção está a ser nula.

Este prejuízo para o patrão constitui uma diminuição da competitividade e vai levar a um aumento do desemprego.

Mas a diminuição do número de horas máximo por si (ou assumindo remuneração por hora constante) leva a uma diminuição do desemprego.

Se existir uma diminuição do número de horas, e a remuneração mensal é mantida, vão ocorrer dois efeitos:

a) diminuição do desemprego (porque as horas semanais contratadas serão divididas por um número menor, o que implica contratações)

b) aumento do desemprego (porque a competitividade diminui).

E qual é o balanço entre estes dois efeitos? Se a diminuição do número de horas for moderada, o balanço vai no sentido de diminuir o desemprego. Isto porque, como escrevo no texto original «a alteração dos salários tem um impacto muito reduzido na competitividade, mais reduzido ainda na actual conjuntura», com os respectivos links a desenvolver.

João Vasco disse...

Até repito o exemplo que dei ao Miguel, que ilustra o que escrevi:

«Imagina um supermercado, e a procura é tal que a gestão pretende ter 560 horas de trabalho semanais na caixa. Eles têm capacidade para 20 caixas a operar por semana, mas neste momento, com menos procura, 560 horas são suficientes.

Hipótese A: passa-se de 40s para 35h semanais, mantendo [a remuneração] por hora.
Como o custo por hora se mantém e a procura também se mantém, a gestão mantém a decisão de comprar 560h.
O supermercado antes precisava de contratar 14 pessoas para perfazer as 560 horas, e agora precisa de contratar 16.

Hipótese B: passa-se de 40s para 35h semanais, mantendo [a remuneração] por mês.
Como o custo por hora sobe, e a procura se mantém, a gestão vai comprar menos horas. Mas como o impacto do custo na competitividade é pequeno, a redução não é muito acentuada. Suponhamos que são compradas 530h. Neste caso, enquanto antes o supermercado contratava 14 pessoas, agora contratará 15.»

Anónimo disse...

Duvido que na hipótese B o rendimento real dos trabalhadores aumentasse. Podia aumentar em termos nominais, mas como o output da produção é menor (530h vs 560h), é óbvio que a riqueza gerada diminui, logo, o rendimento real terá de diminuir. Ou seja, a implementação da hipótese B a nível global leva à diminuição do rendimento real.

Anónimo disse...

Já agora, 15*35 = 525 != 530.

João Vasco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Vasco disse...

Sim, 530/35=15,14.
Donde o empregador contrataria 15 pessoas. No total ficariam portanto 525 horas.
525 sejam :)

João Vasco disse...

ttdsxo:
[comentário que já tinha publicado, com correcções]

Na hipótese do exemplo a produção diminui: em 525 horas produz-se menos que em 560 horas, não há dúvidas.
Isso não impede que a remuneração total aumente. Nesse caso o número de horas é mais pequeno precisamente porque a remuneração aumenta (a linha da produção marginal cruza a linha do custo mais cedo). Se a remuneração total aumenta, mas a produção total diminui, a competitividade diminui. Mas isso nunca foi escamoteado, apenas se afirmou que essa diminuição é pouco significativa.

Por outro lado, temos o aumento de procura gerado por este aumento de remuneração total, mas eu nem estava a entrar com ele em linha de conta.

Na verdade os países ricos já viveram uma alteração do tipo B. Quando surgiram leis que obrigavam as empresas a respeitar as férias e os fins de semana, o rendimento mensal não diminuiu de forma proporcional. Mas isso, podendo prejudicar a produção, não prejudicou a economia e beneficiou o emprego.

Existirá um ponto a partir do qual alterações do tipo B são prejudiciais - eu começo o texto inicial por escrever que a proposta das 20h é perniciosa porque exagerada. Mas por um lado esse ponto é definido mais em termos relativos (os países à volta) do que absolutos - daí eu insistir que a mudança deve ser pequena. Por outro lado, o equilíbrio actual já foi definido há vários anos, quando a produtividade era menor. Perante esta crise e o problema gravíssimo de desemprego, sendo para mim claro que temos mais um problema de emprego do que de produção, sacrificar um pouco a produção para aumentar o emprego parece uma boa escolha.

Tanto a hipótese A que aumenta o emprego sem sacrificar a produção, como a hipótese B, que aumenta o emprego diminuindo um pouco a produção me parecem boas hipóteses.

A hipótese A encontra alguma dificuldade de implementação porque os principais interessados (os desempregados que deixem de o ser) não fazem parte de um possível acordo entre a entidade patronal e os trabalhadores para implementar esse sistema. Os desempregados não estão sindicalizados...

Miguel Carvalho disse...

Última tentativa:

http://c5.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/Bc7079e02/9871299_oDkON.png

Desemprego e horas trabalhadas na UE em 2010 (exclui a Holanda porque o número devia estar errado), fonte Eurostat

Vês alguma relação crescente?

João Vasco disse...

Miguel,

A relação crescente é discreta, mas não é essa que importa comparar.

O que importa comparar é o efeito no desemprego do aumento ou diminuição das horas trabalhadas. Ou seja, verificar uma variação cronológica ao invés de uma geográfica.


Por duas razões:

a) a remuneração ter pouco impacto na competitividade é algo que acontece particularmente no contexto português. Por exemplo no caso da Alemanha, em que a produtividade é cerca do dobro mas a remuneração por hora é mais do que o triplo, talvez as variações na remuneração tenham maior impacto na competitividade. Acontece que o salário mínimo é muito elevado em vários países europeus, pelo que a redução do número de horas pode ter nesses países um impacto diferente no emprego.

b) Uma correlação que não ocorre por coincidência pode corresponder a um factor causar outro, ao outro causar o primeiro, ou terem ambos uma terceira causa comum.

O mesmo pode explicar uma correlação muito discreta mesmo com uma relação causal significativa: imagina que quando um factor externo causa mais desemprego os países respondiam diminuindo as horas? Nesse caso, mesmo que a diminuição das horas causasse uma diminuição do desemprego, isso ficaria invisível quando as variáveis fossem correlacionadas.

Nota também que o gráfico aborda diferentes realidade com remunerações horárias não constantes.
E provavelmente existe correlação entre as horas trabalhadas e a remuneração por hora, pelo que essa correlação não se aplica à situação em que o número de horas varia com remuneração horária constante. Também não se aplica à situação de remuneração mensal constante, pois a correlação entre as horas semanais e a remuneração por hora pode não corresponder a um rendimento mensal constante.

Song The Sangue disse...

no caso da Alemanha, em que a produtividade é cerca do dobro mas a remuneração por hora é mais do que o triplo...é ?

vai apanhar fruta no palatinado a ver se recebes o triplo ó calão

nunca vergaste a mola nem em Portugal nem em lado nenhum né

és como o teu hermano mental só grafologias e formulários de treta

isso lembra-me o meu prof de contabilidade

quando saiu do ensino para um cargo executivo
conseguiu falir uma empresa sem dívidas em 8 meses

(e também dava gestão comercial...um chaval génio)João Vasco disse...

ttdsxo:
[comentário que já tinha publicado, com correcções]

Na hipótese do exemplo a produção diminui: em 525 horas produz-se menos que em 560 horas, não há dúvidas.
Isso não impede que a remuneração total aumente.

o teu amigo que disse que voçêis eram uns masturbatórios é que tinha razão....

Miguel Carvalho disse...

Como disse, não queria voltar aqui, mas esta notícia (e o "estudo" que lhe está associado) voltou a aparecer-me à frente.

No que toca à redução do desemprego, há muito wishful thinking e uma única referência a estudos académicos. O artigo é por acaso de investigadores portugueses no IZA (um centro de investigação em Economia do Trabalho muito prestigiado).

Retiro três frases do abstract do "Are the French Happy with the 35-Hours Workweek?"


1. The 35-hours mandate increased
the proportion of dual-job holdings (...)which may
have been motivated by the desire to work more hours.

2. those who were affected
by the law became less satisfied with their hours of work.

3. The net employment effect is harder to quantify, but the estimates
suggest it was not significant.

Song The Sangue disse...

O artigo é por acaso de investigadores portugueses no IZA (um centro de investigação em Economia do Trabalho muito prestigiado)....uma sinecura de sociólogos

uma empresa tem 30% dos custos relacionados com mão de obra
30% com energia (transporte incluido) 20% com matéria prima 10% com manutenção da maquinaria

a quanto fica o cafézinho ou o cacau se o pessoal da triagem torrefacção ou transformação tanto fax embalagem e transporte

passarem de 40 horas semanais (em turnos)para 35....

João Vasco disse...

Miguel Carvalho,

Nenhuma das observações contraria nada do que escrevi. Até reforça.

Vejamos: sobre os pontos 1 e 2, eu já esclareci que a minha assunção de base foi precisamente essa (comentário em Janeiro 10, 2012 12:07:00 PM).

Sobre o ponto 3, nota que o efeito sobre o emprego ter sido negligenciável desmente a tua tese - de que a hipótese B teria um efeito perverso no emprego. Nota que essa redução nas horas nem sequer ocorreu com manutenção da remuneração por hora, mas sim com manutenção da remuneração por mês. A isto acresce que o aumento do custo horário em França deve ter um impacto maior sobre a competitividade que em Portugal onde esse efeito é particularmente baixo devido ao baixo custo do trabalho por cá face à nossa produtividade (i.e., a produtividade pode ser baixa, mas o custo é ainda mais baixo). Assim, se o efeito da hipótese B foi negligenciável em França (o que logo à partida contraria a tese de que teria um impacto negativo no emprego), o seu efeito deveria ser positivo em Portugal.
E se a hipótese B teve um impacto negligenciável no emprego em França, imagina o efeito da hipótese A...

Sobre o artigo das 20h ser exagerado e/ou estar mal fundamentado, isso foi o que escrevi no texto original (2º parágrafo, e no 3º aprofundo a crítica).

Miguel Carvalho disse...

Em lado algum disse que haveria um efeito perverso no desemprego

João Vasco disse...

Miguel,

Escreveste isto «Estou a falar da hipótese A (a B levaria à falência uma data de empresas automaticamente).»

A isso respondi «Esse comentário dá a entender que a hipótese B teria um efeito negativo sobre o emprego.
Mas não é o caso: algumas empresas iriam à falência, como aliás aconteceria se não existisse salário mínimo e passasse a haver, por muito baixo que fosse.

Mas o efeito sobre o emprego seria mais positivo que negativo.»

E a isso respondeste: «Desisto.
Estou "enganado".»

Mas se não consideras que a hipótese B tem um impacto negativo no emprego (como o comentário das falências dá mesmo a entender), então imagino que consideres que a hipótese A tem um impacto positivo no emprego.

Tanto quanto sei a passagem às 35h foi hipótese B: o rendimento mensal não diminuiu com a passagem, e portanto custo por hora aumentou.

Miguel Carvalho disse...

Ok, não fui claro.
A hipótese B levaria empresas à falência no actual contexto (forte retração da procura). Aliás, dentro do actual contexto, até acho que a redução temporária para 35 horas seria benéfica (e acho que escrevi isso aqui ou noutro post).

João Vasco disse...

Não estou a perceber o que estás a dizer.

Acreditas que a hipótese B é benéfica. Benéfica para o emprego? Mas insuficiente para reverter o aumento de desemprego que se espera devido à retracção da procura?

É também isso que pensas sobre a hipótese A?

Ide levar no déficite ide disse...

Hipótese A: passa-se de 40s para 35h semanais, mantendo [a remuneração] por hora.
Como o custo por hora se mantém e a procura também se mantém, a gestão mantém a decisão de comprar 560h.
O supermercado antes precisava de contratar 14 pessoas para perfazer as 560 horas, e agora precisa de contratar 16.

ó filhinho 16 palonços representam outros encargos para a empresa em termos de descontos para a SS e não só do que 14

e...ah num bale a pena
é con génito