domingo, 8 de janeiro de 2012

Revista de blogues (8/1/2012)

  • «Quando vejo meio-mundo a bater na maçonaria fico logo de pé atrás: historicamente isso costuma coincidir com tempos em que logo a seguir me vêm bater à porta.
    Não sendo hoje a maçonaria o que já foi, sempre a instituição esteve do lado da liberdade, sobretudo no séc XIX, por muito que isso custe ao romancista Vasco Pulido Valente. E se acho a coisa hoje em dia patusca, a sua existência é o lado para onde durmo melhor.
    É curioso que tendo o assunto vindo à baila de uma forma que belisca o governo veja tantos dos seus apoiantes numa desmedida e excitada caça ao maçon. Cheira a beato.
    Haja aqui moralidade: Opus Dei’s, mostrem as vossas chagas, ou estão de tal forma entretidos na caça ao maçon que se esqueceram de olhar para o espelho em casa? Essa, a obra do franquista Escrivá dá-me pesadelos. Entre os do avental e os do cilício a História honra os primeiros. Os segundos são uma das mais tenebrosas organizações dos nossos dias, com um poder secreto e incomensurável, que faz dela a verdadeira herdeira da santa inquisição.» (João José Cardoso)

4 comentários :

Filipe Moura disse...

"Quando vejo meio-mundo a bater na maçonaria fico logo de pé atrás"

Cada um escolhe com o que fica de pé atrás, Ricardo. Da minha parte eu fico logo de pé atrás com associações privadas secretas. Sendo secretas, assustam-me muito mais que os serviços secretos do estado (por muitas sacanices, admito, que estes possam fazer). Eu sou assim: assusta-me sempre muito mais o privado que o público.

Concordo absolutamente com o que o Filipe Castro escreveu no post abaixo: não defendo de forma alguma a sua proibição - só devem ser proibidas associações comprovadamente criminosas. Mas estas associações secretas, num estado democrático, não fazem para mim sentido nenhum. A forma implacável como as defendes, no tal post abaixo, faz-me concluir que deves ser também um firme defensor do Clube de Bilderberg. Pode ser que te convidem um dia.

Ricardo Alves disse...

As democracias caracterizam-se exactamente por deixarem um espaço privado para os seus cidadãos. Um espaço de privacidade onde só entra quem eles querem, como eles querem. É por isso que a nossa Constituição reconhece desde a privacidade do domicílio familiar até ao direito de constituir associações, passando pelo direito de não ser perguntado pelas suas convicções religiosas. O contrário disto são os regimes totalitários, onde o Estado sabe tudo sobre a vida das pessoas - do emprego até à casa de banho, nalguns casos literalmente.

Os serviços ditos «de informações» são um resquício da época do totalitarismo: da época em que se achava que eram os Estados que tinham direito a saber o que os cidadãos faziam. Hoje, penso eu que felizmente (e faço por isso) devemos caminhar para o exacto contrário: devem ser os cidadãos a saber o que o Estado faz.

Tudo isto para te explicar porque é que acho que deves temer muito mais o secretismo de Estado do que o secretismo pessoal.

Jagganatha disse...

Colecção Maçónica Pisani Burnay....

bURNAY E FONsecas não são os únicos mações na banca e na monarquia

os massões são tolerantes

mas não admitem.....perseguições salazarentas aos serviços secretos

Jagganatha disse...

Há, em Portugal, três grandes "sociedades secretas". Não deixam, porém, de dar notícias públicas da sua existência, o que é paradoxal mas me proporcionou ver-me um dia surpreendido com a descrição nos jornais das exéquias de um Grão-Mestre, celebradas numa sala, que imagino vasta como um templo, de um grande casarão do Bairro que todos conhecemos de passagem na rua. Aí esperaram as altas patentes do Estado - Presidente da República, etc. - que se abrissem as portas e desfilasse o cortejo de altos dignitários maçónicos: à frente o novo Grão-Mestre, de nome Adão e Silva, fundador do PSD, logo seguido pelo Presidente do Conselho Geral, de nome José Eduardo Pisany Burnay... O jornal cai-me das mãos. Eu conheço há muito, desde sempre, um José Eduardo Pisany Burnay. Será possível que seja o mesmo? Aquele Burnay loiro, róseo, imenso, gordo, barrigudo, alto, gastrónomo, que colecciona armas, livros raros e outras preciosidades, e guarda suas colecções num belo palácio na estrada do Lumiar? Aquele Burnay que anda (ainda andará?) pelos Teatros, cursou a Escola de Arte Dramática, se dá até por actor profissional.....