- «Um diplomata europeu citado por The Economist considerava há dias que o novo pacto orçamental que a Alemanha quer impor aos países do Eurogrupo consistia em assinar “um tratado que torna o keynesianismo ilegal".Já há muitos anos que os países mais ricos da União Europeia têm vindo a impor aos seus confrades (...) medidas que tornam uma política de esquerda ilegal ou impraticável, dificultando de todas as formas possíveis, em nome da defesa do mercado e da livre concorrência, intervenções dos Estados na economia que permitiriam regular determinados sectores e evitar o agravamento de desigualdades na sociedade. Pode-se dizer que todas estas medidas foram adoptadas devido a um consenso - que envolveu tanto Governos de direita como Governos auto-intitulados sociais-democratas - em torno do pensamento neoliberal, que prometeu o bem-estar como resultado mágico do mercado livre. Pode-se dizer que todas estas medidas foram adoptadas em Conselhos Europeus constituídos por Governos democraticamente eleitos. No entanto, o facto persiste que, para levar a cabo uma política minimamente de esquerda num qualquer país da UE, passou a ser necessário não só um Governo maioritário no país em questão como a determinação de combater milímetro a milímetro uma Comissão Europeia e um Conselho Europeu armados de toda a espécie de determinações neoliberais plasmadas em tratados e normas. (...)» (José Vítor Malheiros)
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Revista de blogues (31/1/2012)
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
2 comentários :
Ou seja, que para fazer uma política de esquerdas é preciso sair da UE.
Triste corolário, mas infelizmente cada dia que se passa semelha-me mais certo.
A alternativa, evidentemente, seria virar à esquerda a UE. O que só seria possível com um novo Tratado, em sentido contrário aos anteriores. Infelizmente, o que os anos têm vindo a provar é que é a UE que vira os países à direita.
Enviar um comentário