segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O próximo vice-governador europeu?

A acreditar nas sondagens que dão François Hollande 14% acima de Sarkozy numa segunda volta, o reinado de «Merkozy» termina em Maio.

Por inerência, o presidente da República francesa tornou-se, nos últimos anos, o vice-governador europeu. Sendo que, também por inerência e por sufrágio dos eleitores alemães, a real governadora europeia é a chanceler Merkel. Prevejo que dificilmente falaremos em «Merkollande» daqui por quatro meses. Porque o programa de Hollande parece pouco compatível com a orientação actual da UE. Vejamos: declara que o seu adversário principal é a finança, quer proibir «pura e simplesmente» produtos financeiros «sem ligação com a economia real», separar a banca de crédito e de especulação, propor uma taxa europeia sobre as transacções financeiras e ainda «re-industralizar a França». É tudo ao contrário da prática actual. Falta também saber que tipo de euro e de União Europeia existirá ainda em Maio...

2 comentários :

luís Vintém disse...

Gostava de poder acreditar numa mudança de rumo deste nosso Costa Concordia colectivo mas tenho poucas ilusoes. Bill Clinton também se apresentou aos eleitores com um programa em que prometia aumentar o investimento público, ganhou as eleiçoes com base nessa promessa, e bastou uma pequena conversa com Alan Greenspan para, de um dia para o outro, fazer uma mudança de 180º e tornar-se no homem que mais fez pela desregulação dos mercados financeiros.

Maquiavel disse...

Caro Vintém, O que é que a peida tem a ver com os fundilhos? Desregulou os mercados financeiros? É verdade. Mas aumentou os impostos dos ricos, e por isso houve investimento público e superavite orçamental. Entretanto mandou matar na Jugoslávia. Clinton foi um pulha, mas aumentou o investimento público.

Relativamente ao artigo, após a eleiçäo de Hollande, näo tenham dúvidas que a UE e o Euro que existirem em Maio seräo bem mais fortes que agora. Até porque a Merdkel está a perder terreno internamente, tal como Sarkozy. E para manter o tacho, a Merdkel tem que, tal como Sarkozy, tenta desesperadamente "virar à esquerda". Mas já nenhum deles convence ninguém.
"Merkollande" será um um período de transiçäo para um "Gabrollande" anti-especulaçäo (anglo-americana), que é o que é preciso.