No Prós & Contras de ontem finalmente alguém falou sobre essa sangria das nossas pensões e das nossas poupanças que são jogadas na bolsa sem a sua ou a minha autorização. João Proença aflorou o assunto, o registo foi muito superficial, mas António Saraiva da CIP acusou o toque. Ele está ao corrente das quantias avultadas que estão a ser derretidas nas bolsas de Nova Iorque e de Londres, com esperança de um retorno fácil, retorno esse que ninguém garante. Há uma espécie de tabu, um receio do sector financeiro e empresarial em debater esta realidade. Seria tempo de debater a utilidade efectiva destes investimentos nas bolsas anglo-saxónicas, sobre a fantasia do seu retorno económico e sobre a efectiva criação de riqueza e de postos de trabalho inclusivamente nos países onde estes investimentos são realizados. Seria tempo de debater se não seria apropriado limitar e impor regras ao dinheiro que se escoa para Londres e Nova Iorque.
No debate, António Saraiva prestou-se ao papel de guarda-costas do sector financeiro, foi-se defendendo dizendo que os erros e as fraudes da banca não são generalizados e que devem ser combatidos caso a caso. O problema é que as fraudes e os erros têm vindo das maiores empresas financeiras do mundo, empresas essas cujos orçamentos são comparáveis aos de alguns países. Sempre que essas empresas vão à falência por processos fraudulentos e/ou por erros de gestão produzem milhares de desempregados e milhares de pobres. Foi assim desde a falência da Lincoln Savings em 1989 até à falência da Lehman Brothers em 2008.
Ainda se falou de regulação no debate. O essencial do combate à crise deveria estar no reforço da regulação, na moralização da economia e em acabar com a má matemática que se instalou nas praças financeiras e nas faculdades de economia mais prestigiadas. Mas esse é um tema que não interessa a quem anda viciado na bolsa, a quem está habituado ao lucro fácil e a quem quer manter mordomias principescas. Para esses todos os argumentos são válidos para que seja o contribuinte a pagar a crise.
No debate, António Saraiva prestou-se ao papel de guarda-costas do sector financeiro, foi-se defendendo dizendo que os erros e as fraudes da banca não são generalizados e que devem ser combatidos caso a caso. O problema é que as fraudes e os erros têm vindo das maiores empresas financeiras do mundo, empresas essas cujos orçamentos são comparáveis aos de alguns países. Sempre que essas empresas vão à falência por processos fraudulentos e/ou por erros de gestão produzem milhares de desempregados e milhares de pobres. Foi assim desde a falência da Lincoln Savings em 1989 até à falência da Lehman Brothers em 2008.
Ainda se falou de regulação no debate. O essencial do combate à crise deveria estar no reforço da regulação, na moralização da economia e em acabar com a má matemática que se instalou nas praças financeiras e nas faculdades de economia mais prestigiadas. Mas esse é um tema que não interessa a quem anda viciado na bolsa, a quem está habituado ao lucro fácil e a quem quer manter mordomias principescas. Para esses todos os argumentos são válidos para que seja o contribuinte a pagar a crise.
1 comentário :
O Le Monde Diplomatique de Maio tem um texto interessante acerca dessa problemática. Urge "submeter a economia à política".
E voltar a estabelecer uma divisão entre o mundo financeiro/banca de investimento, não produtivo, e a economia real/banca comercial, de modo a que os movimentos da especulação não afectem grandemente os mercados ditos "reais", no fundo, as pessoas.
Ou seja, colocar cada um no seu lugar separando aquilo que Clinton permitiu fundir e que deu origem aos maiores desvios e devaneios...
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