O coordenador nacional da «Educação Moral e Religiosa Católica» acha «fundamental haver uma formação na escola [pública] que incida sobre as questões religiosas». Já quanto à Formação Cívica, deve ter lugar (na opinião dele) «no contexto da família».
Eu defendo o (quase) exacto contrário.
4 comentários :
Acho que já referi aqui muitas vezes este meu fascínio pelas pessoas que tentam atingir o muro da perfeição retórica da asneira, que é uma asneira por palavra. Cada cavadela: minhoca.
Até agora o recorde mundial está com um rapazinho que ia à catequese com um amigo meu e, quando lhe pediram que enunciasse os 10 madamentos, respondeu: "Os dez mandamentos são cinco: fé, esperança e caridade".
O amigo Pedrinho Dimas precisa de se treinar um bocadito, mas tem potencial. Pode chegar lá. :o)
uma formação na escola [pública] que incida sobre as questões religiosas
Não acho isso necessariamente mau, desde que seja uma formação religiosamente descomprometida, isto é, desde que se trate de uma instrução sobre o fenómeno religioso e sobre as diversas religiões existentes no mundo.
Luís Lavoura:
Tenho visto muitas pessoas a defender isso, o mais conhecido é o Dawkins, e a ideia não me repugna - sendo que naturalmente o professor seria designado pelo estado, não pelas instituições religiosas - mas sinceramente parece-me que a formação cívica devia certamente ter prioridade sobre uma disciplina desse tipo.
A formação cívica é sem dúvida mais importante do que a religião e moral. A formação cívica é para formar cidadãos - para as responsabilidades públicas, para lidar com o Estado, para saber o que se deve exigir do Estado e o que lhe devemos. É por isso que deve existir na escola.
Já a religião tem a ver com as crenças pessoais, familiares, em última instância com os afectos. Portanto a religião e moral só deveria realmente ser «ensinada» nas famílias, nas associações privadas, nas igrejas.
O Pedro Dimas vê isto tudo ao contrário.
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