sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Não me venham com a treta de que não há alternativa

O Passos Coelho descobriu a pólvora: angariar dinheiro é mais fácil se for buscá-lo aos salários dos funcionários públicos, dos pensionistas e, em parte, aos salários do privado. E, no entanto, há alternativas. Ousemos ser um pouco menos radicais do que o governo: a alternativa de esquerda é a seguinte.

  1. Os bancos pagarem IRC de gente.
  2. A especulação financeira ser taxada.
  3. A ICAR pagar impostos.
  4. Revogar a autonomia da Madeira.
  5. Terminar com as parcerias público-privadas.
Entre outras coisitas.

9 comentários :

Miguel Carvalho disse...

Concordando com as outras, poderias explicar o que entendes na 2 e na 5?

O que é especulação financeira? Na 5 queres cancelar as PPP que já existem?

Ricardo Alves disse...

Na 2, uma forma de taxa Tobin.

Quanto à 5: as PPP´s são ruinosas.

E quais são as tuas ideias a este respeito?

Miguel Carvalho disse...

Ricardo, por favor, eu não estava a refilar por isso não desconverses. Apenas pedi que me esclarecesses.

No 2. incluirias portanto a transação que eu fiz há uns tempos, quando meti as minhas poupanças num fundo de investimento, ou não?

Repito, queres cancelar as PPP que já existem?

Ricardo Alves disse...

Eu não estou a desconversar, Miguel. Perguntei-te a tua opinião porque gostaria de saber.

Na 2 poderíamos discutir que tipo de transacções deveriam ser incluídas. Nota que é uma ideia que fez o seu caminho da extrema esquerda para o centro, e que até o Barroso já defende. Não tenho uma ideia fechada quanto às transacções a incluir.

Quanto às PPP´s, muitas deveriam ser canceladas.

Miguel Carvalho disse...

Ricardo, não podester uma atitude mais construtiva nas discussões?

Há muitos anos que concordo com a taxa Tobin, ok? Não precisas de a defender, porque eu não discordei, apenas perguntei o que entendias por especulação.

É que, como eu vejo a taxa Tobin, ela seria aplicada sobre todos os movimentos financeiros. Ora tu escreves "especulação financeira" e continuo sem perceber o que queres dizer com isso.

PPP, aqui discordamos porque os exemplos do passado mostram que as empresas consguem ganhar ao Estado em tribunal.. e ainda serem indemnizadas.

Ricardo Alves disse...

Miguel,
à cabeça, deveriam taxar-se mais fortemente as transacções em bolsa, as transferências para off-shores e a compra e venda de títulos de dívida.

Filipe Castro disse...

Este texto é sobre uma das verdades mais insofismáveis da história da Humanidade: é muito mais perigoso roubar os ricos que os pobres. O Fellini fez um filme sobre isto chamado "Il Bidone" que explica eloquentemente a existência dos ricos (e de impostos sobre a pobreza):

1 - Os pobres têm SEMPRE umas moeditas em casa, poupadas com esforço; e
2 - Os pobres não têm contactos no poder e portanto não se podem defender.

no name disse...

duas propostas concretas: (1) taxar transferências para off-shores a 99%. (2) obrigar um comprador ("investidor") de acções ou outro tipo de títulos a os manter na sua posse por um período mínimo de tempo (de alguns segundos, para matar o micro-trading, a alguns dias, para matar a especulação diária nas bolsas de valores).

João Vasco disse...

«PPP, aqui discordamos porque os exemplos do passado mostram que as empresas consguem ganhar ao Estado em tribunal.. e ainda serem indemnizadas.»

Visto que há sempre uma incerteza, o estado deveria usar a ameaça de litigação ou suspensão para renegociar as condições dessas PPP, no mínimo.

Creio que a razão pela qual isso não acontece é precisamente a mesma que levou a que esses negócios fossem tão lesivos para o estado em primeiro lugar...