Em anos prévios ao 5 de Outubro de 1910, Portugal dependeu do crédito estrangeiro e teve orçamentos deficitários. A política era esterilmente rotativista e a chefia do Estado reservada a uma família. A Igreja Católica mantinha o monopólio das consciências, as mulheres eram menorizadas e só um quarto dos portugueses sabia ler e escrever.
Nos anos da República, o número de escolas primárias subiu 24% e os estudantes universitários, com a criação das primeiras universidades fora de Coimbra, mais que triplicaram. Afonso Costa conteve as despesas dos ministérios pela lei-travão, obtendo orçamentos superavitários. As mulheres ganharam igualdade no casamento e independência cívica (mas não o voto), o Estado separou-se da Igreja e a blasfémia deixou de ser crime.
Convém recordar, em 2011, alguns dos factores e protagonistas que contribuíram para a interrupção da República: a finança e as oligarquias económicas que nunca visam a democracia nem a prosperidade geral, mas o lucro particular; agitadores dos extremos prontos a baterem-se nas ruas; uma guerra necessária perante os pares europeus, mas impopular; a religião que medra na miséria e no obscurantismo sem os resolver; uma base popular que viu as suas expectativas insatisfeitas.
Urge controlar a finança e reduzir gastos (mas não no ensino), limitar mandatos e aplicar incompatibilidades. Entre outras lições.
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