Nas crises é ainda mais importante separar o essencial do acessório.
A história da humanidade é a história do progresso científico e tecnológico. E pode traçar-se a prosperidade presente das sociedades até ao momento passado do início de um esforço deliberado, e continuado, para alfabetizar e difundir o conhecimento. (Desconto aqui efeitos do acesso a recursos naturais, depredações guerreiras, totalitarismos incapacitantes e pouco mais.)
Em 1910, Portugal tinha 75% de analfabetos. Escandinavos, anglo-saxões, franceses e alemães tinham 10% ou menos.
A aposta dos republicanos na instrução e na ciência (que ainda hoje origina acusações de “positivismo” e “cientismo”) foi depois invertida por um Estado Novo que atrasou a massificação do ensino e perseguiu cientistas. Chegámos a 1974 com 30% de analfabetos, ultrapassados por russos e balcânicos, que no início do século tinham partilhado o nosso atraso.
É um chavão antigo que os políticos pensam nas próximas eleições, e os estadistas na próxima geração.
O governo anterior deixou-nos a programação de 12 anos de escolaridade obrigatória, o Magalhães e o aumento do investimento em ciência. Se continuados, são avanços que serão recordados por décadas. Já a política do governo actual nesta área, para além da gestão de assuntos correntes e de cortes cegos na despesa (até em prémios de mérito…), permanece um mistério.
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