(publicado no portal Esquerda.net)
As recentes revoltas populares no Magreb e no Médio Oriente, em particular incertezas relativamente ao trânsito de petróleo através do Canal de Suez e do oleoduto Sumed no Egipto, voltaram a desencadear uma subida de preço do petróleo no mercado mundial. Esta subida é sobretudo de carácter especulativo dado que a Arábia Saudita garantiu compensar eventuais baixas de produção.
Actualmente, a produção de petróleo supera o consumo em cerca de 4 milhões de barris por dia (um barril de petróleo ~ 159 litros). No entanto, a curto prazo a Agência Internacional de Energia estima que o consumo de petróleo aumente cerca 1,5% por ano e que a capacidade de produção suba apenas cerca de 0,4% ao ano. A este ritmo poderá verificar-se uma situação de penúria dentro de 5 anos, altura em que a produção de petróleo poderá não satisfazer a totalidade da procura mundial. Os investimentos a realizar pelas petrolíferas para satisfazer a procura poderão fazer subir mais rapidamente o preço do petróleo, o que poderá catapultar o preço do Brent – serve de referência para cerca de dois terços do petróleo comercializado – bem acima dos 150 dólares por barril em 2020.
Perante o cenário previsto pela Agência Internacional de Energia, a aposta nas energias renováveis constitui uma solução progressivamente mais económica e sustentável a médio e longo prazo para estados importadores de petróleo, como Portugal. Para um país como o nosso com um sério problema de endividamento privado ao exterior, em boa parte resultante da importação de petróleo, a aposta feita nas eólicas adivinhava-se rapidamente compensadora. Mas se o preço do petróleo atingir os 150 dólares outros tipos de energias renováveis vão passar a ter preços competitivos. É estranho por isso verificar-se em Portugal a progressão de um discurso arcaico, como o do grupo de pressão liderado por Mira Amaral, a favor do consumo exclusivo de energias fósseis, quando estas são tendencialmente mais caras e os seus custos se reflectem directamente na parcela de importações do país.
5 comentários :
contas mal feitas
Actualmente, a produção de petróleo supera o consumo em cerca de 4 milhões de barris por dia
seriam mais de 1400 milhões em excesso por ano logo 210 milhões de toneladas em excesso
em 6mil milhões de consumo
representam apenas 3%
No entanto, a curto prazo a Agência Internacional de Energia estima que o consumo de petróleo aumente cerca 1,5% por ano e que a capacidade de produção suba apenas cerca de 0,4%
ou seja 1,1 % de diferencial
seria coberto em menos de 3 anos
e a estimação para o excesso de consumo não toma em conta que com o aumento de preço
haveria diminuição de consumo
retro-controlo
O Rui Curado Silva acredita na Agência Internacional de Energia?!
Não se pode acreditar nela, Rui!!!
A produção não supera o consumo, como é evidente (para onde iria o petróleo produzido e não consumido?). Toda essa conversa de que há uma grande capacidade excedentária de produção, e que a Arábia Saudita pode compensar quaisquer eventuais perdas de produção noutros países, são tretas para nos pôr areia nos olhos.
A verdade nua e crua é que há escassez de petróleo. Só tal escassez justifica os continuados preços elevados.
Em vez de acreditar na AIE o Rui deveria acreditar nos especuladores. Se eles especulam na alta dos preços, é porque estão informados sobre a probabilidade de tal alta.
para onde iria o petróleo produzido e não consumido
constituição de reservas da extracção do Mar do Norte em 1992 constituiram-se 35 milhões de toneladas que demoraram 3 meses a ser escoadas
fins Maio de 92 Agosto 92
A estimativa de cinco anos não resulta directamente do momento em que a procura iguala a produção, os tais três anos, mas sim do momento em que a onda de choque do excesso de procura chega à "bomba de gasolina", não é instantâneo.
"estimação para o excesso de consumo não toma em conta que com o aumento de preço haveria diminuição de consumo"
Provavelmente, contaram, o que reforça os tais cinco anos.
De qualquer modo, seja 3 ou 5 anos estamos em maus lençóis e se não apostarmos noutras fontes de energia isto vai ser complicado.
fontes de energia alternativas
não se desenvolvem em 5 anos
nem motores nem combustíveis
os franco-alemães fizeram-no sobre a pressão da 2ªguerra
mas o gasogénio dificilmente encontraria apoios no curto prazo
os carros a gás são uma minoria
e gás durará 500 anos mais que o petróleo
queimamo-lo há 150 como sub-produto de extracção do pitroil
sem nenhum benefício
a vertente gás foi sempre negligenciada nos motores de explosão
essencialmente pela necessidade de reestruturação dos pontos de abastecimento
e secundariamente da indústria automóvel
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