sexta-feira, 11 de março de 2011

Eu não gosto nada da canção dos Deolinda (mas é claro que vou à manif à mesma) (I)

Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Eu tenho confiança no futuro, e esperança em que, daqui a umas décadas, quando se ler esta letra, se dirá, sem ironia: “Sim, és mesmo parva!” Uma geração onde alguém afirma que se quer casar e ter filhos mas que não o faz porque se queixa de precariedade e baixos salários, mas cuja prioridade é ter um carro é uma geração parva e mimada. O retrato dos seus pais.

6 comentários :

Ricardo Alves disse...

Sabes lá se ela precisava do carro para ir trabalhar...

Filipe Moura disse...

Ricardo, sejamos sérios. Supostamente a música é genérica, e genericamente não se precisa de um carro para ir trabalhar (repito, genericamente).

Ricardo Alves disse...

Quer queiras quer não, o carro é uma necessidade de muita gente.

Filipe Moura disse...

Só é uma necessidade genérica de caixeiros-viajantes. Preocupar-se com o não ter emprego e ter a mensalidade do carro para pagar é surreal. Quem não tem emprego não precisa de carro: que venda o carro!
Ainda se fosse uma casa...

Ricardo Alves disse...

Repito: estás a levar a canção demasiadamente à letra.

E um casal com dois empregos em locais diferentes, e três filhos em três locais diferentes, não tem necessidade de carro? OK. Fico elucidado sobre o teu conhecimento das necessidades das pessoas.

Filipe Moura disse...

Não sou eu que estou a levar a canção demasiado à letra: tu é que estás a comentar sem sequer leres o que a canção diz. Faço-te o favor de transcrever outra vez:

"Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar"

Obviamente a canção refere-se a solteiros sem filhos. E o post também - é explícito -, pelo que o teu comentário é despropositado.