Poderia estar em causa o surgimento de uma coligação pré-eleitoral, ou um acordo de coligação pós-eleitoral, ou algo do tipo.
Assinei, e considero desejável que a petição seja bem sucedida por várias razões:
a) o discurso do BE e do PCP carece, a ver de muitos, da credibilidade que tem um partido que tem hipóteses - por pequenas que sejam - de vir a exercer o poder nas próximas eleições. Esta possibilidade torna mais difícil um certo tipo de demagogia. Assim, os eleitores podem ser beneficiados pelo facto destes partidos terem um discurso mais credível, o que é positivo não apenas para estes partidos, mas para a própria democracia.
b) nos órgãos de informação social, em particular na televisão e na rádio, e no que diz respeito à discussão sobre economia, há uma falta de pluralismo que tem vindo a prejudicar toda a esquerda. O pensamento económico é apresentado de forma distorcida, o que inclusivamente leva muitas pessoas a pensar e repetir o disparate de que a economia é quase uma «ciência de direita». Não é.
O enviesamento perpetrado por estes órgãos, que tanto prejudica um debate político honesto e equilibrado, torna-se mais difícil havendo três alternativas de governo sobre a mesa. O discurso à esquerda do PS não poderá ser ignorado da mesma forma, o que beneficiará a esquerda no seu todo.
c) o panorama político português poderá mudar irreversivelmente no sentido de se tornarem mais comuns as alianças entre diferentes partidos de esquerda, e a negociação associada.
Assim, um eleitor de esquerda, mesmo que não pretenda votar nestes partidos, tem boas razões para subscrever esta petição.
5 comentários :
Uma alternativa de esquerda sem o PS? É gozar connosco. O BE e o PCP de braço dado, com as direcções actuais? O Trotsky de braço dado com Stáline? Tal coligação é uma pura fantasia.
Se essa coligação é possível ou não, os próximos dias dirão.
Mas o BE e o PCP têm votado quase sempre de forma igual no parlamento, pelo que a ideia não parece assim tão fantástica.
O Louçã não é o Trotsky, e o Jerónimo de Sousa não é o Stáline. Em particular, nenhum dos programas com que se têm apresentado a eleições vai mais longe do que a proposta de nacionalizar as empresas que já foram nacionalizadas antes, e mudar os impostos aqui e ali - não são propostas que subscreva na totalidade, mas não se trata propriamente da instauração de sovietes, ou dos planos quintenais...
Mas note-se que é diferente apoiar esta coligação, e apoiar o voto na mesma. Aquilo que me parece é que, a existir esta dita coligação, a direita seria a principal prejudicada. Com três propostas de governo sobre a mesa, duas delas à esquerda do PSD, seria possível - aliás, seria quase a única possibilidade - de uma aliança pré-eleitoral PSD+PP não chegar aos 44% suficientes para a maioria absoluta que muito prejudicará este país.
Esta coligação pode evitar a maioria da direita, embora só por si não seja suficiente. E seria um passo para quebrar o imobilismo colaborativo dos partidos de esquerda. Outra, seria uma coligação PS-BE.
Ricardo:
Mas essa seria, nas actuais circunstâncias, impossível antes das próximas eleições.
Com o Sócrates, parece impossível. Aliás, com o Sócrates já nada parece possível.
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