Foi uma pena que ninguém tivesse confrontado o senhor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, que pôde fazer livremente a propaganda demagógica que quis: que a solução requer menos estado, maior flexibilidade e que pediu explicitamente menores contribuições para a Segurança Social por parte das entidades empregadoras (houve quem lhe perguntasse se ele aceitaria passar a precário, uma pergunta muito válida mas que o senhor considerou “descabida”, mas ninguém lhe perguntou se se importaria que lhe cortassem a reforma). Fez a propaganda de Passos Coelho (num programa que a apresentadora disse que “não era suposto ser político”) sem nenhum contraditório, e no final ainda disse que não deveria haver “numerus clausus” e que as “universidades de excelência” deveriam poder recrutar os alunos que quisessem. Como se o Estado pudesse aceitar tal negócio numa universidade pública nos atuais moldes – o senhor esqueceu-se de dizer que o seu modelo implicaria um valor brutal de propinas. Mas, de acordo com Isabel Stilwell, deveríamos ouvir o “senhor professor”, que o que ele dizia era “a verdade” e que era muito melhor do que a “demagogia do Sócrates” (textualmente). Enfim, “Prós e Contras” melhores virão, esperamos.
terça-feira, 8 de março de 2011
O "Prós e Contras" da "geração à rasca"
Visto finalmente o “Prós e Contras” de há uma semana. Foi uma pena que não comparecesse nenhum promotor da manifestação do próximo sábado: está certo que pretende ser uma manifestação sem promotores, mas não surgiu espontaneamente. E convinha que houvesse outras vozes pelos jovens precários (nomeadamente do movimento FERVE) que não fosse somente Tiago Rodrigues, o dramaturgo a quem Fátima Campos Ferreira achava muita graça mas que escrevia na “Grande Reportagem” umas crónicas sem graça nenhuma. Rodrigues aproveitou para promover uns festivais portugueses supostamente “referência internacional” mas de que ninguém ouvia falar (não percebi se eram de cinema, se de teatro ou dança – ele também não disse). Fez de Isabel Stilwell o seu saco de pancadas, compreensivelmente pela famosa crónica do Destak. Claramente as posições de Stilwell não eram as de Rodrigues e era natural que não se entendessem, mas havia melhores maneiras de a contrariar que apontar-lhe a referência à Guerra do Ultramar da anterior geração (Stilwell só queria dizer com isto que todas as gerações tiveram as suas razões de queixa), como Rodrigues fez de uma forma pouco delicada.
Foi uma pena que ninguém tivesse confrontado o senhor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, que pôde fazer livremente a propaganda demagógica que quis: que a solução requer menos estado, maior flexibilidade e que pediu explicitamente menores contribuições para a Segurança Social por parte das entidades empregadoras (houve quem lhe perguntasse se ele aceitaria passar a precário, uma pergunta muito válida mas que o senhor considerou “descabida”, mas ninguém lhe perguntou se se importaria que lhe cortassem a reforma). Fez a propaganda de Passos Coelho (num programa que a apresentadora disse que “não era suposto ser político”) sem nenhum contraditório, e no final ainda disse que não deveria haver “numerus clausus” e que as “universidades de excelência” deveriam poder recrutar os alunos que quisessem. Como se o Estado pudesse aceitar tal negócio numa universidade pública nos atuais moldes – o senhor esqueceu-se de dizer que o seu modelo implicaria um valor brutal de propinas. Mas, de acordo com Isabel Stilwell, deveríamos ouvir o “senhor professor”, que o que ele dizia era “a verdade” e que era muito melhor do que a “demagogia do Sócrates” (textualmente). Enfim, “Prós e Contras” melhores virão, esperamos.
Foi uma pena que ninguém tivesse confrontado o senhor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, que pôde fazer livremente a propaganda demagógica que quis: que a solução requer menos estado, maior flexibilidade e que pediu explicitamente menores contribuições para a Segurança Social por parte das entidades empregadoras (houve quem lhe perguntasse se ele aceitaria passar a precário, uma pergunta muito válida mas que o senhor considerou “descabida”, mas ninguém lhe perguntou se se importaria que lhe cortassem a reforma). Fez a propaganda de Passos Coelho (num programa que a apresentadora disse que “não era suposto ser político”) sem nenhum contraditório, e no final ainda disse que não deveria haver “numerus clausus” e que as “universidades de excelência” deveriam poder recrutar os alunos que quisessem. Como se o Estado pudesse aceitar tal negócio numa universidade pública nos atuais moldes – o senhor esqueceu-se de dizer que o seu modelo implicaria um valor brutal de propinas. Mas, de acordo com Isabel Stilwell, deveríamos ouvir o “senhor professor”, que o que ele dizia era “a verdade” e que era muito melhor do que a “demagogia do Sócrates” (textualmente). Enfim, “Prós e Contras” melhores virão, esperamos.
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