quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pena de morte

Um artigo no El País de hoje diz tudo o que interessa. A pena de morte é um vício bárbaro e medieval, uma coisa da infância da mente. Mas quando ainda por cima a justiça não é cega... lembram-se de Jimmy Carter perguntar a uma jornalista se conseguia imaginar um milionário a ser condenado à morte?

Um rico condenado à morte?! Eu acho que Carter queria dizer um rico condenado. Strauss-Kahn violou uma empregada e nem sequer levou uma palmada na mão. E disse à televisão francesa que o sexo tinha sido "consensual".

7 comentários :

JDC disse...

O Filipe Castro continua a bater na mesma tecla: a história de DSK está muito mal contada por ambas as partes. Não haja como se estivesse estado no quarto de hotel naquela noite. Senão fica a parecer um velho do Restelo cínico...

Miguel Serras Pereira disse...

DSK violou uma empregada? De onde é que V. deduz isso? Pode prová-lo?
Apesar de muitas vezes termos discordado, nunca me passou pela cabeça que V. escrevesse isto. E ainda me custa a crer. Terei lido mal? Não quer explicar-se?

Sinceramente

msp

Filipe Castro disse...

Claro que não posso prová-lo! Que pergunta! Mas posso usar a cabeça, em vez das tripas, e somar: a) NINGUEM, nem os amigos mais íntimos dele, duvidou que isto tinha acontecido; b) em França TODOS os meios de comunicação social apresentaram esta história como inevitável; c) a polícia que o prendeu no avião teve o maior cuidado antes de tomar a decisão de prender um dos oligarcas mais poderosos do mundo; d) há um vídeo da empregada a sair do quarto do hotel, que a polícia tem e que garante que Strauss-Kahn NUNCA se vai queixar de uma conspiração; e) o próprio Strauss-Kahn não negou as relações sexuais, mas disse que tinham sido consensuais.

A possibilidade de esta história ser uma conspiração, comparada com a possibilidade de ele ter atacado mais OUTRA mulher, é homeopática.

Strauss-Kahn era presidente da instituição que em 1998 obrigou a Bolívia a vender a água de Cochabamba a uma empresa americana e depois obrigou o governo a declarar ilegal o acto de recolher água da chuva. Não estamo a falar aqui da madre Teresa de Calcutá.

João Vasco disse...

Filipe,

Não me parece nada homeopática a possibilidade da mulher ter tentado dar o golpe do baú, indo ter com alguém conhecido que já tinha um historial duvidoso a esse respeito. E não digo isto por causa da presunção de inocência de Strauss-Kahn, nada disso. Digo que isto é uma possibilidade por todas as mentiras e falcatruas em que a alegada vítima esteve envolvida. Se fosse uma testemunha sem um historial tão duvidoso, que não tivesse comprovadamente mentido em relação a alguns aspectos deste caso, haveria menos razões para dúvidas.

O problema é que tens duas pessoas com um historial de moralidade duvidosa naquele quarto, e duas versões diferentes. Não temos maneira de saber qual das versões é que é a correcta. Não temos razão para pôr as mãos no fogo por nenhuma das partes.

Ricardo Alves disse...

Não me parece que a «moralidade» da vítima seja muito duvidosa. Mentiu aos serviços de imigração? Acontece muitas vezes a quem quer fugir da miséria sub-sáariana (recordar, por exemplo, a Hirsi Ali). Tentou ganhar dinheiro com o caso? Está bem, e quem garante que essa não foi uma ideia «a posteriori»?

Quanto ao DSK: é um oligarca, certo, e como tal habituado a estar acima da lei. Também vieram a lume alguns indícios de que pode ser sexualmente impositivo/violento. Mas isso não garante que neste caso concreto tenha havido violação, e portanto merece a presunção da inocência.

O vídeo, que eu não vi nem procurei ver, prova o quê? Que ela esteve no quarto?

Em resumo: acho que nunca saberemos o que se passou naquele quarto. Se foi uma violação, se foi prostituição, se foi sexo consensual, se houve alguma conspiração, ou uma mistura disto tudo. Mas sim, o DSK tem direito à presunção da inocência. (Embora eu não o queira ver como candidato à Presidência, por razões políticas.)

João Vasco disse...

«Mentiu aos serviços de imigração? »

Pelo que soube, existiram várias mentiras, mesmo em relação a este caso em particular.

Filipe Castro disse...

Leram a peça do Sartre "La putain respectueuse"? :o)

Entre acreditar nela e acreditar na justiça americana... ou no Benjamin Brafman!!!!