A República Checa é um país que lida muito mal com o seu passado recente. Não me pareceu que houvesse propriamente feridas abertas: não me parece um assunto polémico na sociedade. Há uma rejeição generalizada da ditadura comunista, como seria bom que houvesse, por exemplo, das ditaduras fascistas em Portugal ou Espanha; isso parece-me normal e positivo. O que não me parece normal (nem positivo) é a rejeição de toda e qualquer ideia socialista. Se se juntar a esta rejeição a desconfiança que os checos têm em relação aos estrangeiros (que se justifica por serem uma nação jovem que foi invadida e ocupada, primeiro por Hitler e depois pela URSS), torna-se dificilmente sustentável a sua presença em organizações internacionais baseadas na cooperação, como deveria ser a União Europeia. Mas a verdade é que são membros, após grande insistência da Alemanha. Não admira que os checos tenham o presidente que têm. A história recente da União Europeia é a história do triunfo de políticos como Vaclav Klaus. Recordam-se do que Klaus disse a Cavaco Silva, na sua visita à República Checa? Pois é.
3 comentários :
Não foi o Vaklav Havel que disse publicamente que ele era um gangster?
"A história recente da União Europeia é a história do triunfo de políticos como Vaclav Klaus"
Há diferenças importantes entre o Klaus e os outros populistas europeus:
1- O Klaus não é básico, é um tipo inteligente e muito calculista;
2- No plano económico é talvez o mais fundamentalista da Europa, talvez o mais à direita que temos no continente, o que mais se aproxima da Palin e do Tea Party
Rui, eu não falei em tipos "básicos". Concordo com a tua apreciação do Klaus que, de resto, e para nosso mal, é semelhante à que eu faço do Alberto João Jardim...
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