quarta-feira, 11 de abril de 2012

Televisão na rede, serviço público e audiências

Tem dado muito que falar o novo sistema de medição de audiências de canais televisivos, por ter alterado toda a perceção que havia sobre o assunto. Embora esta nova empresa medidora obtenha resultados assaz curiosos (o Canal Disney tem mais audiência que a SIC Notícias...), o canal generalista mais prejudicado tem sido a RTP. Ter-se introduzido este novo sistema de medição de audiências, com estes resultados, por parte de uma empresa que, no concurso, ficou classificada em último lugar nos critérios técnicos (mas foi escolhida supostamente porque era... a mais barata), justamente numa altura em que o governo quer vender um dos canais do estado, não pode deixar de ser motivo de desconfiança.

Conforme os leitores deste blogue talvez já tenham reparado, é frequente eu assistir a programas da RTP (nomeadamente o Prós e Contras) através da emissão na rede (“RTP Play”), onde os programas ficam disponíveis para a posteridade ou, pelo menos, por muitos meses. Com a TDT e a possibilidade de gravar para uma chave USB recorro menos a esse expediente, mas ainda recorro por vezes. Esta possibilidade de gravação (bem como a anterior gravação em cassete VHS) não deve, presumo, ser contabilizada nas medições de audiências mas, de qualquer forma, mesmo que não seja, tal afeta de igual modo todos os canais. Já os espetadores em direto que a RTP perde por disponibilizar grande parte dos seus conteúdos na rede só dizem respeito à RTP, pois só a RTP procede dessa maneira com quase todos os seus programas (e devo dizer que louvo este procedimento, verdadeiro exemplo de serviço público: uma televisão pública também se vê por isto). Esta disponibilização desfavorece a RTP na luta pelas audiências. Seria portanto interessante conhecer-se o número de vezes que cada programa da RTP é “carregado” no Portal RTP Play, e somar-se à sua audiência em direto, e ver se a diferença seria significativa. Tal número de visualizações na rede não teria grande interesse para os anunciantes (os mais interessados na medição das audiências), mas seria importante para avaliar a efetiva influência de um programa. Creio que a influência da RTP é bem mais alta que as suas audiências.

Tal disponibilização permitiria ainda testar a reputação da RTP de ter sobretudo espetadores mais idosos (é essa a explicação para os resultados tão díspares entre as audiências medidas pela anterior empresa e as medidas pela atual, que parece ser de consenso não terem tanta credibilidade: parece que os mais idosos “não se entendem” com o sistema de medição desta nova empresa, que acha que a culpa é deles e, mesmo sem os considerar na sua amostra, considera os resultados credíveis). Parece razoável supor que quem vê os programas da RTP online é mais jovem. Se a audiência desta plataforma for siginificativa, talvez os espetadores da RTP não sejam tão idosos quanto as empresas de audiências os pintam.

2 comentários :

Ricardo Alves disse...

«resultados assaz curiosos (o Canal Disney tem mais audiência que a SIC Notícias...)»

Vê-se mesmo que nunca ouviste falar na Hanna Montana...

(De resto, gostei do artigo.)

Banda in barbar disse...

o Canal Disney tem mais audiência que a SIC Notícias...)»

Vê-se mesmo que nunca ouviste falar na Hanna Monta...na

isse era dantes...a anna tá demodé meu..witch miuda antómi cá

a w.i.t.c.h tá no 2º temporal meu

as pitas gostam do clube da ferradura né?

e o Phineas e Ferb ...que é a gloria da Disney

tal como o Naruto e o full metal alchemist k-sick que sick mêmo né....