- «A TSF sabe que Cavaco Silva promulgou o [Orçamento de Estado de 2013] durante o fim-de-semana para ser publicado esta segunda-feira em Diário da República e entrar em vigor no dia 1 de janeiro de 2013» (TSF).
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
E, às zero horas do dia 31 de Dezembro...
domingo, 30 de dezembro de 2012
E a Laura também é a mesma?
- «Pedro Passos Coelho recusou que o ‘Pedro’ que assinou a mensagem de Natal na sua página pessoal no Facebook e o 1.º ministro "digam coisas diferentes."» (CM)
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
O fascínio pelos «técnicos»
Falta o resto
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Ó Vasco, olhe que não consta que eles aceitem garrafas de whisky
Na Quadratura do Círculo, António Costa, António Lobo Xavier e Pacheco Pereira, sob a moderação muda de um funcionário da SIC, resolveram discutir algumas declarações da dra. Isabel Jonet e o "Banco Alimentar" a que ela preside. (...) Quanto à dra. Isabel Jonet, (...) suspeito que ganhou apoios para o Banco Alimentar. A Quadratura do Círculo irritou muito boa gente. Confesso que me irritou a mim e que decidi logo ajudar com regularidade essa extraordinária empresa.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Compilação incompleta de ataques à Liberdade
A esse respeito, gostaria de deixar aqui referências a alguns dos episódios de que me recordo. Encorajo o leitor a usar o espaço dos comentários para lembrar algumas situações de que me tenha esquecido.
Começo por uma ocorrência muito recente, relativa à violação do Regimento da Assembleia, que foi descrita pela deputada Isabel Moreira do PS nos seguintes termos: «Nunca aconteceu na história da AR. Eis a democracia parlamentar desfeita.». O deputado do PCP Miguel Tiago, a este respeito, afirmou que «A Direita PSD/CDS começam a ganhar tiques muito óbvios de prepotência, de captores da democracia e do funcionamento do Regime. [...] O Regimento da Assembleia foi pura e simplesmente violado abertamente.»
Relembro também a relação problemática que este Governo mantém com a Liberdade de imprensa, desde o episódio mais simbólico da agressão a um repórter de imagem por parte de um segurança de Pedro Passos Coelho, até ao caso mais substantivo e sério de censura de um programa de rádio ("Este tempo") devido a críticas ao regime Angolano, passando pela situação verdadeiramente inadmissível de ameaça a uma então jornalista do jornal Público (além das pressões ao próprio jornal, Miguel Relvas terá ameaçado a jornalista Maria José Oliveira dizendo que publicaria de forma anónima informações sobre a sua vida pessoal).
Sobre a RTP, Nuno Santos alegou que a sua demissão foi o culminar de uma «cilada», um derradeiro ataque do Governo à Liberdade de informação: «Trabalhar com inteira liberdade e total independência não é um detalhe desprezível nestes tempos incertos para o jornalismo e no clima que se vive na empresa e no país». Sobre este episódio suspeito que levou à mudança da direcção de informação na RTP, vale a pena atentar nesta recolha documentada de alguns factos pertinentes.
O Governo tem tomado também um posicionamento de pendor autoritário face às questões da video-vigilância, a começar pela forma como manietou a Comissão Nacional de Protecção de Dados, preferindo contornar as garantias que esta Comissão visava estabelecer, evitando inclusivamente consultá-la quanto à legislação nesta matéria. Mais ainda, optou por obrigar os novos estabelecimentos comerciais a instalar, no prazo de cinco anos, equipamento de video-vigilância, uma medida coerciva que irá na prática criar uma «renda» para as empresas que vendem este tipo de equipamento.
As prioridades orçamentais do Governo também dão razões para preocupação. Apesar de toda a contenção de despesas de que ouvimos falar, poucos parecem saber que, de acordo com o Orçamento de Estado para 2013, «A despesa total consolidada do Programa da Defesa em 2013, ascende a 2.188,4 M€, o que reflete um acréscimo de 14,1%», e isto já depois do Ministro da Defesa ter anunciado um reforço de 4000 militares em 2012.
No que diz respeito à Administração Interna, a SIS também tem usufruído de alguma generosidade no plano orçamental - como o Ricardo Alves questionou neste blogue: «De acordo com o Correio da Manhã de 2008, o SIS terá 270 pides. Segundo o Jornal de Notícias de 2011, serão 600 pides. A acreditar na imprensa desta semana, estes espiões terão ao seu dispor 144 automóveis. Portanto, será algures entre um automóvel para cada dois funcionários e um automóvel para cada quatro funcionários. "Gordura do Estado"?»
Por outro lado, os serviços secretos têm estado envolvidos em alguns escândalos, sendo o mais conhecido aquele protagonizado por Silva Carvalho, a respeito da venda de informações privadas e secretas à Ongoing. Este episódio foi mais tarde complementado pela revelação das relações entre Silva Carvalho e Miguel Relvas, que terão permitido ao segundo fazer as ameaças a Maria José Oliveira acima mencionadas. É grave que os elementos responsáveis pelas denúncias dos crimes de seus colegas contra a República tenham sido exonerados. E é difícil manter a tranquilidade sabendo que o nº 2 do SIS vai trabalhar para a China, tendo em conta tudo o que se passou.
O Governo parece também sentir-se ameaçado pelos movimentos sociais contestatários, e em resposta as forças da autoridade têm-se mostrado dispostas a contornar a lei para inibir este tipo de actividade, recorrendo se necessário à intimidação. Quando quatro (ou oito, consoante a versão) elementos do "Movimento Sem Emprego" tentaram distribuir panfletos sobre as acções da sua associação à porta do Centro de Emprego do Conde de Redondo, a polícia pediu a identificação dos elementos, notificando e acusando uma das participantes de «crime de desobediência e por ter convocado uma manifestação sem autorização». A PSP alegou que perante a lei «duas pessoas já fazem uma manifestação», e que uma manifestação é definida como sendo o «ajuntamento em lugar público de duas ou mais pessoas com consciência de explicitar uma mensagem dirigida a terceiros» - uma definição tão abrangente que incluirá qualquer pedido de grupo num restaurante.
Sobre a perseguição a vários activistas como Paula Montez, já tinha escrito neste blogue, e mais não tenho a acrescentar.
Por último, três manifestações ocorridas nos últimos 14 meses merecem aqui referência.
Começo por relembrar os confrontos entre polícias infiltrados na manifestação de 29 de Novembro de 2011 e agentes do Corpo de Intervenção, um indício forte e preocupante - entre outros - de que os primeiros eram efectivamente «agentes provocadores».
Também no que diz respeito a manifestações, lembro o que se passou a 22 de Março de 2012, quando dois jornalistas (da Lusa e da Agência France Press) foram violentamente agredidos pelas forças da autoridade - o fotógrafo da Agência Lusa foi levado para o Hospital de S. José com vários ferimentos na cabeça. Outros inocentes (inclusivamente uma turista francesa) foram agredidos nesse dia.
Sobre a manifestação mais recente, dia 14 de Novembro de 2012, volto a pedir atenção às denúncias de Garcia Pereira, bem como a esta análise (documentada) sobre os eventos desse dia pois, além de relatarem vários factos preocupantes, dão indícios fortes de que existiam agentes policiais entre o grupo de pessoas que apedrejava a polícia. Bem mais fortes que estas imagens.
[Texto editado para corrigir um lapso quanto ao nome da jornalista alegadamente ameaçada por Miguel Relvas - agradeço ao Luís Humberto Teixeira a chamada de atenção]
domingo, 23 de dezembro de 2012
Amor Cristão e o Espírito do Natal
A homofobia vai a caminho do panteão das derrotas da ICAR, juntamente com o fascismo, o analfabetismo, o Index, o trabalho infantil, a contracepção, a anestesia epidural, etc., e o mais que os dicursos do papa podem aspirar é uma ou duas dúzias de crimes de ódio sobre a comunidade gay. Uma consolação magra para quem costumava queimar os judeus!
sábado, 22 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
O salazarista que se esconde no armário
O que é que os cientistas nos dizem sobre o Aquecimento Global?
O autor desta frase que traduzi é James Lawrence Powell, um cientista nomeado por Reagan e Bush (pai) para o Painel Científico Nacional dos EUA.
Outra coisa que James Powell fez foi ler 13950 artigos que contivessem os termos «global climate change» ou «global warming» no tópico, de acordo com a «Web of Science», descontando artigos de revisão ou materiais editoriais. Para cada um destes artigos, verificou se o artigo rejeitava a actividade humana enquanto causa para o aquecimento global, ou alegava alguma explicação alternativa. Os seus resultados foram os seguintes:
Em 13950 artigos sujeitos a revisão por pares, 24 rejeitavam causas humanas para o aquecimento global.
Bom, mas este estudo em si não se trata de um artigo publicado num jornal com revisão por pares. É verdade, mas Naomi Oreskes fez um estudo semelhante e publicou os resultados. Como o artigo dela apenas está acessível para quem assina a Science, deixo aqui um capítulo que escreveu onde falou sobre os seus resultados. No caso dos artigos identificados por Naomi Oreskes, 0% rejeitam uma causa humana para o aquecimento global.
Em resposta à pergunta do título: os cientistas dizem-nos que o aquecimento global está a acontecer, e a actividade humana tem um papel importante.
Já agora, quantos anos mais durará o Polo Norte? Já existem movimentações político-estratégicas que partem do princípio de que não durará muito. Não admira:
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Como se fala do Natal às crianças católicas?
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Mais ataques ao estado de direito
Quem tiver tempo e disponibilidade deve ver também este vídeo, que apesar de tudo não me parece tão persuasivo como o testemunho apresentado acima.
Acusações levianas e sinais preocupantes
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
China recruta espião português
sábado, 15 de dezembro de 2012
Tiroteios nas escolas e capitalismo selvagem
Por exemplo, o programa de Bush "no child left behind" só tinha (e tem) que ver com os lucros das empresas que administram os testes. A educação dos americanos é outra história. O Partido Republicano, aliás, é contra a educação dos americanos e desde os anos oitenta tem financiado uma campanha global contra os professores. Este ano o programa do Partido Republicano do Texas contém um parágrafo que diz o seguinte:
Knowledge-Based Education – We oppose the teaching of Higher Order Thinking Skills (HOTS) (values clarification), critical thinking skills and similar programs that are simply a relabeling of Outcome-Based Education (OBE) (mastery learning) which focus on behavior modification and have the purpose of challenging the student’s fixed beliefs and undermining parental authority.
As armas são também um negócio - de 11 mil milhões de dólares por ano - e os 16 tiroteios que este ano já mataram 88 pessoas são uma externalidade sem importância para a indústria. A máquina de propaganda dos patrões começou a controlar os senadores e os congressistas ontem, um a um, para que não se metam a fazer comentários emocionados no rescaldo desta tragédia que mais tarde lhes custem dinheiro e talvez o emprego.
Desde 2005 a National Rifle Association (NRA) canalizou quase 40 milhões de dólares dos produtores em propaganda e Obama tem implementado continuamente legislação que desregulamenta a venda, posse e uso de armas nos EUA. A minha universidade tem um grupo de estudantes plantados numa banca todos os dias, a distribuirem folhetos de propaganda para que a universidade ceda perante as pressões de Rick Perry e autorize o porte de armas nas salas de aulas. Eu perguntei a uma anormal que me deu um folheto como é que se sabe quem é que começou um tiroteio dez segundos depois de ele começar e ela respondeu-me, muito direitinha, com os olhos fechados: "The bad guy is the one who is shooting in all directions."
O lucro é o único valor moral dos americanos.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
O governo somos nós
Ora eu acho que o Salazar era um anormal e um crápula, a Nossa Senhora não existe e o problema de Portugal não são os governos: são os portugueses. O governo somos nós. Estes energúmenos foram todos eleitos e reeleitos.
Hoje um amigo meu meteu um artigo - acho que d'O Público - de uma jornalista muito suspirosa a dizer que os cientistas se vão embora porque não há apoios, etc.
Eu fugi de Portugal há quase 15 anos, mas não foi por causa do governo nem dos políticos: foi por causa dos portugueses. Fugi de ser maltratado, desautorizado e humilhado: por exemplo, o homem das facturas fazia-me esperar em pé, no corredor do IPPAR, horas a fio e eu ouvia-o através da porta a calhandrar ao telefone. Uns dez anos mais tarde encontrei o meu ex-chefe e ele disse-me que o centro do qual eu tinha fugido tinha implodido "por minha culpa": "desde que eu tinha saído ele nunca mais tinha conseguido que se fizesse nada!"
Fugi porque me fartei de ouvir dizer que tinha de ter respeitinho pelos chefes. Eram uma data deles, parece que todos importantíssimos. O IPPAR era um antro de irresponsabilidade e desperdício, onde a pequena corrupção imperava e era a alegria dos calhandreiros. O desgraçado que recebia uma percentagem das compras e que toda a gente sabia quem era, o que tinha um arranjinho com a garagem onde mudavam o óleo aos carros, o que arranjou um emprego para o sobrinho, que veio da tropa, coitadinho e que - eu vi - no primeiro dia de trabalho desatou a fazer fotocópias "para a prima" e a telefonar "para o estrangeiro". Os que achavam que o estado lhes pagava mal e iam para a praia de manhã a partir de Maio. Os chefes que chegavam ao meio dia e iam almoçar e voltavam às quatro. O desprezo total e absoluto pelos prazos, pelos cidadãos, pelos empreiteiros e pelo património. Os melindres e as retaliações contra quem se queixava. As facções. O tribalismo. As honras ofendidas de quem era apanhado com a boca na botija. As vinganças contra quem identificava os problemas.
Os portugueses estão-se nas tintas uns para os outros e não acreditam num modelo de sociedade democrática, em que a responsabilidade é de todos. E o governo... aqueles desgraçados que aparecem na televisão - são portugueses. Roubam mais do que a maioria porque têm acesso a mais dinheiro e baldam-se mais porque podem.
Um antropólogo chamado George Foster escreveu um artigo nos anos sessenta que explicava que em certas sociedades rurais as pessoas têm um sentido do "bem" como uma coisa finita e limitada, que não cresce e portanto cada vez que é consumido se reduz. Para estas pessoas torna-se mais importante que ninguém goze do que que haja uma repartição equitativa do bem. O sucesso é um crime e a mobilidade social uma ameaça. Trabalhar, cooperar e tornar o "bem" numa coisa que cresce e pode ser partilhada, está fora de questão. São estas pessoas que podem passar anos sem fazer nada mas se levantam às quatro da manhã, se organizam e colaboram com uma energia prodigiosa cada vez que alguém tenta fazer alguma coisa.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Contributo para uma melhor compreensão a respeito do Aquecimento Global
Não posso deixar de partilhar o seu vídeo mais recente:
domingo, 9 de dezembro de 2012
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Esquizofrenia governativa
- Depois de "sim, queremos as condições da Grécia", "seria péssimo termos as condições da Grécia, entenderam-nos mal", ontem voltámos ao "queremos as condições da Grécia".
- Primeiro havia espaço para receitas na educação, depois não haveria "co-pagamentos", hoje já "há margem para explorar co-financiamento das famílias".
- Houve um grupo de trabalho governativo há meses para decidir o futuro da TVI, cujas ideias já nem me lembro. Há meses acabava-se com um canal. Esta semana, 49% da RTP vão ser vendidos a privados.
A virgem meretriz
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Liberalismo e videovigilância
Note-se bem: não serão os proprietários de estações de serviço ou farmácias a decidirem, por eles próprios, se querem ou não ter videovigilância. Não têm autonomia para ponderar o risco de assalto e o custo da instalação e manutenção: não, népias, nada disso. O governo mandou, eles obedecem: pagam.
Sendo malicioso, lanço uma suspeita: de quem será a(s) empresa(s) beneficiária(s) desta lei? E será que algum assessor ou secretário de Estado sairá directamente do actual governo para uma dessas empresas? E será um acaso que hoje na TV se ouça a propósito de cada assalto: «não tinha câmara de videovigilância instalada...»?
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
A verdade sobre o ensino secundário privado
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Revista de blogues (3/12/2012)
- «Acusar todos os políticos de desonestos é hábito dos políticos que não ocupam cargos e dos demagogos que, fingindo não ser políticos, pretendem ser considerados honestos.Os ataques moralistas ao carácter dos políticos, indiferentes a opções que, por vezes, os críticos não têm preparação para analisar, não passam de demagogia, que afasta os mais capazes e lança o labéu sobre os mais honestos e dedicados servidores públicos.A ética republicana obriga-nos a distinguir o comportamento crapuloso dos que levaram à falência o BPN dos que tomaram opções, eventualmente erradas, de boa fé, e que cabe aos eleitores julgar em atos eleitorais.Dizer que Passos Coelho é corrupto é uma calúnia de quem, sem provas, pretende ser visto, por contraste, como honesto. Acusá-lo de extremista, reacionário e incompetente é um juízo de valor abundantemente comprovado. Avaliá-lo como um homem perigoso, cuja permanência no Governo pode tornar irreversível a nossa queda no abismo, é, mais do que um direito, um dever cívico com o qual devemos ser consequentes.Em princípio, um governo deveria cumprir uma legislatura e, só aí, submeter-se de novo ao veredicto do eleitorado mas, quando as medidas tomadas contrariam as promessas e as decisões afetam gravemente a vida dos portugueses, devem as manifestações públicas e todas as formas legais de luta mostrar aos governantes a porta de saída. Pode ser pior, para o nosso futuro, a manutenção deste Governo do que a sua substituição.É nestas alturas, perante a gravidade e irreversibilidade democrática de decisões lesivas que se sente a necessidade de um presidente da República. Bem o precisávamos.» (Carlos Esperança)
domingo, 2 de dezembro de 2012
Isto explica mesmo muito
Na cabeça desta gente, um pobre é, basicamente, um tipo que tem tudo o que o rico tem, mas tudo o que tem é um bocadinho pior (...). Na cabeça desta gente, há uma linha integralmente contínua que separa o rico do pobre, uma régua onde a distância entre toda a gente pode ser medida numa unidade monetária homogeneizante (ou seja, não há classes, há indivíduos). É sobre esta régua continua que a senhora Jonet queria fazer alinhar os pobres: fazê-los transitar da extremidade mais rica para uma mais consistente com a sua riqueza (é tudo um processo de re-ajustamento horizontal: ninguém cai, é só andar um bocadinho para o lado). É também esta a régua, aliás, subjacente aos modelos económicos que estão por detrás dos "processos de reajustamento" baseados na deflação doméstica que os austeritários impõem sobre o país. (...) Como é óbvio, a pobreza é disruptiva, não é contínua. A fome, a vulnerabilidade, a humilhação, a privação, são condições que determinam o rumo da própria vida, não se limitam a torná-la mais difícil ou menos agradável. Um pobre não tem carro, muitas vezes não tem casa, não faz escolhas.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
O The New York Times, é bem sabido, é dominado pelos comunistas e pela CGTP
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Mitos da crise II - a culpa é dos mediterrânicos que são corruptos, preguiçosos, morenos,...
Um governo tão clerical
Revista de blogues (29/11/2012)
- «(...) O que leva o governo e a maioria que o suporta a aprovar um Orçamento irrealista? Não demorou muito para percebermos: a inevitável derrapagem orçamental será a base de justificação para a já anunciada ‘refundação do Estado Social’. (...) Na realidade, não há verdadeira alternativa ao Orçamento aprovado que não passe pela redução da única despesa que pode ser cortada sem efeitos recessivos e com benefício na libertação de recursos para o investimento e a criação de emprego: os juros da dívida pública. Os juros da dívida representam 9% da despesa e 4,3% do PIB, quase todo o défice previsto para 2013. Um corte de 1% nos juros vale dois mil milhões de euros. Seria possível diminuir a despesa em quatro mil milhões na despesa (como agora se estima ser necessário) com base num corte de 2% juros. Esse é aproximadamente o valor que os fundos europeus nos cobram acima da taxa a que esses fundos obtêm os seus empréstimos. (...)» (Congresso Democrático das Alternativas)
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
O aquecimento global não pára
Já que é impossível que evitemos esta situação, face à falta de vontade política e apoio popular para implementar as medidas apropriadas, espero que daqui a umas décadas seja claro quem é que teve a lucidez de identificar o aquecimento global um problema fundamental, e quem é que insistiu na inacção catastrófica que vai marcar a resposta da humanidade a este desafio.
A minha posição é clara: as pessoas queixam-se que a electricidade é cara, mas é excessivamente barata, pois os impactos ambientais devidamente calculados deviam fazer parte do preço. Há negociatas duvidosas que inflaccionam o preço, mas, mesmo sem a sua influência, um custo sustentável da energia seria superior.
As pessoas queixam-se que a gasolina é cara, mas é excessivamente barata. Bem sei que o conluio entre as empresas abastecedoras em Portugal é parte da razão, mas os impostos sobre o consumo de produtos petrolíferos deveria ser superior.
E toda a produção industrial que resulte na emissão de gases que provocam o efeito de estufa deveria ser ainda mais severamente taxada. O custo de vida iria subir, mas isso seria uma forma mais racional de responder a este problema.
Numa situação de crise, onde os preços actuais já têm um impacto perverso sobre a qualidade de vida das pessoas, a braços com menos rendimento, esta é uma posição impopular - mas defendo-a sem hesitações, e infelizmente estou confiante que o tempo me dará razão.
Relvas e a informação na RTP
O segundo caso é este: Nuno Santos foi vítima de uma cilada para colocar a Direcção de Informação (DI) da RTP ao serviço do governo. O assunto ficara esclarecido com o Conselho de Redacção, a Comissão de Trabalhadores e o "director-geral" Luís Marinho (entre aspas porque o cargo continua ilegal), e, através deste, com a administração. Apesar disso, o caso foi reavivado três dias depois pelo "director-geral" e pela administração. Porquê? A meu ver, o "director-geral", o ministro Relvas, e o seu homem na administração, Alberto da Ponte, aproveitaram o caso para desgastar Santos, que vinha a desenvolver uma informação mais independente do poder político, desagradando a Relvas e relvistas na RTP. Apesar de esclarecido o assunto, os relvistas, pensando melhor, concluíram que podiam explorar o caso. Santos, percebendo a cilada, demitiu-se. Foi uma cabala própria dos mais ruins regimes de propaganda, autoritarismo e desinformação. O resto é fumaça, como o inquérito sumário e pré-decidido, tipo pré-25 de Abril, que Ponte mandou fazer. Ponte, cuja capacidade de gestão ainda não se viu, politicamente provou a sua submissão ao ministro Relvas.Qual é o desenvolvimento mais recente? Paulo Ferreira é o novo diretor de informação da RTP. Quem é Paulo Ferreira, perguntarão alguns leitores? Respondo eu: foi, entre outras coisas, diretor e responsável do Dia D, um suplemento do Público durante a direção de José Manuel Fernandes. E o que era o Dia D? Podem ver aqui e aqui, para terem uma ideia daquilo em que se vai tornar a informação da RTP.
Uma «unidade secreta» na PSP?
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Da «abstenção violenta» à oposição mansa
O Estado Social dos outros é um luxo
Grécia: 24.8 - 28.0
A Irlanda passa a média em 2010, mas esse número tem pouca relevância quando sabemos que é a exceção e não a regra: trata-se de um país num ano muito específico, com a economia destruída e com um desemprego anormalmente elevado.
domingo, 25 de novembro de 2012
Leitura de 25 de Novembro
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Pessoas estranhas
O assunto interno da RTP é fácil: houve quebra de confiança, logo demitiu-se. Siga.
Resta a questão de saber quem eram as tais «pessoas estranhas». Ora, «a PSP pediu à RTP brutos das imagens recolhidas junto ao parlamento, material que a estação não fornece (...) as imagens que passaram na edição da RTP e RTP informação, do domínio público, foram enviadas à polícia ao final do dia». A PSP não teria interesse em «vizualizar» imagens sem ficar com as respectivas «cópias»: porque sem as «cópias» não poderia haver procedimento judicial. Haverá um serviço do Estado interessado em «visualizar», mas que dispensa as cópias porque não inicia procedimentos judiciais? Que guarda apenas a «informação» da vizualização?
2+2=...
Mitos da crise I
E se Berlim quisesse que Atenas deixasse o Euro pelo seu próprio pé
Censos 2011: um milhão de portugueses não católicos
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Na ICAR estas coisas não se votam?
domingo, 18 de novembro de 2012
Perspectivas
- Acontece um segundo resgate antes do Verão, e Cavaco nomeia um novo primeiro ministro (Ferreira Leite?) à frente de um governo de «tecnocratas», com ou sem apoio do PS;
- O CDS deixa-se de fitas e sai do governo, passando ao apoio parlamentar (o que não duraria muito tempo);
- O PSD tem uma derrota estrondosa nas autárquicas de Outubro de 2013, precipitando uma revolta interna e novas eleições;
- Uma entidade externa «demite» Passos Coelho e Gaspar por manifesta incompetência (talvez isso tenha acontecido com Papandreou, fez agora um ano), empurrando Cavaco para o cenário 1.
Polícia bom, polícia mau
- «Brigadas infiltradas entre manifestantes esperaram, em vão, que o Corpo de Intervenção cercasse agressores e lhes permitisse detenções cirúrgicas, escreve o 'Correio da Manhã'. De acordo com este jornal, o treino policial para intervenção em conflitos urbanos pressupunha que o Corpo da Intervenção da PSP, ao ser apedrejado à frente do Parlamento, tivesse em poucos minutos formado um cerco à dezena de agressores. Tal teria permitido que os agentes da PSP à civil, no meio dos manifestantes, efetuassem detenções cirúrgicas. Segundo o 'Correio da Manhã', o facto desta manobra tática não ter avançado, por decisão do Comando de Lisboa, causou desconforto junto de responsáveis policiais.» (Diário de Notícias)
- A culpa foi do «Comando de Lisboa», que não deu ordem para fazer as prisões;
- A culpa foi das «brigadas»(sic) de infiltrados, que não quiseram fazer as prisões;
- A culpa foi do CI, que só queria era dar porrada;
- A PSP e o CI são tão incompetentes que não se sabem coordenar;
- Esta notícia saiu (no «Correio da Manhã»...) só para baralhar o debate.
sábado, 17 de novembro de 2012
O milagre económico alemão?
A crise inverte esta tendência. De 2009 a 2013 prevê-se um crescimento de 2,2% na Alemanha, bem acima dos 0,2% na Zona Euro e 0,6% na UE. E é difícil não associar esta inversão súbita ao desenrolar da crise. É difícil não pensar na velha queixa dos empresários alemães sobre a falta de jovens com elevadas qualificações numa sociedade envelhecida como a alemã, pensar no elevadíssimo desemprego jovem no Sul, e nas políticas ativas do governo alemão para atrair os tais jovens qualificados. É difícil não ligar o modo com a sua chanceler tem aparecido como a commander-in-chief de toda a Europa, e os enormes fluxos de capitais em direção à Alemanha em busca de alguma estabilidade no meio do pânico - fluxos esses tão grandes que levam a Alemanha a ter taxas de juros mais baixas que a sua vizinha Holanda, apesar de ter o dobro da dívida pública desta (82% contra 45% do PIB). É difícil não pensar na facilidade que há hoje na Alemanha em encontrar financiamento para qualquer investimento, quando até as taxas de juros nominais da dívida pública são negativas.
Não estou a afirmar que Berlim tenha intuitos obscuros na sua condução da crise - tanto que esta também a atinge - mas há que perceber que a Alemanha que nos mostram hoje, é como é, graças à crise.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Revista de blogues (15/11/2012)
- «(...) Quando, às 17.30, me apercebi que nada pararia uma minoria de idiotas, abandonei o local. Muitos decidiram ficar, mantendo a devida distância dos desordeiros, sem que, como vimos mais tarde, isso os livrasse de ser vítimas da violência policial. Era certa a injustiça: a enorme coragem que tantos trabalhadores portugueses mostraram, ao correr o risco de fazer greve (muitos deles precários e em risco de perderem o emprego) e ao perder um dia de salário que tanta falta lhes faria, seria esmagada pelas imagens de violência que sempre têm a preferência dos media. (...) Disse o ministro que as provocações - que existiram - eram obra de "meia dúzia de profissionais da desordem". Se eram meia dúzia (facilmente identificável depois de uma hora e meia de tensão), porque assistimos a uma carga policial indiscriminada, que varreu, com uma violência inusitada e arbitrária, tudo o que estava à frente? Porque foram agredidos centenas de manifestantes pacíficos, só porque estavam no caminho, naquilo que, segundo a Associação Sindical da PSP foi a "maior carga policial desde 1990"? (...) Como é possível que tenham sido detidas dezenas de pessoas no Cais do Sodré e noutros locais da cidade, sem que nada tivessem feito a não ser fugir de uma horda de polícias em fúria e aparentemente com rédea solta para bater em tudo o que mexesse? Entre os detidos e os agredidos estava muita gente que, estando tão longe de São Bento, nem sequer tinha estado na manifestação ou sabia o que se passava. Como é possível que dezenas e dezenas de pessoas tenham sido detidas em Monsanto e na Boa Hora sem sequer lhes tenha sido permitido qualquer contacto com advogados, como se o País estivesse em Estado de Sítio e a lei da República tivesse sido abolida? (...) O ministro da Administração Interna garantiu que, ao contrário do que foi escrito em vários órgãos de informação, não havia agentes infiltrados na manifestação, a promover os desacatos para excitar os mais excitáveis e justificar esta intervenção. Fico-me por aqui: sei o que vi antes de me vir embora. E os agentes infiltrados começam a ser cada vez mais fáceis de identificar. Já uma vez o ministro desmentiu uma notícia semelhante que depois ficou provada. (...)» (Daniel Oliveira)
Isto não foi um «excesso»
Subsidio-dependência
É raro que os liberais com maior acesso aos meios de comunicação social abordem este problema, seja nos EUA (que pagam mais de 80% deste valor), seja noutros países que contribuem para estes valores perfeitamente absurdos. E o escândalo e indignação que estes valores impressionantes mereceriam de um liberal coerente não seriam inconsequentes, pois pessoas de ideologias muito distintas que abarcam grande parte do espectro ideológico sentem igual aversão a estes subsídios. Esta seria uma causa comum, que com publicidade suficiente alcançaria uma fatia muito significativa (certamente maioritária) do eleitorado. Algumas sondagens revelam uma aversão a estes subsídios na ordem dos 70%.
Mas isso nunca acontece. Mais facilmente podemos ouvir críticas quanto aos custos do ITER, que pretende resolver o problema energético de forma sustentável e economicamente viável, e que ao longo do seu programa a 35 anos custará 915 vezes menos que os subsídios à indústria fóssil durante esse período. Porque é que isso acontecerá?
Os interesses dos mais poderosos conseguem efectivamente condicionar o debate público. Sugiro a todos os leitores que se consideram liberais que prestem alguma atenção a este caso escandaloso de subsídio-dependência. Um mínimo de coerência e informação assim o exigem.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
A violência gera violência
Na greve geral de hoje avançou-se mais um pouco numa escalada descendente que não augura nada de bom.
O Estado Social está para lá das nossas possibilidades
Em frente, para trás!
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Greve é também não fazer trabalhar os outros
Sobre o Bloco
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
O endividualismo em todo o seu esplendor
sábado, 10 de novembro de 2012
O BE não passa disto
- «Empurrem por favor o PS para a esquerda (...) João Semedo rejeitou hoje um governo de esquerda com o PS» (João Semedo).
- «Não nascemos para ser gueto (...) sabemos que a pureza não faz maioria (...) O BE deve ter “os dois pés na esquerda” (...) quando o Bloco cresceu mais foi quando se demarcou mais do centro (...) entende que o crescimento do partido, com vista à formação de um governo, está longe do centro político» (Joana Mortágua).
- «Recusou (...) a ideia de que o seu partido está acantonado e sublinhou que a culpa da falta de convergências à esquerda é do PS e do PCP» (Pedro Filipe Soares).
Revista de blogues (10/11/2012)
- «Em 2011 as campanhas de recolha em supermercados contribuíram apenas com 10% do valor dos produtos recolhidos pelo Banco Alimentar de Lisboa. A indústria agro-alimentar, reciclando os seus excedentes, doou 43%. A reciclagem de excedentes da UE contribuiu com 22%. O Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (de novo, os excedentes) doou 11%. As retiradas de fruta pelo IFAP (ainda os excedentes) renderam 6%. Ou seja, ao todo, o escoamento de excedentes correspondeu a 82% do valor dos produtos distribuídos.
- O Banco Alimentar precisa das campanhas de recolha em supermercados por boas razões de marketing e ao fazê-lo mantém ocupados os escuteiros e toda a rede de voluntários ligada à Igreja Católica, que enquanto estão à porta dos supermercados a estender-nos os saquinhos estão a contribuir à sua maneira para o bem comum e a ajudar-nos a - como em todos os actos de caridade - aliviar as consciências sem resolver nenhum problema estrutural. (...) o core business do Banco Alimentar não é a nossa caridade, é evitar o escândalo da destruição de produtos alimentares no nosso país e na nossa Europa. (...)» (Paulo Pedroso)
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Schäuble e Vichy
Com amigos destes...
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Um desafio à Chanceler Merkel
- «Exmª Srª Chanceler Merkel,
Escrevemos-lhe em antecipação à sua visita oficial a Portugal no próximo dia 12 de Novembro. No programa dessa visita há uma oportunidade perdida: a Srª Chanceler vai falar com quem já concorda com as suas políticas. E mais ninguém.
Julgamos poder afirmar que a maioria dos portugueses discorda das suas políticas e poderia ter consigo uma conversa honesta e para si instrutiva acerca do que se está a passar no nosso País e na Europa.
Uma das primeiras coisas que lhe poderíamos explicar é como Portugal perdeu, só no último ano, 22 mil milhões de euros em depósitos bancários — mais do que aquilo que agora é obrigado a cortar em despesas sociais. Mas há mais: em transferências de capitais, Portugal perdeu pelo menos 70 mil milhões de euros desde o início da crise. Se este número faz lembrar alguma coisa é porque ele é praticamente igual ao montante do resgate ao nosso país. O que isto significa é que a insolvência de Portugal é, em primeiro lugar, o resultado das insuficiências das lideranças europeias e de gravíssimos defeitos na construção da moeda única.
Portugal tinha à partida problemas e insuficiências. Os cidadãos portugueses sabem disso melhor do que ninguém. É por isso que lhe podemos dizer: as políticas atuais agravam os nossos problemas e impedem-nos de os resolver. Quanto mais prolongadas estas medidas de austeridade forem, mais irreversíveis serão os seus efeitos negativos. É por saberem isso, por verem isso no seu quotidiano, que os portugueses estão angustiados e indignados. Talvez no seu breve percurso por Portugal possa ver que muitos de nós pusemos panos negros nas nossas janelas. A razão é muito simples: estamos de luto.
Estamos de luto pelo nosso País. A Srª Chanceler virá entregar a cem jovens portugueses bolsas de estudo na Alemanha. Deveria saber a Srª Chanceler que os portugueses vêem como uma tragédia que a nossa juventude, a geração mais formada da nossa história, em que tanto investimos e de que tanto orgulho temos, esteja a abandonar em massa o nosso país por causa das políticas que a Srª Chanceler foi impondo. Esta sua ação é vista como mais um incentivo para a fuga de cérebros, de que tanto precisamos para a reconstrução do nosso país. A maioria dos portugueses não entende como é possível que não se procure criar condições para que os milhares de jovens licenciados que fogem de Portugal todos os anos queiram voltar para ficar. Tal como também se vive aqui como uma provocação a Srª Chanceler vir acompanhada de empresários alemães, com o propósito de fazerem negócios proveitosos para o seu país, mas desastrosos para o nosso que vê todos os dias nas notícias o seu património a ser privatizado para lucro de todos menos do povo português.
E estamos de luto também pela Europa. O grau de distanciamento e recriminação entre os povos e os países da União é estarrecedor, tendo em conta a trágica história do nosso continente. Desafiamo-la a reconhecer, Srª Chanceler, que cometeu um grave erro ao ter recorrido a generalizações enganadoras sobre os povos do Sul da Europa — ao mesmo tempo que condenamos as expressões de sentimento anti-alemão que mancham o discurso público, onde quer que apareçam. As nossas nações europeias, todas elas históricas, são diversas entre si mas iguais em dignidade. Todas devem ser respeitadas e todas têm um papel a desempenhar na União.
Cara Srª Chanceler, esta loucura deve parar. A Europa volta a estar dividida ao meio, não por uma cortina de ferro, mas por uma cortina de incompreensão, de inflexibilidade e de irrazoabilidade. Estamos disponíveis, enquanto seus concidadãos europeus, a abrir um verdadeiro debate transparente e participado sobre a saída desta crise e o nosso futuro comum, para que possamos fazer na nossa Europa uma União mais democrática, mais responsável, mais fraterna — e com mais futuro.
Mude o programa da sua visita a Portugal. Fale com quem não concorda consigo. Use esta visita como um momento de aprendizagem. Use a aprendizagem para mudar de rumo.
Com os nossos cordiais cumprimentos,»