Sarkozy está a duas semanas de conseguir o prodígio de ser o primeiro presidente da 5ª República francesa a não ser reeleito. É um sinal claro de como a crise europeia já chegou à França, e de como todos as cabeças governantes da Europa vão rolar eleitoralmente, uma a uma.
A filha de Le Pen recupera votos que o pai perdera em 2007 (época do cartaz de cima), mas 18,3% não me parece surpreendente: é pouco mais do que na 2ª volta de 2002 (17,8%). Por chocante que seja que um dos países centrais da UE tenha um eleitorado com quase 20% de extremistas de direita, a realidade é essa há um quarto de século. Creio mesmo que se pode dizer que a «desdiabolização» do FN falhou e que dificilmente a Le Pen se sentará num gabinete de poder (ao contrário do que Fini conseguiu).
Hollande carrega a pesada responsabilidade de grande parte da esquerda europeia esperar dele não apenas que seja o primeiro presidente francês de esquerda desde Miterrand, mas até que inverta o rumo da UE. É muito.
Mélenchon posicionou-se para ser o parceiro menor de um governo de esquerda francês, dependendo do resultado de umas próximas legislativas. É incoerente o entusiasmo do BE por alguém que não hesitará em negociar o poder com os socialistas. E que reduziu à insignificância a extrema esquerda francesa (que somou 1,7% agora contra 7,1% em 2007).
A segunda volta será decidida pela vontade que o eleitorado centrista de Bayrou ou extremista da Le Pen tenha de se livrar de Sarkozy ou pelo temor que tenha de arriscar Hollande. Será interessante.
1 comentário :
Se perder, perde porque é um crápula.
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