Os argumentos de alguma direita contra as manifestações são fracos. As manifestações são uma forma de participar no debate político que deve ser permanente, e não limitado às vésperas das eleições. Não são apenas destinadas aos políticos, mas aos outros eleitores. São uma forma de exprimir o quanto a causa diz aos participantes, de dar relevância jornalística ao que mobiliza os manifestantes, de fazer com que os debates que animam a sociedade sejam suscitados por aquilo a que as pessoas dão importância, e menos pelas escolhas editoriais dos órgãos de comunicação social. As manifestações são um reflexo dessa liberdade fundamental que é a liberdade de expressão; são uma forma de lhe dar uso efectivo - são, em suma, uma forma de discurso.
Claro que devem influenciar a classe política, na medida em que o discurso influencia: ou porque os decisores políticos se apercebem do mérito daquilo que é proposto (antes podiam nem sequer ter dado atenção ao caso); ou porque se apercebem da influência deste discurso entre os restantes cidadãos, e portanto decidem alterar a forma de os representar.
Mais delicados são os restantes argumentos que mencionei. As manifestações podem mudar alguma coisa? Têm eficácia? Valem a pena?
Sim.
Em primeiro lugar interessa-me frisar que, em política, o cinismo em excesso é completamente contra-producente. É uma profecia auto-concretizada. Se «o sistema» não funciona, o cinismo que justifica a inacção é um dos culpados. A verdade é que, na nossa história recente, várias manifestações tiveram uma influência política significativa. Seria de esperar que maior mobilização política melhorasse a qualidade da representação política e vice-versa.
Mas a força das manifestações vem também de um aspecto em particular à qual poucos parecem dar atenção. Este aspecto explica o medo que as manifestações podem exercer sobre regimes opressivos, que fazem significativos esforços para as impedir. São uma conquista difícil que muitos desvalorizam num cinismo que justifica a preguiça. Segue-se um vídeo de Steven Pinker que explica bem aquilo aquilo a que me refiro:
1 comentário :
podem claro a manife da Marinha Grande em que arreámos nos socialistas levou Soares à eleição
presidencial
(em vez de Salgado Zenha que era o favorito da esquerda até então)
A manif pró Fátima Felgueiras com o Assis a levar na mona
levou o pessoal a unir-se em volta da lider injustiçada
(os nossos ladrões sã melhores que os vossos)
as manifes pró liberdade no norte de africa e no médio oriente levaram à crise económica no egipto aos islamitas a compartilhar o poder com os militares
e o povo que morreu nas ruas com o pão 30% mais caro e com a mortalidade a aumentar devido à crise turística e às greves
tal como na tunísia
na Líbia 50 mil mortos depois a manifes trouxeram contratos bilionários de reconstrução
as tribos do sul continuam a matar-se uns aos outros ou a fugir para o mali
e excepto isso tá tudo nice...o poder de compra desceu uns piquinhos mas isso é normal
as manifes e saques populares na grã-bretanha e na grécia levaram os excluidos económicos a serem apelidados de Delinquentes e Arruaceiros
pelos Alves Dos Reys deste mundo
logo man infesta nice...dão um resultadão
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