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terça-feira, 25 de junho de 2013

Mais insultos elogiosos

Poucas semanas depois do Daniel Oliveira, a Fernanda Câncio é insultada pelo Jornal de Angola (por este artigo). O facto, como é evidente, só pode aumentar o respeito e a admiração que se tem por esta jornalista.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Revista de imprensa (21/6/2013)

  • «Angola é assunto que por cá se trata com pinças. Não foi sempre assim; (...) Seria interessante perceber a partir de que momento se verificou tanta cautela - para, provavelmente, concluir que coincide com o adensar dos interesses económicos "bilaterais" e com os investimentos de empresas angolanas em Portugal, nos media em particular. Portugal não está só nesse silêncio. Há um ano, por ocasião das legislativas angolanas, o jornal britânico The Guardian titulava um artigo "José Eduardo dos Santos, o autocrata menos conhecido de África", frisando manter-se no poder há 33 anos (agora 34) e que, filho de um pedreiro, toda a vida quadro de um partido de génese comunista, acumula na sua família imediata - os filhos, com relevo para a mais velha, Isabel, de 40 anos, considerada a mulher mais rica de África - uma imensa fortuna. (...) Como repórter no Médio Oriente, Henrique Cymerman, embora cerimonioso, nunca surgiu timorato. Perante dos Santos e afirmações como "Angola é uma democracia de carácter social"; "estamos a trabalhar para erradicar a pobreza, a nossa maior preocupação é o fosso entre ricos e pobres mas temos a herança que vem do tempo colonial", ou "a corrupção é um problema em todos os países mas temos agido para que as pessoas não se apropriem do que não é delas", coibiu-se de contrapor o óbvio: apesar da sua abundância de recursos, e de ter sido descolonizada há 38 anos, Angola está na cauda do índice de desenvolvimento humano; a família do Presidente apresenta um nível de riqueza e de proeminência nos negócios dificilmente explicável por outro fator que não a sua proximidade ao poder. O desplante é tal que um dos filhos faz parte da direção do fundo soberano de Angola, criado, com uma dotação inicial de cinco mil milhões de euros, por ordem presidencial em 2012; a outra foi atribuída a gestão de um dos canais da TV pública. Das duas, uma: ou Cymerman veio do espaço no dia da entrevista (Israel não é assim tão longe) ou foi condicionado nas perguntas. (...)» (Fernanda Câncio)

domingo, 9 de junho de 2013

Insultos elogiosos

Curiosos insultos estes, que devem encher de orgulho quem os recebe.

O Daniel Oliveira está de parabéns!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Em defesa da IURD

Angola «suspendeu» a IURD. Eu sei: no dia 31 de dezembro, a IURD organizou em Luanda um evento num estádio para 30 mil pessoas prevendo que viessem 150 mil. E foram 250 mil (ou mais, os números variam). Terão morrido 13 no chamado «desastre de Luanda». É horrível, terá havido irresponsabilidade e negligência dos responsáveis dessa igreja (e do policiamento do evento), mas não acredito que a intenção fosse causar mortes.

Num Estado civilizado e laico, este seria assunto para os tribunais: as responsabilidades teriam que ser apuradas e os responsáveis punidos. A solução angolana, pelo contrário, é típica de um Estado autoritário: «suspender» a IURD (e, por tabela, mais seis igrejas) por decisão governamental.

Mais incrível ainda, o senhor presidente de Angola acusa de «publicidade enganosa» a IURD. É grotesco: prometer «fim a todos os problemas que estão na sua vida; doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas, etc» é «publicidade enganosa»? Então o que serão as promessas do «paraíso» católico? Ou as dos feiticeiros africanos que também vemos em Lisboa? Publicidade não enganosa? E as promessas de democracia do senhor Eduardo dos Santos?

[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Leitura recomendada ao primeiro-ministro

Recomendo ao primeiro-ministro, em honrosa campanha de estende-mão em Angola, a leitura desta obra de Rafael Marques. Chama-se "Diamantes de Sangue" (Tinta da China, 2011) e a sinopse narra o seguinte:

"[Rafael Marques] é um dos principais responsáveis por denunciar e divulgar os esquemas de corrupção que envolvem as mais altas esferas do poder em Angola, bem como as empresas e entidades estrangeiras que com ele negoceiam. Na região do Cuango, a situação é trágica. Para benefício dos que exploram os diamantes, as populações são mantidas em condições de quase escravatura, sendo torturadas, assassinadas, roubadas e impedidas de manter quaisquer actividades de auto-subsistência. As autoridades e o governo ignoram os crimes, as forças armadas e policiais são não só coniventes como também protagonistas desses crimes."

Há cerca de 10 anos Bernard-Henri Lévy em "Réflexions dur la Guerre" denunciava a exploração de diamantes nas mesmas regiões, a mesma violência e a mesma tortura, mas curiosamente perpetrada em estreita colaboração entre os homens da UNITA e MPLA, que dividiam irmanmente as margens dos rios ricos em diamantes, embebedavam-se juntos e frequentavam os mesmos bordéis. Entretanto o dinheiro conseguido com a venda desses diamantes era usado para comprar armas distribuídas no resto do país para se matarem uns aos outros.

Isto fica bem ao "Obama de Massamá" e a um ministro dos negócios estrangeiros acabadinho de chegar da Venezuela. Para onde irá estender a mão a seguir? Arábia Saudita? Coreia do Norte? China?...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Aguarda-se manifestação em frente à embaixada de Angola

  • «O artigo de fundo sobre as escutas do caso Face Oculta que na edição portuguesa ocupa quatro páginas foi reduzido para apenas duas na versão angolana. O texto que surge nas páginas 4 e 5 relatando vários passos no alegado plano para controlar a comunicação social foi encurtado na versão angolana do SOL.
    As diferenças são ainda mais evidentes nas páginas 6 e 7 que relatavam o envolvimento de Joaquim Oliveira. A fotografia do dono da Controlinveste, proprietária do DN, TSF e JN desapareceu na edição angolana e foi substituída por um anúncio de promoção ao próprio jornal.
    Esta alteração já está a ter uma leitura política em Luanda. Joaquim Oliveira é sócio da ZON empresa da qual Isabel dos Santos, filha do presidente angolano, também é accionista.
    » (SIC, 12/2/2010)
  •  «Mário de Carvalho, jornalista português contratado para coordenar a delegação do Sol, em Luanda, demitiu-se – aparentemente por considerar diminuta a liberdade editorial de que dispunha. Por imposição dos accionistas angolanos que controlam a empresa, foi substituído pelo jornalista Luis Costa Branco (ex-SIC), casado com a manequim Nayma Mingas.» (Angola Digital News, 16/2/2010)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Revista de blogues (25/1/2010)

  1. «Classificar Hugo Chávez de "tirano" é um erro de interpretação. O homem tem muitos defeitos e está a afundar a Venezuela, mas não é um ditador que tome decisões arbitrárias e sanguinárias. E o seu regime não é comunista, embora também não seja um bom exemplo da melhor democracia. O mesmo se pode dizer de Evo Morales, que está a afundar a Bolívia. (...)
    Quando analisam o regime chavista, muitos observadores usam a analogia cubana, que é claramente imprópria. Acho que deviam fazer a comparação com Juan Perón, que afundou a Argentina nos anos 40 e 50. A megalomania de Perón teve um método que lembra o de Chávez: o poder assentou primeiro no controlo das forças armadas, depois no controlo da economia e, finalmente, no controlo da comunicação. A intenção era a mesma: criar uma potência regional.» (Luís Naves)
  2. «José Eduardo dos Santos decidiu fazer-se eleger pelo parlamento, por mais cinco anos, por mais dez anos, troçando da democracia, por uma razão muito simples: porque pode. Porque já nem sequer precisa de fingir que acredita nas virtudes do sistema democrático. Enquanto Angola der dinheiro a ganhar, aos de fora e aos de dentro, e mais aos de fora que aos de dentro, como sempre aconteceu, ninguém o incomodará. Para isso, para que Angola continue a dar dinheiro, exige-se alguma estabilidade social, sim, mas não democracia. Democracia é um luxo.
    (...)
    Aos angolanos resta a esperança de que o crescimento económico possa contribuir para a formação e o regresso de jovens quadros. Estes, juntamente com uma mão-cheia de jornalistas independentes, de activistas cívicos, de militantes de pequenos partidos, todos juntos, talvez consigam criar um amplo movimento social capaz, a médio prazo, de vencer o medo e de transformar Angola numa verdadeira democracia.» (José Eduardo Agualusa)

terça-feira, 13 de maio de 2008

Que continue o regabofe

  • «O Jornal de Angola (JA) diz que "chegou a hora de dizer basta" ao que qualifica como "os mais baixos ataques ao país" e aos seus dirigentes políticos. O aviso consta de um texto disponível na edição on-line do jornal, e assinado pelo director do periódico estatal, para quem "Lisboa continua, infelizmente, a ser o centro das conspirações contra Angola". Este não é o único artigo a visar os portugueses - num texto não assinado, no mesmo jornal, diz-se que "se o regabofe continua" serão publicadas "listas com os nomes dos quadrilheiros portugueses, que foram capturadas no bunker de Jonas Savimbi [o antigo líder da UNITA, morto em 2002]".» (Diário de Notícias)
Por mim, espero que o «regabofe» continue. Em primeiro lugar, porque a cleptocracia angolana merece ser confrontada e, num dia radioso, ser desmantelada. Em segundo lugar, secundariamente, porque a «lista dos quadrilheiros» deve ser muito interessante.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Uma verdade inconveniente

  • «O Banco Espírito Santo (BES) reagiu antes mesmo do Governo de Angola. Demarcou-se do músico irlandês Bob Geldof e criticou-o por este ter dito, num seminário organizado pelo próprio banco e o jornal "Expresso", na terça-feira, que Angola era "gerida por criminosos". Mas isso não poupou a instituição com importantes interesses económicos em Angola de ser criticado na edição de ontem do "Jornal de Angola" por convidar Geldof, o músico responsável pelo Live Aid (1985) e pelo Live 8 (2005) para o evento. Em Lisboa, num comunicado, a Embaixada angolana repudiou as afirmações de Geldof e evocou a possibilidade de processar o músico. Ontem, fonte daquela embaixada disse ao PÚBLICO que continuavam "em estudo" as "medidas legais (...) apropriadas" para "repor a verdade dos factos".» (Público)

terça-feira, 29 de maio de 2007

Revista de blogues (29/5/2007)

  1. «Dado que o “grau de popularidade” das instituições e figuras políticas se presta a frequentes utilizações destinadas a substituir a argumentação pela autoridade dos números (...), atente-se nos resultados do barómetro da Marktest, publicado nos jornais de ontem. O PS lidera as intenções de voto (47%) a larga distância do PSD (27%) e, ainda mais, dos restantes partidos PCP e BE (8%) e CDS-PP (6%). Isto quer dizer que o PS, se fosse a votos na data das entrevistas, tinha assegurado um resultado que poderia repetir a maioria absoluta. Porém, o que vemos em provas eleitorais parciais (regionais da Madeira, autárquicas e, provavelmente, na próxima futura de Lisboa) é um partido que ganha em abstracto (ideias gerais para o país) e perde -- ou ganha menos -- no concreto (soluções específicas para os problemas das pessoas). (...) Porque será que “ninguém” reparou, agora, que o resultado do 1º Ministro ficou abaixo dos valores atingidos pelo seu partido? E que 6 (seis) dos seus ministros se apresentam com taxas negativas, três deles com saldos da ordem dos dois dígitos (Agricultura, Educação e Saúde)?» («Um circo no deserto (3)», no Puxa Palavra.)
  2. «Passaram 30 anos sobre uma das mais traumáticas e sangrentas lutas pelo poder nos movimentos-partidos que emergiram nas independências das antigas colónias portuguesas, organizações estas vindas directamente das guerras de libertação e transformadas repentinamente de organizações guerrilheiras, em que o figurino militar predominava, para organizações políticas mantendo uma forte componente militar e a tomarem posse dos Estados criados com as independências, socorrendo-se de um marxismo-leninismo colado à pressa. Refiro-me, é claro, ao “golpe” de 27 de Maio de 1977 e suas consequências. Na tríade dos movimentos-partidos mais importantes (MPLA, Frelimo e PAIGC), sem dúvida que o MPLA era o que se apresentava mais frágil, com um contexto de ingerências mais contundentes, estava profundamente minado por rivalidades internas e cisões e possuía a liderança mais problemática (Agostinho Neto tinha tanto de carisma como de perfídia autoritária). (...) Muito mistério aguarda a abertura de arquivos para se vir a saber como foi possível que, em 1977, Brejnev não tenha telefonado a Fidel Castro para o informar do golpe que o KGB preparava contra Neto, concertando posições, e Fidel Castro não tenha telefonado primeiro a Brejnev a avisá-lo que ia mandar as tropas cubanas fazer fracassar o golpe e conservar Neto no poder, ajudando a dizimar os angolanos pró-soviéticos.» («Trinta anos depois, haja reconciliação e História», no Águalisa(6).)

quinta-feira, 21 de abril de 2005

Laicidade lusófona (1): Angola

Artigo 10º - (Estado Laico)
1. A República de Angola é um estado laico, havendo separação entre o Estado e as igrejas e confissões religiosas.
2. As religiões são respeitadas e o Estado dá protecção às igrejas, lugares e objectos de culto, desde que não atentem contra a Constituição e a ordem pública e se conformem com as leis do Estado.
(...)
Artigo 344º - (Limites Materiais de Revisão)
As Leis de revisão constitucional têm de respeitar:
(...)
d) A forma republicana do Governo;
(...)
k) A laicidade do Estado;