Tive o meu primeiro endereço de email depois dos 20, e portanto recordo-me de um mundo sem internet. Mas agora qualquer adolescente (e até crianças) está nas redes sociais, sabe fazer uma busca, informa-se e socializa através da internet. E se a nossa vida pessoal e profissional mudou muito, a política também mudará. De várias formas.
Primeira, a internet é um novo "agora". Quem tem algo a dizer faz um blogue, escreve nas redes sociais, manda emails. A difusão da opinião, apesar do maior impacto que os media tradicionais retêm, já não depende dos latifundiários da comunicação do século xx (governos, grupos económicos ou partidos). A opinião pública tornou-se mais descentralizada, também mais livre e independente.
Segunda, as desculpas para que os actos dos governos e das autarquias não sejam todos facilmente acessíveis terão de ceder perante as exigências de transparência e fiscalização.
Terceira, novos interesses geraram novas causas. Os partidos piratas, puro produto da era da internet, têm hoje 10% de votos ou intenções no Norte da Europa. Defendem a liberdade na internet para os cidadãos e maior transparência para os governos e alterações no regime de propriedade intelectual e de direitos de autor (que dificilmente sobreviverá à generalização da partilha de ficheiros).
Não me parece que os velhos partidos tenham reflectido nisto.
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