Depois de Lérida, seguiu-se Tarragona, seguir-se-á Barcelona e ainda Coín (em Málaga). Mais do que a laicidade, o pretexto invocado são os direitos das mulheres e a necessidade de as pessoas estarem identificáveis nos serviços públicos. Estas restrições do uso dos véus integrais aplicam-se apenas nos serviços municipais, mas deveriam ser acompanhas, na minha opinião, da remoção de símbolos religiosos cristãos que se encontrem em edifícios públicos.
"Uma escuta aqui, uma escuta ali"
Há 55 minutos
6 comentários :
NA MINHA OPINIÃO, OS MUÇULMANOS QUE QUEIRAM VIVER NA EUROPA, TÊM QUE SE SUJEITAR, E BICO CALADO... IMAGINEMOS UMA SENHORA DE MINI-SAIA EM KABUL... QUE FARIAM ELES?... CERTAMENTE MATAVAM-NA LOGO... QUANTO À REMOÇÃO DE SÍMBOLOS RELIGIOSOS, E APESAR DE EU ME ESTAR A MARIMBAR PARA A RELIGIÃO, NÃO CONCORDO COM O SR.... FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA...
Não tem nada que ver as burcas com os símbolos cristãos. Repare que as burcas são proibidas, não por serem símbolos religiosos - que toda a gente é livre de ostentar - mas sim por ocultarem a identidade da pessoa e por, supostamente, violarem os direitos das mulheres. Nada tem a ver com religião. Aliás, a burca é um traje, não é uma forma de religião.
Luís Lavoura
E ENTÃO, A MINI-SAIA TAMBÉM É UM TRAJE... NO ENTANTO TAMBÉM É PROIBIDA , NOS PAÍSES DELES...
Luís Lavoura,
as burcas são usadas por imposição de uma religião - uma versão integrista ou extremista de uma religião, mas não deixa de ser uma imposição de origem religiosa. Proibi-las é impedir a imposição da religião a essas mulheres, e portanto não é um acto neutro em matéria religiosa. E se essa proibição não é acompanhada da correspondente laicização do Estado espanhol (retirando símbolos religiosos de edifícios públicos, por exemplo) pode ser entendida como estando a ser feita em nome de uma religião de Estado.
É importante notar que as eleições locais espanholas estão à porta; que esta proposta, se bem que inicialmente avançada pela direita, foi abraçada pelos socialistas (em termos locais, não nacionais); que o desemprego está elevado; que diversas cidades tiveram um aumento de população estrangeira elevadíssimo, nos últimos 10 anos. Apesar de ser completamente contra burqas e outros machismos, estas propostas cheiram demasiado a populismo e a Omo (lava mais branco). Parece-me que há melhores maneiras de contribuir para a igualdade, e temo que essas mulheres de burqa acabem por ficar ainda mais fechadas em casa (onde ninguém as vê, nem sabe quantas são - ou seja, pesam menos na consciência dos políticos e diminuem um bocadinho a visibilidade das desigualdades sociais na rua).
Lígia Paz,
parece-me pouco provável que essas mulheres fiquem fechadas em casa. E é necessário dar um sinal de que práticas extremistas como o véu integral não são aceitáveis.
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