O desenraizamento dos «retornados» constituiu o maior drama humano do pós-25 de Abril. Todos cremos que não será repetível, mas na verdade há um número superior de portugueses a residir na Europa ocidental a leste de Portugal do que havia nas várias colónias africanas, e uma Europa cada vez mais dominada por Le Pens, Finis, Wilders e outros semelhantes nunca esteve mais perto de começar a «reverter» os fluxos de imigrantes. Da União Europeia espera-se, evidentemente, que jamais permita tal coisa. Mas a UE é política e até economicamente frágil, como a crise actual tem comprovado.
Ao contrário do que gostamos de acreditar, os portugueses não são necessariamente bem vistos por essa Europa fora. O episódio do e-mail xenófobo e lusófobo posto a circular pela polícia luxemburguesa evidencia o ódio que os nossos compatriotas geram e que não gostamos de admitir. Já esteve mais longe o clima que permitirá novos «retornados».
4 comentários :
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Foi este o momento histórico que se desejava e conseguido com todo o êxito. Reuniram-se franceses e republicanos de 24 organizações, desde a união de ateus, laicos de esquerda , centro, gaulistas, direita e extrema-direita, monárquicos,tudo gente de sensibilidades políticas diferentes, mas todos movidos pela defesa da França laica e republicana contra a barbárie islâmica, esse novo-velho fascismo do século XXI, no espírito do apelo lançado pelo General De Gaulle noutro 18 de Junho, em 1940, contra o invasor dum outro nazismo.
E nada será como dantes a partir de agora.
A ditadura do políticamente correcto e da mediacracia levaram desta vez um sério arrombo, em França e além fronteiras.
Todos os traidores e capitulacionistas da "esquerda laica" ficaram em posição de xeque e mate à rainha Caroline Fourest e sus muchachos da internacional islamófila pseudo-laica.
Aqui vai uma pequena amostra do acontecido.
Oooohhh como foi lindo, posso testemunhar,é que eu também lá estive e até a voz me doeu a cantar a marselhesa.
sempalasnosolhos, irmão gémeo do sempapasnalingua.
Beijinhos e abraços da Eurábia resistente.
Acho que exageras, por um lado. Não creio que a abolição de fronteiras na Europa seja reversível.
Por outro, acho a comparação algo desadequada. Os portugueses residentes nas antigas colónias eram em grande parte socialmente bem diferentes dos emigrantes. Também eram emigrantes, de uma certa forma, mas era uma realidade totalmente distinta dos portugueses no Luxemburgo ou em França.
Filipe,
há políticos que desejam o regresso das fronteiras, e que progridem nas eleições (e.g., Geert Wilders). São minoritários? Certo. Mas nunca tiveram tanto peso.
Quanto às diferenças que apontas no segundo parágrafo, é evidente que existem. Mas até 1975 ninguém previra o fenómeno dos «retornados». E de repente aconteceu. Isso deveria fazer reflectir (e é esse o objectivo do post).
Nota a curiosa enumeração dos países de origem dos «imigrantes indesejados»: «Paquistão, Afeganistão, Iraque, Nigéria, Turquia ou Portugal».
Para além das diferenças sociais que o Filipe aponta há outra: a das vagas de migração. Aquela dos anos 60 até 80 está bem integrada e, fora alguns detalhes sem valor, não inspira cuidados.
Mais recentemente, noventas para cá, mais gente emigrou para o Luxemburgo (assim como para outros lados). Não falam ou falam mal a língua, vivem isolados do resto da sociedade, têm problemas de aprendizagem na escola e de empregabilidade. São vistos como dependentes e conflituosos. A única coisa que aos olhos de luxemburguês os distingue dos turco, dos nigerianos, etc, é a religião.
Mas concordo com o Ricardo numa coisa: o Portugal "dos nossos queridos emigrantes" ao estilo António Sala já morreu há vinte anos e não sei se muita gente já se apercebeu disso.
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