quarta-feira, 9 de junho de 2010

Daqui, sem poder e sem ânsias

É cómico ser acusado de «esquerdismo revolucionário» por alguém que, há menos de um ano, escrevia na revista da UDP(*). Ainda mais cómico é que esse mesmo alguém venha insinuar que «anseio o poder» (creio que queria insinuar que «anseio pelo poder»), quando apenas há sete meses era ele quem estava no blogue de campanha do PS.

Não lhe invejando portanto nem a coerência das ideias nem a gramática, não deixo de achar muito significativo que quem há um ano sugeria a ilegalização do PNR, e usava «ultramontano», «retrógrado» e «populista de direita» com sentido pejorativo, manifeste agora opiniões ultramontanas que fazem César das Neves parecer um moderado, e o PNR o seu voto natural. Seria já assim há um ano, por baixo da máscara?

(*) Trata-se, aparentemente, de outro Carlos Santos. O que não é o caso neste artigo.

10 comentários :

Anónimo disse...

Que confusão vai aí. O Carlos Santos que escreve na revista da UDP é funcionário do Bloco e trabalha no esquerda.net. Não há qualquer hipótese de ter estado em blogs do PS ou da direita.

no name disse...

na revista da UDP não sei, mas para o bloco escrevia com fotografia e tudo, basta ver o primeiro de uma outra série de links muito ilustrativos sobre a personagem:

http://jugular.blogs.sapo.pt/1944815.html

com ou sem máscara, doente ou planeado, a verdade é que enganou muita gente! e se calhar continua a enganar...

Ricardo Alves disse...

Se o Carlos Santos da revista da UDP não é o mesmo que agora é católico conservador e grita «Rousa Coutinho matou o meu irmão», então quem é este:

http://igualdade.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=86&Itemid=1

CS disse...

O texto no site do bloco foi escrito como convidado com a participação de vários economistas académicos. A iniciativa foi colocada no site partidário? Não é problema meu.
Quanto ao texto da tal revista UDP, obviamente não é meu.
Muito antes de escrever em blogs, assumi-me publicamente como católico. Nunca reneguei nem renegaria essa condição.
Espero que os esclarecimentos cheguem.
Cumprimentos,
Carlos Santos (o próprio)

Ricardo Alves disse...

Senhor Carlos Santos,
não chegam os esclarecimentos.

1) No texto do site do BE, diz: «nossos anseios e prioridades, enquanto esquerda moderna mas nunca envergonhada». Os outros convidados também chamavam «nossa» (deles) àquela casa? Ou foi só o Carlos?

2) Explique-me lá como escrevia isto, em 23/4/2009:

«Se no 31 da Armada não surge nenhum clamor quanto ao padre assassinado em 1976, provavelmente isso deve-se apenas a ele não ter, enquanto padre, descendentes directos, estou certo. Ou então há um perigoso enviesamento político da leitura da História. O indulto presidencial proposto por Mário Soares aos detidos no processo das FP-25, e materializado através da lei 9/96 de 23 de Março, foi um gesto de harmonia. (...) Eu recordaria somente que todo o processo de detenção e sucessivos julgamentos e recursos do caso FP-25 foi marcado por episódios suspeitos de parte a parte, como se pode comprovar neste exaustivo estudo do CES da Universidade de Coimbra. Vale a pena também dar atenção à descrição que é feita das limitações dos direitos jurídicos de Otelo Saraiva de Carvalho aquando da sua detenção, designadamente no contacto com o seu advogado. Nada disto honra um Estado de Direito. (...) compreende-se que certas datas reabram certas feridas. Mas curiosamente essa reabertura tem o sabor de algum ressabiamento pela revolução em si. O meu respeito está com as famílias das vítimas de um e outro lado. Mas não vamos pretender que hoje Portugal é uma sociedade em guerrilha»

E agora escreve isto:
«(...) tenebrosa figura do falecido Almirante Rosa Coutinho. Pessoalmente, nascido em 1976, nada posso acrescentar ou partilhar de vivência directa. Posso contudo lembrar que o dito Almirante foi responsável por uma fuga maciça de portugueses que viviam em Angola, alguns dos quais perderam tudo o que lá tinham. A história foi contada vezes demais, por demasiada gente à minha volta, para que a não conheça. E sei também que muita dessa gente jurou de morte o famoso Almirante, se algum dia este voltasse a Portugal. Os nossos brandos costumes não nos levaram a consumar a sentença popular, a um tipo que a generalidade dos retornados (essa gente tão ignorada pela classe política portuguesa, com a ocasional excepção do CDS) classificava como um pulha que os roubara sem escrúpulos para obter benesses do MPLA. Nada tenho que me faça provar o que ouvi tantas vezes dizer, nem tenho seja o que for que me permita negá-lo. Acredito contudo, piamente, na palavra de familiares, mais próximos ou mais remotos, de amigos, e de amigos de amigos, que foram capazes de reconstruir com sucesso a sua vida aqui, sem os favores do Estado que o MFA criou.»

3) Quanto ao ser católico, certo, sempre o foi. Mas apoiou o partido que agora legalizou o casamento gay, não é? E que legislou, também, a educação sexual. Era contra essas medidas há um ano? Se era, porque o escondeu?

Maionese disse...

os portugueses sempre gostaram de feijão-frade....
visitem

http://forcanamaionese.blogspot.com

Wyrm disse...

Ricardo,

Acha que a invertebrada criatura lhe vai responder?

É humano mudar-se de ideias mas desta maneira é patológico.

E se não for desta que conseguir o tacho, desta vez através da opus dei, ainda o veremos ir, com a vergonha que o caracteriza, bater a outra porta.

E quem lhe dá guarida também não fica bem na fotografia.

Anónimo disse...

Via esse individuo a ter os comportamentos mais reprováveis e "violentos" na blogosfera quando era esquerdista mas nesses tempos aqui faziam-se links aos textos dele, onde estavam nessa altura?

p.s atençao ricardo carvalho, o que aconteceu ao carlos santos pode tb acontecer consigo.

Pedro, o cristao calmo

Ricardo Alves disse...

Não «Wyrm», não acho que me vá responder aqui. E no blogue dele até me censurou um comentário. Há percursos que dizem tudo sobre o carácter das pessoas.

Anónimo disse...

Tem a certeza de que não há qualquer confusão? Carlos Santos é um nome muito usual e deve haver centenas de pessoas com esse nome. Não me parece que o professor de economia da UCP do Porto, e que só escrevia (aliás bem= sobre temas de economia, com análises sempre pertinentes, fosse pôr-se a disparatar sobre temas sobre os quais anteriormente nunca se pronunciou.

Aliás, Carlos Santos tinha um blogue, que encerrou. Provavelmente porque, precisamente, já não queria blogar mais.

Luís Lavoura