Não satisfeitos com terem escolas religiosas ultra-ortodoxas, que separam as suas crianças das dos odiados árabes (muçulmanos ou cristãos, cada uns com as suas escolas), e dos não menos odiados judeus secularizados (que também não são bem vindos nas escolas religiosas), os judeus askhenazis querem agora que as suas filhas não frequentem as mesmas escolas do que as filhas dos judeus sefarditas. E manifestaram-se: 100 mil pessoas em Jerusálem e 20 mil perto de Tel-Aviv, com cartazes proclamando a supremacia da Torá sobre o Supremo Tribunal.
É inevitável: a religião divide. E quando se organiza um Estado em torno da religião, tolerando ou até (é o caso de Israel) promovendo a segregação entre comunidades religiosas, acaba-se a dividir dentro das divisões, até ao delírio e ao ódio mútuo. Porque os «puros» não se misturam com os «impuros». E porque, entre os «puros», há sempre uns mais «puros» do que os outros.
Se o dia da paz entre israelitas e palestinianos continua a parecer longínquo, o dia da paz civil entre comunidades judaicas também não parece mais próximo.
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