quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os votos dos emigrantes

Há coisas que não fazem sentido nenhum. Dizer que «a sua representação política [a dos emigrantes] é mínima, chega a ser humilhante. Os emigrantes elegem apenas quatro dos 230 deputados. Mais de trinta por cento da população, representada por menos de dois por cento do Parlamento», é absurdo. O sistema eleitoral atribui 226 deputados aos 9,35 milhões de eleitores do território nacional, e 4 deputados aos 167 mil eleitores residentes no estrangeiro que se dignaram inscrever-se. Em ambos os casos, um deputado por cada 41 mil eleitores recenseados. Não há aí qualquer sub-representação, a não ser no défice de inscrição dos emigrantes, os tais miríficos «cinco milhões» de emigrantes que gostamos de imaginar como portugueses, mas que em muitos casos  (mais numerosos nas segundas e terceiras gerações) já nem sequer se considerarão como tal.

Ainda outro dado significativo do desinteresse dos emigrantes pela política nacional é uma taxa de abstenção de 85%, muito acima dos 39% de abstenção dos residentes em Portugal.

O Paulo Morais quereria exactamente o quê? Que os 25 mil emigrantes que  efectivamente votam elegessem 70 deputados?

3 comentários :

M. Daniel Nicola V. disse...

Não precisa de ponto nem vírgula. A melhor resposta à verborreia crescente daquela tasca.

João Moutinho disse...

Ricardo,

Concordo consigo.
Na realidade o que é lógico é cada cidadão do mundo votar no local onde reside para o "seu" governo, que há de corresponder ao país onde vive.

Ricardo Alves disse...

João Moutinho,
concordo.

Devemos votar no país onde residimos, onde estamos sujeitos às leis, onde pagamos impostos e consumimos serviços.