sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Eu n´«As Tardes da Júlia»

Eis aqui, a pedido de vários comentadores e de várias famílias (umas muito católicas, outras nem tanto), a minha prestação no programa da TVI «As Tardes da Júlia», no dia 10/11/2009, em debate sobre laicidade e crucifixos com o sacerdote católico Jacinto Farias e com Hermínio Corrêa, representante da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais).

Crucifixos nas escolas - Tardes da Júlia from Republica Laicidade on Vimeo.

32 comentários :

Cláudio Tereso disse...

Parabéns "pá", estiveste "porreiro"!

carla disse...

Muito bem!!! Gostei muito da tua participação! :)

Na minha sala de aulas da escola primária,há 25 anos, existia um crucifixo na parede. No final de cada aula a professora obrigava-nos a juntar as mãos e dizer "Obrigado Je-sus". :/

(será que o crucifixo ainda lá está? vou averiguar)

Filipe Castro disse...

Vê-se as palavras do Ricardo a baterem na cabeça da Júlia e a voarem em todas as direções...

António Parente disse...

Qual dos 3 é o Ricardo Alves? Não tenho som. A ideia que tenho dele é aquele senhor mais velho, óculos, careca, com excesso de peso e vestido de negro. É a ideia que tenho de um republicano ateu. O padre parece o senhor do meio, todo modernaço.

Anónimo disse...

A igreja Nunca é fundamentalista,são todos os outros.Lindo argumento destes católicos crentes

Ricardo Alves disse...

António,
estava disfarçado de Júlia, não é? ;)

Filipe Castro disse...

Sim, sim, António Parente, o Ricardo é o da esquerda, com o vestido encarnado.

...e parece-me, mas pode ser impressão minha, que os debates com som são mais interessantes. Nem todos, concedo, mas a maioria.

Ricardo Alves disse...

;)

dorean paxorales disse...

tenho dúvidas se a senhora teria sido tão paternalista se te conhecesse o "doutor". obviamente, a tua réplica bastou.

David Fernandes disse...

Ai como vocês andam longe da realidade. Ninguém (repito: ninguém) passa cartão aos crucifixos nas escolas.

Tanto faz que estejam como não estejam, inclusivamente para católicos.

Se os tirassem, numa noite qualquer, à sucapa, ninguém (poucos, vá) daria pela sua falta.

Claro que vocês não sabem e por isso dizem coisas estranhas como:

"De algum modo a presença da cruz sacraliza aquele espaço"

"Transforma aquele espaço num espaço em que há uma religião imposta." (esta é a minha preferida).

"Isso com certeza que muda o sentido do local."

Annnn?!?!? Quê?!?!?!

Faça-se um exercício simples: pergunte-se aos alunos de uma turma qualquer se são capazes de afirmar que há (ou não há) um crucifixo na sala de .... matemática, por exemplo. :)

A prática religiosa está em queda (é sabido) e vocês a ver se a ajudam a recuperar.

PS: Há tanta coisa importante sobre o que discutir....

Abraços
David

carla disse...

David,

"Ninguém (repito: ninguém) passa cartão aos crucifixos nas escolas"

Não sei se não passa... consigo imaginar perfeitamente outras salas de aula onde os miudos ainda sejam obrigados a agradecer ao menino Jesus o que aprenderam naquele dia.

Repara, se isso me aconteceu há 25 anos, e a docente em questão continuou a leccionar pelo menos 15anos mais, não estamos a falar de algo tão distante no tempo.
O que acontece em Lisboa, não é igual ao que acontece pelas aldeias do País.

Eu também vejo este assunto como a imposição de uma religião, a sacralização de um espaço.
Agora depende, claro, de uma questão de sensibilidades e de perspectiva.

Este é um assunto importante, repara que até o tribunal Europeu se debruçou sobre ele.

NG disse...

"Este é um assunto importante, repara que até o tribunal Europeu se debruçou sobre ele"

... o que nos ajuda a perceber um pouco melhor para que serve.

António Parente disse...

Filipe

Durante o dia tenho um computador normal de trabalho sem elementos multimédia. Para além disso, não posso gastar 26 minutos do meu tempo laboral para ver vídeos. Dei uma olhadela rápida e escrevi um comentário breve enquanto tomava um café.

António Parente disse...

Ricardo

Esteve muito bem. Foi uma surpresa. A sua imagem não tem correspondência com o seu discurso do século passado. Tem um ar muito penteadinho, moderno, passa perfeitamente por um membro de um partido conservador monárquico ;-)

NG disse...

Ó António,

Bora daí fundar a Associação República e Tradição. Pela resposta que ele me deu no outro dia, não sei se os dois seremos menos do essa Associação em que se entretém o Ricardo Alves.

António Parente disse...

Nuno

Poderemos até entrar na Associação República e Laicidade. Penso que é um dever cívico lançar a República e a Laicidade no século XXI e libertar a República e o Laicismo das garras do ateísmo. Será que nos aceitam como sócios? Com mais meia dúzia de cristãos damos a volta à ARL, julgo que não terão mais de 10 sócios.

NG disse...

António,

A sua ideia é melhor do que a minha.

Filipe Moura disse...

Tiveste muito sangue frio com a apresentadora, Ricardo. Parabéns.

Work Buy Consume Die disse...

Caro Ricardo:

Muitos parabéns pelo, como foi dito pelo Filipe Moura, sangue frio, elevação e discernimento na resposta.

De reparar alguns detalhes que achei preciosos:
- O ar cabisbaixo e injustiçado da resposta do sacerdote quando lhe foi perguntado se "tinha algum problema com o hospital".
- A - repetida - ideia da perseguição à ICAR
- A resposta boçal do público à infeliz tirada da apresentadora. Tanto uma reacção do público como da apresentadora não me espantam.
- A forma "uma no cravo outra na ferradura" como o representante da CONFAP se defendeu.

Para o público em geral, o facto de afirmar "não conheço, como tal não me pronuncio" deve ter passado ao lado. Penso que seria essa a sua ideia.

Mais uma vez, parabéns!

Ricardo Alves disse...

António e Nuno Gaspar,
a ARL tem mais de 100 sócios. Inclui alguns católicos e outros que são deístas, mas não faço ideia do que a maioria das pessoas pensa em matéria religiosa.

Ricardo Alves disse...

Obrigado pelos incentivos, Cláudio, Carla, Filipe Castro, Dorean, Filipe Moura e Work Buy Consume Die.

António Parente disse...

Muito interessante, Ricardo. Talvez seja o momento de eu e o Nuno propormos a nossa candidatura.

NG disse...

Onde é que está a ficha de inscrição?

António Parente disse...

Não há, Nuno. Deve ser só por convite. Penso que nunca me aceitariam como sócio.

João Vasco disse...

Antonio:

O Antonio seria aceite como socio, e nega-lo nao passa de difamacao desonesta pela falta de fundamentos com que e' feita.



Serrata:

Se o assunto e' tao pouco importante que nao o deveriamos discutir, a que se deve o seu comentario?
Sera que somos tao mais importantes que o Serrata, que aquilo que para si e' razoavel discutir, para nos deveria ser encarado como perda de tempo?

Por mim, o assunto nao e' assim tao importante. A constituicao nao esta a ser cumprida enquanto as cruzes estiverem la', por isso, cumpre-se a lei fundamental, tiram-se as cruzes, acaba-se a discussao, e ninguem perde mais tempo.

David Fernandes disse...

Obrigado, caro João Vasco, pela resposta

Cumprimentos
David

António Parente disse...

Ou então muda-se a Constituição e ficam os crucifixos. Também me parece uma boa ideia ou a Constituição é sagrada para um republicano?

David Fernandes disse...

Isso seria impossível António.

Convicções inabaláveis ...
Certezas absolutas ...
Resumindo: tolerância.

Abraços
David

António Parente disse...

Concordo consigo, David

Abraços

Ricardo Alves disse...

Não, António, a Constituição não é sagrada. Mas não se muda só porque se quer continuar a fazer qualquer coisa que ninguém, nem a própria ICAR, defende que se continue a fazer.

Ricardo Alves disse...

David Serrata,
não é verdade que ninguém passe cartão aos crucifixos, ou a outras formas de proselitismo na escola. Pelo contrário, conheço vários casos de encarregados de educação que se queixam.
Pode achar que essas queixas não têm importância, mas a verdade é que não são os seus filhos.

João Vasco disse...

«Ou então muda-se a Constituição e ficam os crucifixos.»

Essa forma de resolver o problema envolveria uma perda de tempo muito maior... Afinal parece que a "perda de tempo" nunca foi o problema dos opositores a que se cumpra a lei fundamental.

Eu seria contra alterar isso na constituição, não por considerar a constituição sagrada, mas por acreditar que é óptima ideia a separação entre o Estado e a Igreja. Principalmente porque é uma ideia justa. Também porque é um garante da liberdade individual.