Imaginem o que eles se estarão a divertir com esta história, a fazerem este desgraçado pagar para escavar aquele buraco. E em calhando, quando ele chegar ao fundo dizem-lhe que era um bocadinho ao lado, uns 20 m, e cobram-lhe mais mil dólares...
As pitonisas já não são o que eram
Há 1 hora
25 comentários :
Como se dizia no meu subúrbio de origem: «há malucos para tudo».
E aqui em Portugal, outros há que desenterram uma coisa mais que morta e putrefacta, tentando apresentá-la no 5 de Outubro, como suprema maravilha redentora. Ao preço de 10 milhões de Euros, entre comezainas e despesas de representação. A corja é igual em todo o lado.
A monarquia?
Não... a república que nos custa mais do dobro daquilo que os "súbditos" espanhóis pagam pela monarquia. para nem falarmos dos 3 "passivos" que sustentamos e todas as alcavalas do saco azul que se conhecem. Um forrobodó enCavacado em BPN's, etc. E para quê?
Pois claro. :o) E a monarquia sozinha ia reformar as mentalidades, moralizar o sistema, instaurar a justiça e a liberdade. Trocava-se o Dr. Cavaco pelo Duque de Bragança e a coisa resolvia-se. Talvez com um milagre? :o)
Ninguém acredita em milagres, Filipe. Mas como quer reformar um sistema que não pode - sob pena de estilhaçar - reformar-se? Como pretende instituir um sistema eleitoral de proximidade ao eleitor - sistema uninominal+misto -, a abolição de inutilidades como os vários Supremos, a simplificação extrema do mapa autárquico, a presidencialização do Chefe do governo? Como poderá ter um Senado independente dos partidos e composto por técnicos competentes - sindicatos, academias, patrões, etc - que vigiem escrupulosamente o dinheiro público e as grandes obras? Com o sr. Cavaco Silva ou o sr. Alegre? Como pretende a "república" mobilizar o país, disciplinando a Educação, por exemplo?
É que os símbolos são sempre uma referência e não temos qualquer necessidade de uma genialidade (pretensa) na Chefia do Estado. Precisamos de senso comum e de uma referência de continuidade. A monarquia serve muito bem. De outra forma, esclareça-me acerca do que será possível realizar dentro deste actual sistema.
Ora bolas! Então não é que essa do "morta e putrefacta" me enganou?
:o) Eu acho que as coisas que nos tramam todos os dias em Portugal não têm rigorosamente nada que ver com a república, mas com uma longa tradição de autoritarismo que desencoraja as pessoas de se defenderem.
...e acho impensável defender a monarquia quando o pretendente não é, como se diz aqui, "the brightest bulb in the porch". :o)
O sistema tem-se reformado. Um dos problemas é que esse «sistema» já não é só nosso - é europeu e por aí escapa ao nosso controlo (para o bem e para o mal).
O neo-corporativismo proposto pelo Nuno seria a pior das soluções - daria poder político efectivo às forças que estão a subverter a República.
E já não tenho saco para o «elixir milagroso» dos círculos uninominais. ;) Nem tenho grandes ilusões sobre a verdadeira razão porque, um dia, o PS e o PSD talvez o imponham... ;)
Não é um elixir milagroso. É a selecção natural.
O resultado imediato do sistema uninominal seria aniquilar os partidos médios, prejudicando a proporcionalidade e deixando quase um terço do eleitorado com uma representação parlamentar exígua.
O resultado a prazo seria trazer para o parlamento nacional as questiúnculas locais - e transformá-las em questão de Estado (ver «queijo limiano»).
Se o eleitorado sente realmente necessidade de «personalizar» as suas escolhas, poderia introduzir-se o voto na lista e no candidato número X da lista - o que permitiria introduzir correcções às escolhas dos partidos.
pois a mim não me incomoda nada a eliminação de partidos médios no parlamento (seja lá o que isso for) se em troca houver representação de eleitores e não de partidos.
e se a causa dessa previsão é o receio no voto útil nacional, então o problema resolve-se com eleições separadas, sem confusões de objectivo.
Partidos médios: CDS, BE, PCP (têm representação parlamentar mas, historicamente, nunca tiveram um primeiro ministro).
Facto: continuarias a ter representação de partidos e não de eleitores.
Não vejo qualquer problema na simplificação do esquema partidário no Parlamento. Em Portugal, o sistema parece inamovível. Veja o caso da França, onde a direita periodicamente se reorganiza, como agora aconteceu com Sarkozy. O próprio PCF praticamente desapareceu e o regime não caiu.
Ainda há uns meses, a comissária dinamarquesa era entrevistada pela SIC e explicava o sucesso do seu país, mencionando vários factores: a simplicidade do esquema constitucional, onde todas as leis o são; a ausência de órgãos parasitários que confundem o todo (nada de PGR, Supremos, etc), a Monarquia, a correspondência eleito/eleitor.
Aqui, ficamos sempre à mercê da ruptura. A bem dizer, foi exactamente isso o que o Regicídio supôs, no momento em que se previa a reformulação do sistema partidário e a maior corrrespondência entre a vontade do eleitor e o governo que passaria a sair das eleições (e não o contrário). Mas isso já é História, á qual a República não conseguiu responder e muito menos ainda, escapar. Pior, agravou - e de que maneira -, todos os problemas, liquidando a chefia do Estado ao partidarizá-la, cerceando radicalmente os cadernos eleitorais e criando um estado de violência permanente nas ruas: a instabilidade institucionalizada.
"Facto: continuarias a ter representação de partidos e não de eleitores."
não é um facto, é uma assunção tua e o teu modelo [alemão] continua a não impedir a arbitrariedade dos directórios.
pelo contrário, elegendo um nome por círculo, é perfeitamente legítimo exigir que, após uma renúncia pessoal, houvesse nova eleição (intercalar).
Dorean,
o sistema que eu estava a propor não é o alemão (círculo nacional + círculos uninominais locais, com barreira de 5% no círculo nacional). Estava a propor que mantivéssemos o sistema actual (eventualmente, reformulando os círculos) e abríssemos a possibilidade de ao lado do X no partido pormos o número do candidato que preferimos na lista em que votamos.
Nuno,
a sua visão da 1ª República é dogmática e ultrapassada. E é pouco relevante para a discussão sobre o que vamos ser no futuro.
e, só para mencionar uma falha grave, em caso de renúncia de mandato?
Em caso de renúncia de mandato apareceria o seguinte da lista.
estou a ver que és mesmo um grande entusiasta do colégio eleitoral.
o que só te fica bem. afinal foi assim que primeiro escolheram o presidente da república.
(a verificação de palavras é irónica: agora pediu-me por "pallysse")
Dorean,
estás a baralhar tudo. Eu já expliquei que até dispenso o chefe de Estado individual: poderíamos ter um colégio a servir de câmara final de ratificação das leis (ou um senado). O maior obstáculo, como sabes, é a representação diplomática.
E quanto ao sistema eleitoral, acho que os círculos actuais estão ultrapassados. Mas os círculos uninominais seriam uma solução bastante pior.
E creio que não entendeste qual é o sistema eleitoral que propus...
penso que percebo bem: chefes de estado à parte, queres o sistema actual, em que se elege um parlamento para formação de governo mas presumes que pedindo listas ordenadas consegues corrigir os seus vícios e garantir independência e representatividade fora do jogo de poder oposição-governo.
corrige-me se for caso disso.
eu quero eleger um executivo e um legislativo separadamente. quero outro sistema. e, nesse contexto, não faz muito sentido pedir listas ordenadas.
p.s.: já agora, segundo dizes, os alemães não têm problemas em levar o queijo limiano ao parlamento.
p.s.2: por sinal, agrada-me a ideia da ausência de chefe de estado individual. ou até mesmo colectivo. mas como dizes, correr-se-ia riscos de subalternização no plano diplomático.
A eleição separada do executivo e do legislativo tem a vantagem da responsabilização do executivo. E tem a desvantagem de poder resultar num executivo com maioria hostil no legislativo.
p.s. Os alemães não têm «queijos limianos» pela simples razão de que a) têm círculos oito vezes maiores do que nós teríamos; b) têm instâncias eleitas regionais.
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