Eis aqui, a pedido de vários comentadores e de várias famílias (umas muito católicas, outras nem tanto), a minha prestação no programa da TVI «As Tardes da Júlia», no dia 10/11/2009, em debate sobre laicidade e crucifixos com o sacerdote católico Jacinto Farias e com Hermínio Corrêa, representante da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais).
Crucifixos nas escolas - Tardes da Júlia from Republica Laicidade on Vimeo.
32 comentários :
Parabéns "pá", estiveste "porreiro"!
Muito bem!!! Gostei muito da tua participação! :)
Na minha sala de aulas da escola primária,há 25 anos, existia um crucifixo na parede. No final de cada aula a professora obrigava-nos a juntar as mãos e dizer "Obrigado Je-sus". :/
(será que o crucifixo ainda lá está? vou averiguar)
Vê-se as palavras do Ricardo a baterem na cabeça da Júlia e a voarem em todas as direções...
Qual dos 3 é o Ricardo Alves? Não tenho som. A ideia que tenho dele é aquele senhor mais velho, óculos, careca, com excesso de peso e vestido de negro. É a ideia que tenho de um republicano ateu. O padre parece o senhor do meio, todo modernaço.
A igreja Nunca é fundamentalista,são todos os outros.Lindo argumento destes católicos crentes
António,
estava disfarçado de Júlia, não é? ;)
Sim, sim, António Parente, o Ricardo é o da esquerda, com o vestido encarnado.
...e parece-me, mas pode ser impressão minha, que os debates com som são mais interessantes. Nem todos, concedo, mas a maioria.
;)
tenho dúvidas se a senhora teria sido tão paternalista se te conhecesse o "doutor". obviamente, a tua réplica bastou.
Ai como vocês andam longe da realidade. Ninguém (repito: ninguém) passa cartão aos crucifixos nas escolas.
Tanto faz que estejam como não estejam, inclusivamente para católicos.
Se os tirassem, numa noite qualquer, à sucapa, ninguém (poucos, vá) daria pela sua falta.
Claro que vocês não sabem e por isso dizem coisas estranhas como:
"De algum modo a presença da cruz sacraliza aquele espaço"
"Transforma aquele espaço num espaço em que há uma religião imposta." (esta é a minha preferida).
"Isso com certeza que muda o sentido do local."
Annnn?!?!? Quê?!?!?!
Faça-se um exercício simples: pergunte-se aos alunos de uma turma qualquer se são capazes de afirmar que há (ou não há) um crucifixo na sala de .... matemática, por exemplo. :)
A prática religiosa está em queda (é sabido) e vocês a ver se a ajudam a recuperar.
PS: Há tanta coisa importante sobre o que discutir....
Abraços
David
David,
"Ninguém (repito: ninguém) passa cartão aos crucifixos nas escolas"
Não sei se não passa... consigo imaginar perfeitamente outras salas de aula onde os miudos ainda sejam obrigados a agradecer ao menino Jesus o que aprenderam naquele dia.
Repara, se isso me aconteceu há 25 anos, e a docente em questão continuou a leccionar pelo menos 15anos mais, não estamos a falar de algo tão distante no tempo.
O que acontece em Lisboa, não é igual ao que acontece pelas aldeias do País.
Eu também vejo este assunto como a imposição de uma religião, a sacralização de um espaço.
Agora depende, claro, de uma questão de sensibilidades e de perspectiva.
Este é um assunto importante, repara que até o tribunal Europeu se debruçou sobre ele.
"Este é um assunto importante, repara que até o tribunal Europeu se debruçou sobre ele"
... o que nos ajuda a perceber um pouco melhor para que serve.
Filipe
Durante o dia tenho um computador normal de trabalho sem elementos multimédia. Para além disso, não posso gastar 26 minutos do meu tempo laboral para ver vídeos. Dei uma olhadela rápida e escrevi um comentário breve enquanto tomava um café.
Ricardo
Esteve muito bem. Foi uma surpresa. A sua imagem não tem correspondência com o seu discurso do século passado. Tem um ar muito penteadinho, moderno, passa perfeitamente por um membro de um partido conservador monárquico ;-)
Ó António,
Bora daí fundar a Associação República e Tradição. Pela resposta que ele me deu no outro dia, não sei se os dois seremos menos do essa Associação em que se entretém o Ricardo Alves.
Nuno
Poderemos até entrar na Associação República e Laicidade. Penso que é um dever cívico lançar a República e a Laicidade no século XXI e libertar a República e o Laicismo das garras do ateísmo. Será que nos aceitam como sócios? Com mais meia dúzia de cristãos damos a volta à ARL, julgo que não terão mais de 10 sócios.
António,
A sua ideia é melhor do que a minha.
Tiveste muito sangue frio com a apresentadora, Ricardo. Parabéns.
Caro Ricardo:
Muitos parabéns pelo, como foi dito pelo Filipe Moura, sangue frio, elevação e discernimento na resposta.
De reparar alguns detalhes que achei preciosos:
- O ar cabisbaixo e injustiçado da resposta do sacerdote quando lhe foi perguntado se "tinha algum problema com o hospital".
- A - repetida - ideia da perseguição à ICAR
- A resposta boçal do público à infeliz tirada da apresentadora. Tanto uma reacção do público como da apresentadora não me espantam.
- A forma "uma no cravo outra na ferradura" como o representante da CONFAP se defendeu.
Para o público em geral, o facto de afirmar "não conheço, como tal não me pronuncio" deve ter passado ao lado. Penso que seria essa a sua ideia.
Mais uma vez, parabéns!
António e Nuno Gaspar,
a ARL tem mais de 100 sócios. Inclui alguns católicos e outros que são deístas, mas não faço ideia do que a maioria das pessoas pensa em matéria religiosa.
Obrigado pelos incentivos, Cláudio, Carla, Filipe Castro, Dorean, Filipe Moura e Work Buy Consume Die.
Muito interessante, Ricardo. Talvez seja o momento de eu e o Nuno propormos a nossa candidatura.
Onde é que está a ficha de inscrição?
Não há, Nuno. Deve ser só por convite. Penso que nunca me aceitariam como sócio.
Antonio:
O Antonio seria aceite como socio, e nega-lo nao passa de difamacao desonesta pela falta de fundamentos com que e' feita.
Serrata:
Se o assunto e' tao pouco importante que nao o deveriamos discutir, a que se deve o seu comentario?
Sera que somos tao mais importantes que o Serrata, que aquilo que para si e' razoavel discutir, para nos deveria ser encarado como perda de tempo?
Por mim, o assunto nao e' assim tao importante. A constituicao nao esta a ser cumprida enquanto as cruzes estiverem la', por isso, cumpre-se a lei fundamental, tiram-se as cruzes, acaba-se a discussao, e ninguem perde mais tempo.
Obrigado, caro João Vasco, pela resposta
Cumprimentos
David
Ou então muda-se a Constituição e ficam os crucifixos. Também me parece uma boa ideia ou a Constituição é sagrada para um republicano?
Isso seria impossível António.
Convicções inabaláveis ...
Certezas absolutas ...
Resumindo: tolerância.
Abraços
David
Concordo consigo, David
Abraços
Não, António, a Constituição não é sagrada. Mas não se muda só porque se quer continuar a fazer qualquer coisa que ninguém, nem a própria ICAR, defende que se continue a fazer.
David Serrata,
não é verdade que ninguém passe cartão aos crucifixos, ou a outras formas de proselitismo na escola. Pelo contrário, conheço vários casos de encarregados de educação que se queixam.
Pode achar que essas queixas não têm importância, mas a verdade é que não são os seus filhos.
«Ou então muda-se a Constituição e ficam os crucifixos.»
Essa forma de resolver o problema envolveria uma perda de tempo muito maior... Afinal parece que a "perda de tempo" nunca foi o problema dos opositores a que se cumpra a lei fundamental.
Eu seria contra alterar isso na constituição, não por considerar a constituição sagrada, mas por acreditar que é óptima ideia a separação entre o Estado e a Igreja. Principalmente porque é uma ideia justa. Também porque é um garante da liberdade individual.
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