sábado, 16 de janeiro de 2010

Há candidato

Manuel Alegre, que há quatro anos ficou a setenta mil votos da segunda volta na eleição presidencial (a margem mais curta de sempre), passou à disponibilidade.
  • «Como republicano, quero uma República moderna, escola pública, serviço nacional de saúde, protecção social, direitos políticos individuais articulados com os direitos sociais, culturais e ambientais.

    Como socialista, acredito na possibilidade de construir uma sociedade mais justa e solidária, através de serviços públicos geridos, não pela lógica do lucro, mas pela realização do interesse geral, e através de um novo modelo económico onde se conjuguem planeamento e concorrência, iniciativa pública e iniciativa privada.
    » (Discurso de Portimão, 15/1/2010)
Sendo evidente que Sócrates não apresentará um candidato contra Alegre - porque terá aprendido a lição de 2006 (quando Alegre teve o melhor resultado de sempre para um candidato sem apoio de uma máquina partidária), a grande incógnita é saber o que fará Cavaco.

    2 comentários :

    João Moutinho disse...

    Parece-me óbvio que para Sócrates ser o líder indiscutível do PS o pior seria ter o Manuel Alegre como Presidente.
    Além de que a perspectivar-se o apoio inequívoco do BE o Centro vai paro O Cavaco Silva. O que já não se passará com a direita que se revê no CDS clássico, para quem o Cavaco é um plebeu social-democrata.

    Ricardo Alves disse...

    «Parece-me óbvio que para Sócrates ser o líder indiscutível do PS o pior seria ter o Manuel Alegre como Presidente.»

    Não acho. Uma vitória é uma vitória - e Sócrates perdeu a última eleição presidencial.

    «Além de que a perspectivar-se o apoio inequívoco do BE o Centro vai paro O Cavaco Silva.»

    Possivelmente sim no que toca ao centro político (o eleitorado «flutuante» entre PSD e PS), mas o que se passa é que poderá não ser o centro político a decidir a presidencial. Nas legislativas, foi o voto nos partidos médios que decidiu a maioria; e quando já vamos em duas legislativas seguidas em que o voto na «direita» fica nos 40%, e o voto na «esquerda» nos 55%, a conclusão é que o centro aritmético não coincide com o centro político...