sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os nobres e o povo

Deixem-me ver se entendi: o veículo que tinha levado uma Excelência, que colidiu com o veículo que levava outra Excelência, quando circulavam ambos a 120 km/h na Avenida da Liberdade de Lisboa, passando alegremente semáforos vermelhos, e abusando da «marcha de emergência» a que as Excelências têm direito (sabe-se lá porquê...), não cometeu qualquer crime? E as infracções ao código rodoviário são toleradas? E se um dia atropelarem um carrinho de bebé ou matarem alguém? Desculpa-se porque a «nobreza» securitária tem o direito de atropelar o povo?
É triste.

5 comentários :

Filipe Moura disse...

É triste, não. É grave. É o Estado a dar um péssimo exemplo. E é grave porque é particularmente simbólico. Mas quem dá o exemplo no estado português? O problema se calhar começa aí.

Nuno Castelo-Branco disse...

Ricardo, e sabe quanto custa cada um daqueles bólides? Já agora, debite-os no saquito azul e junte aos 17,5 milhões €/ano que pagamos à sôfrega república. Não se esqueça dos 3 "passivos" que ainda consomem, têm assessores e mordomias várias. Por Bem, claro, Por Bem...

Filipe Castro disse...

Em Portugal não há nenhuma razão lógica para os cidadãos não ignorarem as leis.

Ricardo Alves disse...

O preço dos bólides não é o mais grave. O pior de tudo é a impunidade que esta escumalha sente ter, e que lhes permite atropelar leis que deveriam ser iguais para todos os cidadãos.

João Moutinho disse...

Estamos a falar da cultura de impunidade reinante (desculpem o trocadilho) para os grandes.
Além que não estava em causa o Estado ou a segurança de qualquer cidadão.