quinta-feira, 19 de abril de 2007

Sectarismo

  • «Ricardo Araújo Pereira foi vetado pela Juventude Comunista Portuguesa (JCP), que inviabilizou uma intervenção do humorista nas próximas celebrações do 25 de Abril. A proposta, originalmente feita pelo representante da Juventude Socialista (JS) nas reuniões preparatórias da comemoração do 33.º aniversário da Revolução dos Cravos, esbarrou com a intransigência da JCP, que sugeriu nomes alternativos ao do "Gato Fedorento", ex-militante nas fileiras comunistas. A falta de consenso entre as forças políticas representadas na comissão promotora inviabiliza a intervenção de um representante dos jovens portugueses no comício do dia 25 em Lisboa». (Diário de Notícias)

Ricardo Araújo Pereira tem tido um empenhamento cívico exemplar, quer na campanha pela despenalização da IVG, quer no combate à extrema-direita. Vetá-lo para representar os jovens nas celebrações do 25 de Abril releva do mais puro sectarismo e é inteiramente lamentável.

7 comentários :

Filipe Castro disse...

O PC é um partido horrivel. Sempre foi. Embora tenha abrigado pessoas excepcionais, sempre foi uma organizacao tenebrosa. Quando penso no PC lembro-me de Francois Cavanna, que foi comunista durante uma hora ou duas, ate fazer uma pergunta e lhe responderem que ele nao estava ali para fazer perguntas.

Anónimo disse...

A propósito da notícia do DN hoje publicada sob o título «PCP veta "Gato"» o PCP entende esclarecer que só por absoluta inexactidão, ou declarada má fé, se pode atribuir ao PCP, como é intenção da peça, a atitude de veto de Ricardo Araújo Pereira a propósito da intervenção de um jovem em representação de organizações juvenis na iniciativa de comemoração do 25 de Abril. A propósito da noticia do DN hoje publicada sob o título «PCP veta “Gato”» o PCP entende esclarecer o seguinte:



● Só por absoluta inexactidão, ou declarada má fé, se pode atribuir ao PCP, como é intenção da peça, a atitude de veto de Ricardo Araújo Pereira a propósito da intervenção de um jovem em representação de organizações juvenis na iniciativa de comemoração do 25 de Abril.

● Em rigor o que se pode afirmar é que esta questão, a exemplo do que sucedeu com a inviabilização do acordo sobre o “Apelo” dos promotores, é expressão da atitude dos que, no quadro da comissão promotora, agiram para impedir nas comemorações quaisquer referências ou juízos críticos à acção do governo do PS.

● Na actual situação – de agravamento dos problemas dos jovens e em particular dos jovens trabalhadores, que a recente lei sobre trabalho temporário veio acentuar, e de que a acção de luta de jovens trabalhadores de 28 de Março foi expressivo testemunho – a JCP apresentou e defendeu, desde o primeiro momento, por razões de actualidade política, a proposta (que chegou a ser consensualizada embora com a ausência da JS) de um jovem dirigente sindical (Pedro Frias) para a referida representação. É na sequência do desacordo manifestado já em momento posterior pelo representante da Juventude Socialista a esta proposta que o nome de Ricardo Araújo Pereira é apresentado e defendido (três reuniões mais tarde) pela JS e o BE. Perante o desacordo destas organizações àquela proposta foi ainda adiantado em alternativa, por iniciativa da Interjovem o nome de Joana Bastos para eventual consideração.

● Foi a falta de consenso entre as várias organizações juvenis – indispensável no processo de construção de decisões da comissão promotora das comemorações do 25 de Abril – que inviabilizou o acordo necessário para a referida escolha.

● O sentido que o título do DN e a peça que o acompanha pretende atingir é assim manifestamente tendencioso. Com igual «rigor» o DN poderia ter titulado “PS(ou BE) veta jovem sindicalista”.

● É assim absolutamente falso que o PCP tenha “vetado” o nome de Ricardo Araújo Pereira. Para o PCP, a presença de todos quantos, como Ricardo Araújo Pereira, e tantos outros designadamente dos meios artísticos e culturais, se queiram associar às comemorações de Abril é sinal de uma desejável manifestação de vontade democrática de participação e de afirmação dos valores de Abril.

Ricardo Alves disse...

João Aguiar,
há coisas mais importantes nas celebrações do 25 de Abril do que criticar o governo do momento. Existem valores a celebrar que transcendem as divisões partidárias e o apoio/crítica ao governo. Por isso, as celebrações devem ser abrangentes. Se o PCP entende que o principal nas celebrações da Revolução é integrar os discursos na campanha contra o governo, está a pensar mal.
E Ricardo Araújo Pereira é um jovem com um prestígio que transcende divisões, e que poderia renovar a imagem geralmente atribuída a este género de eventos. Permitir que ele falasse seria unir e não dividir. O PCP escolheu dividir.

Anónimo disse...

Ricardo Alves,

Do meu ponto de vista, penso que a crítica às políticas do governo faz todo o sentido. Não se trata de criticar por criticar, mas vejamos que os ataques aos direitos dos trabalhadores, de destruição de importantíssimos serviços públicos, etc. são um indicador claro da acelerada descaracterização das conquistas de Abril que o actual governo PS/Sócrates tem promovido. Por conseguinte, em termos gerais, parece-me perfeitamente oportuno confrontar os ideias de Liberdade, Democracia e Justiça Social com a prática concreta e efectiva do governo que mais não tem feito do que afastar o país desses mesmos ideais libertadores e emancipadores.

Ricardo Alves disse...

«do governo que mais não tem feito do que afastar o país desses mesmos ideais libertadores e emancipadores»

E a despenalização da IVG? E a lei da nacionalidade?

Francamente... Haja sentido das proporções. O governo Sócrates tem muitos defeitos, mas transformar uma jornada que deveria ser de unidade num palco de divisões é um erro crasso.

David Cameira disse...

EU NÃO PERCEBO É O PQ DO Sr aRAÚJO pEREIRA VIR " PONTIFICAR " NO 25 Abril.

Esta ideia peregrina do Ricardo Pereira, pessoa aliás pq quem não nutro uma simpatia por ai além, estar como que a abençoar tudo e todos nesta nossa democracia a mim , pelo menos, parece-me confrangedora...

Será q todas as caausas de esquerda são resumidas no aborto ?

Será q todas as injustiças sociais se eliminariam, como que por decreto, se o " gato fedorento " fosse tema de avaliação nas provas de acesso á universidade ??

Francamente,...pode haver muita gente de esquerda que julge desnecessário o Sr Araújo Pereira metido em tudo ...será ele o " papa " da democracia portuguesas ???

Anónimo disse...

Enquanto for de esquerda.. é o Papa!