O documento que se encontra no blogue da Associação República e Laicidade elabora um retrato bastante objectivo do que se pode saber sobre a repressão policial à manifestação anarquista no final da tarde do dia 25 de Abril.
Embora os métodos dos anarquistas me pareçam contraproducentes e mesmo condenáveis (usar máscaras e lançar bolas de tinta a lojas, por exemplo), nada que se saiba até ao momento justifica a brutalidade da repressão que sofreram.
Ficam algumas perguntas que eu gostaria que fossem respondidas:
13 comentários :
Ha poucos meses levantou-se aqui nos EUA a questao de as forcas armadas estarem a ser infiltradas por neo-nazis que, por exemplo, pintaram suasticas e simbolos racistas em Bagdad.
O problema dos grupos de extrema direita na policia e no exercito é muito serio e nao deve ser encarado com ligeireza pelo governo.
Portugal tem um passado horrivel quando se fala no tratamento diferencial que, por exemplo, ciganos e africanos tendem a receber na policia.
ha anos fiz queixa de um guarda que me tratou por "O Senhor" e depois tratou um africano que estava atrás de mim na mesma fila por "Tu".
vamos ver por onde segue a "diarreia verbal" de certos comentadores, no que diz respeito a este assunto, e que comparações vão ser feitas... convenhamos que (por mais condenável que é), atirar bolas de tinta é muito diferente de empunhar armas de guerra...
Na verdade, quer-me parecer pelas descrições de quem lá esteve de que o grupo se tratava realmente de anarquistas.
Redskins, os skinheads de extrema-esquerda. Também há desses em Portugal.
Resta saber porque é que se levam bastões para uma manifestação pacífica com destino à sede do PNR.
E destruir propriedade privada é destruir propriedade privada.
Destruir ou simplesmente vandalizar propriedade privada não é desculpável, mas isso não desculpa a reacção excessiva e desproporcional da polícia.
As pessoas são mais frágeis do que as vitrinas.
E mais frágeis do que tubos de andaime.
E os cocktails molotov não queimam só propriedade privada.
No iraque a Alquaeda tb tem imposto a anraquia e eu nao queria estar la porcausa disso ..mas pq e q os anarquistas nao louvam a actual situação do Iraque
Nunca vi um anarquista que nao vivesse de utilizar a MARGINALIDADE para expressar as suas ideias
É ABSOLUTAMENTE REPROVAVEL QUE ALGUMA ESQUERDA TOME O PARTIDO DOS MARGINAIS PQ EU, PELO MENOS , NUNCA FUI VANDALIZAR NADA PARA DIZER Q SOU DE ESQUERDA
os marigais devem ser castigados O MAIS DURAMENTE POSSIVEL. a marginalidade é inimiga dos valores de esquerda, democráticos e republicanos não sao assacinos e criminosos mas sim cidadãos, logo só devem levantar a sua voz para proteger os cidadãos e nao os marginais vadios e aruaçeiros
Francisco,
uma garrafa vazia não é um coktail molotov
Meus amigos, eu vi os eventos a acontecerem à minha frente e acreditem em mim: a polícia não agiu para proteger os cidadãos. A polícia varreu a rua do carmo à porrada indiscriminadamente e SEM PROVOCAÇÃO. A polícia apanhou turistas e gente que estava às compras pelo caminho e bateu em tudo o que via pela frente. Não vi um único cocktail molotov e o verylight que se viu foi disparado do lado da polícia. Os manifestantes e as pessoas que estavam por ali nem tentaram resistir. Foi um nojo ver gente pacífica, inocente e desarmada a ser agarrada pela polícia e violentamente espancada.
Lembro-me de ter pensado "a bófia vai ter que inventar uma desculpa dos diabos para justificar a sua selvajaria", e assim foi: foi vê-los a partir câmaras de quem filmava, a tirar os panos das bandeiras para depois lhes chamar "paus e postes de ferro", a emitirem um comunicado de imprensa que falava em "cocktails molotov". Mas o que é facto é que nenhum dos inúmeros registos que vieram a público corroba a versão da polícia. Que merda de país injusto. E o que me fode mais é ver gente dita defensora da liberdade que coaduna com a acção da polícia porque alguns dos manifestantes seriam "anarquistas" (como se isso não fosse permitido). As pessoas que se safaram à carga, em cima da rua do carmo ficaram chocadas. A cereja no topo do bolo: quando veio um enfermeiro de uma carrinha do INEM acorrer uma jovem que sangrava perguntou-lhe "foi um manifestante?" "não, foi um polícia" ao que se afastaram deixando-a a protestar.
O repto que vos faço é: leiam as duas versões: a das testemunhas e manifestantes e a da polícia e vejam qual das duas é mais coerente e qual das duas corresponde às imagens e registos que têm vindo a ser divulgados e decidam por vocês mesmos quem está a mentir. Eu não tenho dúvidas porque vi os eventos a acontecerem à minha frente, inclusivé a polícia à paisana, ainda não identificada, a espancar pessoal com bastões descartáveis segundos antes da carga policial. Eu não tenho dúvidas, e os registos não deixam dúvidas, mas existe um argumento que me faz compreender a falta de solidariedade e repulsão unânime por este acto selvagem: Ninguém quer acreditar que as forças que existem para nos proteger podem agir como selvagens. Eu próprio não queria acreditar! Eu queria chamar a polícia, mas eram eles que estava a bater nas pessoas! Uns turistas aos quais foi destruído o telemóvel perguntaram-me a quem se deviam queixar e eu não tive resposta para eles.
Ver quem nos é suposto proteger do crime a cometer crimes, e ainda por cima com prazer (os polícias à paisana principalmente, que foram quem comandou o ataque, estava deleitados, a sorrirem e a gozarem com quem protestava "faça queixa ao ministério público minha senhora" ouvi um dizer.
Coincidência ou não: o site pt.indymedia.org, por onde foi organizada a manifestação, e onde estavam a ser recolhidas dezenas de fotos, registos fotográficos e testemunhos, foi mandado abaixo no dia em que o Expresso publicou uma delas. Ainda está em baixo.
" fotos, registos fotográficos " qual é a diferença ?
Se calhar é fotos e registos videograficos , será ?
Enviar um comentário