segunda-feira, 23 de abril de 2007

Duas conclusões

O inquérito às habilitações do Primeiro Ministro parece estar a morrer, como morrem todas as campanhas mediáticas artificiais após cerca de duas semanas. Nunca saberemos se se tratou de uma vingança pela OPA falhada, pois nunca sabemos quem tem realmente o poder mediático. Mas há duas conclusões que ficam.
  1. A geração que está a chegar ao poder é constituída por gente que passou da jota para a concelhia, da concelhia para a distrital, da distrital para o parlamento, e depois do parlamento para o governo, sem nunca ter tido carreira académica ou profissional.
  2. O mercado, só por si, não gera instituições académicas de qualidade (antes pelo contrário), e portanto impõe-se um maior controlo do Estado sobre as instituições de ensino privadas. Só o Estado pode separar o trigo do joio, já que o mercado nitidamente não o faz...

5 comentários :

Filipe Castro disse...

Concordo plenamente!!! São as melhores conclusoes a tirar. :-)

no name disse...

vamos ver se as coisas ficam por aqui... na "campanha" relativa ao freeport de alcochete, diz-nos o correio da manhã de hoje "Caso Freeport: "Cabala" contra Sócrates vai a julgamento. Inspector da Judiciária suspeito de fabricar processo será julgado amanhã.". já "campanha" da suposta homosexualidade nunca mais se ouviu falar (aqui deve ser mais difícil identificar quem processar). será que ninguém é capaz de criticar o pm simplesmente pela sua condução política (e não me refiro às críticas patéticas proferidas pela direita) e necessita de inventar "casos" e mentiras dia sim dia não?

quanto às conclusões, sem dúvida a geração que está a chegar ao poder vai ser a pior da história ---o que terá a sua consequência directa nas taxas de abstenção de eleições futuras---, mas também nos compete a nós fazer algo contra isso. ás vezes não basta criticar, há também que arregaçar as mangas e fazer qualquer coisa.

o ponto 2 é muito específico a portugal. talvez o filipe queira escrever alguma coisa sobre as universidades privadas norte-americanas. sem dúvida não vamos colocar princeton ao nível da uni ;-)

dorean paxorales disse...

(ok, não resisto)

Se os Estado é dirigido pelos clube dos jotas, que maior controlo poderemos esperar de quem deve o seu poder à ascendência ad hoc?

Nota: por amor do grande arquitecto, não categorizes a carreira académica fora das "profissionais"! Já bem basta a imagem que a malta tem de parasita bonacheirão...

Se Moncho disse...

Polo que eu sei, nos EUA há as melhores universidades do mundo, e também as piores. (Na minha etapa de doutoramento estive algum tempo numa universidade americana, e tenho amigos trabalhando noutras).

Para uma universidade competir pode fazê-lo de várias formas. Umas poucas podem distinguir-se pela qualidade da formação académica. Mas em geral a maneira mais efectiva de competir e facilitando a obtenção do diploma. Sem controlo externo a situação pode facilmente degenerar.

Ricardo Alves disse...

Dorean,
usas uma linguagem tão gongórica que acaba por não se perceber nada: «ascendência ad hoc»?!...