É difícil explicar o amor dos americanos por armas de fogo, tiros, bombas e guerras, um mundo só com bons de um lado e maus do outro, etc.
Os historiadores lembram-nos que os americanos vieram para cá porque odiavam governos e sabiam que quem tem poder abusa, e por isso não queriam um estado com um exército. Todos os protestantes se lembravam bem dos exércitos de mercenários de Filipe II. Por isso preferiam milícias populares, que davam muito maiores garantias de não se envolverem em guerras que não fossem suas e que não fossem consensuais. Isso explicava a necessidade de os cidadãos se armarem.
Depois, Noam Chomsky diz que os americanos são os cidadãos menos politizados do mundo industrializado e por isso nunca percebem quando estão a ser usados.
Louis Lapham diz que como os media nos últimos 30 anos reescreveram a história – inventaram mentiras , puseram palavras e intenções na boca de Adam Smith, Tom Paine, Washington, Jefferson, ou mesmo de Einstein, que eles nunca disseram ou tiveram – e que por isso os americanos não têm memória e portanto são como um desgraçado com amnésia, perdido, sem saber quem é nem o que há-de fazer à vida, a reagir sem pensar às coisas que lhe dizem.
Sabe-se que o lobby dos fabricantes de armas tem muito mais poder nos EUA que o presidente e gera lucros suficientes para comprar os políticos todos e os jornalistas todos, se for necessário.
Assim, a propaganda às armas de fogo, os jogos de computador, os filmes sobre violência e guerra e o medo que os media passam todos os dias aos cidadãos fazem com que os americanos tenham as casas cheias de armas carregadas e que as taxas de acidentes e os tiroteios tenham proporções únicas e implausíveis, sem que ninguém pestaneje.
Mas mesmo assim não parece possível defender que os tiroteios nas escolas se podem evitar armando os alunos... :-)
2 comentários :
É como dizes. A criação de milícias e o porte de armas fazem parte da «narrativa nacional» dos EUA. Eles consideram-se os herdeiros de um grupo de lavradores que pegou em armas contra o poder excessivo do Estado.
Mesmo assim, poderiam limitar o tipo de armas que se pode comprar. No século 18 não havia metralhadoras, por exemplo. ;)
Portanto, se bem percebi, os americanos são:
1. uma data de cowboys (ou seja, rapazes das vacas) com muita comichão no gatilho;
2. um bando de alienados sem instrucção política que não compram instrucção fornecida por instructores políticos carregados de convicções;
3. uma data de cowboys aos tiros (oops, já me estou a repetir...);
No entanto, um tipo andou aos tiros de sala em sala, teve de recarregar várias vezes as 2 pistolas e não houve um único rapaz das vacas que disparasse contra ele !!!
Vocemecês têm de avisar os rapazes das vacas maluquinhos por pistolas que andam sempre aos tiros que leiam o vosso blog !
Caso contrário os rapazes das vacas continuam a não saber que o são !
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