- Ségolène Royal: em 1989, achava que os desenhos animados violentos e os «manga» eram um problema mais grave do que o véu islâmico; em 2004, em plena campanha laicista por uma lei contra os símbolos religiosos ostensivos na escola pública, não encontrou nada melhor para fazer do que pronunciar-se contra o «fio dental», que achava um «atentado à dignidade das mulheres» (mesmo assim, votou a favor da lei sobre os símbolos religiosos ostensivos, seguindo a esmagadora maioria do seu partido, o PSF). Esta puritana acha que também se deve «reflectir» sobre espaços separados para rapazes e raparigas nas escolas públicas, nomeadamente nas aulas de educação sexual (e nas piscinas municipais). Manteve-se em silêncio durante a crise dos cartunes. O partido a que pertence, o PSF, é dos partidos de governo mais laicistas da Europa. Sugestão para slogan de campanha: «antes a burca do que o biquini!».
- Nicolas Sarkozy: quer rever a centenária lei de separação entre o Estado e os cultos; gostaria, particularmente, que o Estado pudesse financiar a construção de mesquitas. À maneira de Napoleão, que fez uma Concordata com a ICAR para melhor a controlar, Sarkozy acredita que o Estado deve colaborar com os integristas. Nesse espírito, foi o Ministro do Interior responsável pela criação do «Conselho Francês do Culto Muçulmano», onde se integraram várias organizações próximas da Irmandade Muçulmana. Defensor coerente do multiculturalismo de Estado, é a favor da discriminação positiva para os cidadãos de minorias religiosas. Escolheu Christine Boutin, uma «próxima» do Opus Dei anti-IVG, homófoba e fundamentalista para sua conselheira política. Sugestão para slogan de campanha: «o bom islamista é o islamista subsidiado pelo Estado!».
[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
5 comentários :
que são ambos medíocres não me parece ser assunto de discórdia. mas não posso dizer que concorde muito com esta atitude típica da esquerda de que "só a minha esquerda é boa". neste caso, é mais importante derrotar sarkozy do que pensar na mediocridade de royal.
Ricardo,
eu não voto. Se votasse, taparia o nariz e votaria na Royal, logo na primeira volta para não haver riscos.
Mas ela não deixa de ser a nódoa que é. E, à distância, posso dizê-lo à vontade.
Se nao estou enganado, o pai da Ségolène era um colaboracionista conhecido e o irmao foi o terrorista que matou o jornalista portugues a bordo do Rainbow Warrior.
eu sei que não votas em frança e que à distância falar é fácil ;-) era só uma questão de princípio geral!
Um dos irmãos (são oito no total) conduziu o barco que levou os agentes que afundaram o Rainbow Warrior. Era agente da DGSCE, portanto.
O pai não sei. Era militar de carreira, acabou tenente-coronel. O avô chegou a general. E também teve oito filhos. A Ségolène diz que reagiu contra o meio católico conservador e castrense em que foi educada:
http://www.lemonde.fr/web/article/0,1-0,36-789232,0.html
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