quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Revista de blogues (07-09-2010)

Gosto do Avante. Assim. Simplesmente. (...) No Avante o movimento é realmente popular. (...) Confesso que quanto mais me afasto do PCP do ponto de vista ideológico mais me aproximo da ideia da Festa do Avante e não é por esta estar melhor todos os anos. Este, por exemplo, a palavra de ordem que mais se repetiu foi “patriótico”, que segundo os camaradas é a mais-valia do Francisco Lopes relativamente aos candidatos patrióticos contra o patriótico Cavaco Silva.

Não gosto do Avante para ouvir o comício a ou b, mas para pressentir os abafos e os desabafos de quem salta ao som da Carvalhesa ou dos que enchem a cara numa das tascas regionais. Além de rever alguns companheiros de luta (bem… outros nem tanto) do PCP, agrada-me o júbilo do povo de esquerda que de Norte a Sul do país enche a quinta da Atalaia muito além das fronteiras orgânicas do partido. Logo depois dos cortejos do 25 de Abril e do 1º de Maio, este é o terceiro momento do calendário onde tal abstracção, a do povo de esquerda, se concretiza.

Dos recantos mais ortodoxos, do Barreiro a Coimbra, à ecuménica secção internacional (onde paradoxalmente aflui uma quantidade incrível de esquerdistas), quem ali se desloca (por bem) é seguramente gente de esquerda. (...)

Sobre o Avante há apenas uma coisa certa: todos os anos voltam a terreiro os avantólogos cheios de novas leituras sobre o certame, sendo que quanto mais filosofam menos revelam perceber sobre o assunto. Como acabei de cair nessa armadilha o melhor é mesmo deixar esta posta por aqui, acrescentando apenas os parabéns ao PCP por ao menos fazer uma festa como esta, e a reboque lamentar a escolha e a estratégia na definição do candidato e do caminho presidencial, que não garante sequer moral suficiente para ir a votos na primeira volta das eleições.
(Renato Teixeira)

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