domingo, 5 de dezembro de 2010

Jornalismo e liberdade de informação

Enquanto Obama anuncia que a administração dele se prepara para processar Julian Assange e a extrema direita quer executar Bradley Manning, a maioria das figuras reptilianas que se auto-designam "jornalistas" nos EUA (os que repetiram entusiasticamente os memos da Casa Branca com as mentiras que levaram à invasão do Iraque, lembram-se?), vocifera contra Assange. Como se se sentissem insultados com a existência de um jornalista a sério, com coragem e integridade, que acredita que vale a pena arriscar a vida para nos informar sobre os motivos de quem nos governa.

O jornalismo americano é hoje o coito de uma multidão abjecta de vendidos sem convicções, que fazem qualquer coisa por dinheiro, ou por um favor. Um pouco por todo o mundo os oligarcas compraram os conglomerados que controlam os media e colocaram esbirros na direcção de cada televisão, de cada jornal e de cada revista. Compraram cadeiras nas melhores universidades, aliciaram os professores mais inteligentes (e com menos escrúpulos) com salários altos em "think tanks" onde se conspira todos os dias contra a democracia, a paz e a liberdade de informação.

A próxima vítima vai ser a internet. Vamos a ver se eles conseguem acabar de vez com os últimos Assanges da nossa geração. Eu não estou nada optimista.

2 comentários :

Ricardo Alves disse...

O jornalismo português não está muito melhor. O «Público», estranhamente, é o jornal que mais tem explorado a informação agora disponibilizada. Há que compreender os jornalistas: a internet já lhes estava a tirar força, isto pode ser ainda pior.

Mas acho que há razões para estar optimista: mesmo obrigado a migrar de servidor em servidor, o wikileaks continua a funcionar. «Eles» vão ter que se habituar.

João Vasco disse...

O pior é acabar com a "net neutrality".