quarta-feira, 28 de julho de 2010

O dinheiro não é neutro

Nunca acreditei que o dinheiro fosse inteiramente neutro, e que capitalistas e CEOs se preocupassem exclusivamente com lucros e dividendos. Quem segura o livro de cheques tem ideologia, interesses pessoais (e, algumas vezes, religiosos), que fazem com que o poder económico não seja, sempre, um fim em si mesmo.

As monarquias clericais do Golfo Pérsico, suporte da ideologia global mais reaccionária do início do século 21, andam às compras em Lisboa. Estão interessadas nas empresas a privatizar (ANA, EDP, REN). Os  neoliberais militantes dirão que «no pasa nada», é só o mercado a funcionar, e tal. Ah, pois. Se os senhores dos Emirados tivessem mulheres emancipadas à frente das suas empresas, aceitaria estas situações com maior tranquilidade.

4 comentários :

Filipe Moura disse...

"do início do século 20..."

Isso é algum lapso freudiano? Ou terá a ver com aquela nossa conversa em que admitias ser um "velhadas"? Na volta, "meu" era como os revolucionários republicanos se tratavam! :)

João Jarego disse...

espera aí, mas não é o governo "socialista" que brada contra o "neoliberalismo" que vai avançar com a privatização da REN (essa sim com interesse estratégico para o país contrariamente ao embuste da PT) et al.?

Ricardo Alves disse...

Vou corrigir. Parece que envelheci 100 anos subitamente... ;)

Ricardo Alves disse...

Vermeer,
na minha opinião «anti-neoliberalismo» socrático de fresca data não cola com cinco anos de prática política.