segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A paz compensa - até para os terroristas

Após as eleições espanholas de ontem, todos os grandes e médios Estados da União Europeia ficam entregues a governos de direita. E na «eurolândia», os governos «de esquerda» estão restritos a micro-Estados: Áustria, Eslovénia e Chipre. Várias constatações: o euro instalou uma mecânica política adversa à esquerda; os sociais-democratas são penalizados por não terem evitado a crise; e a «esquerda radical» não pesa. Infelizmente, nada de novo.

Mas, para além da vitória de Rajoy, estas eleições espanholas ficam marcadas pelo regresso do Batasuna, agora chamado Amaiur. Por decisão própria ou impedimento legal, já não concorriam há quinze anos. Tiveram agora o dobro dos votos (24%) do que tinham quando a ETA matava nas ruas.

Repete-se o que aconteceu na Irlanda do Norte quando o Sinn Féin subiu eleitoralmente depois de ter feito a paz. Alguns dos que celebram os resultados dos independentistas bascos parecem não ter aprendido esta lição crucial: a violência, enquanto existiu, prejudicou a causa independentista.

6 comentários :

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

A violência continua ainda no Ulster
(a única diferença é não haver bombas das grandes, o nitrato de amónio tá caro e as armalites estão fora de moda)
O petrol jar bomb voltou a aparecer em força este ano (isto apesar da gasolina e do H2SO4 andarem pela hora da morte é uma invenção finlandesa expropriada e colectivizada por Molotov sempre com sucesso...

O Sinn Féin com 174mil votos e 5 gaijos (20% de gaijas)em Westminster representa o voto católico que é 30% do Ulster

a abstenção desceu ...não há comparação possível antes do IRa ter deixado de pôr bombas...

já com o bate na suna isso pode fazer-se
(mas notar que é um voto de protesto, muitos dos que vivem em Leioa....nem bascos são

a indústria levou a concentrações de gentes da andaluzia e até de castella la mancha no país basco nos últimos 50 anos

Miguel Madeira disse...

O "Amaiur" não é o Batasuna - o Amaiur é uma coligação entre vários partidos (Eusko Alkartasuna, Aralar, etc), no qual os membros do Batasuna participam como independentes, ou coisa assim.

Ou seja, comparar mecanimente a actual votação do Amaiur com a anterior votação do Batasuna (e das suas várias encarnações) não é lá muito correcto (p.ex., nas regionais de 1998, a EH - sucessor do Batasuna - mais a EA tiveram cerca de 26% dos votos)

Ricardo Alves disse...

Miguel, o Amaiur e o Batasuna são partidos políticos que representaram em diferentes momentos a mesma coisa - a esquerda «abertzale», como eles gostam de dizer. Os partidos que referes (Eusko Alkartasuna, Aralar) foram formados por pessoas que vinham dos abertzales pré-democracia e que dissidiram do Batasuna por discordarem do apoio à violência armada. Agora tem-se a re-união desses grupos.

E em 1998, havia uma trégua da ETA - que na altura tenham tido um resultado elevado (mesmo divididos), só confirma a minha tese.

Ricardo Alves disse...

Entidade dos múltiplos pseudónimos, a população «católica» no Ulster/Irlanda do Norte já anda pelos 44% (e a subir). E a violência diminuiu muito depois do acordo de paz.

Para a Posteridade e mais Além disse...

Anda não...37% segundo a Queen's university de Bell Feirst...

Deve ser por isso que o meu colega de casa durante uns tempos the little Tim (1,80 metros ) teve de se mudar esta semana...teve um caso de combustão expontânea no sofá e no resto da sala

o facto de ter despedido uns 30 gaijos este mês também deve ter ajudado

a indústria da tjolêra de cimento anda em baixo

British Cement Association Forever
(até porque na república cimento nickles)

Para a Posteridade e mais Além disse...

quando referia esta semana é dia 14

Aparece no Jornal de Lisburn

4 linhas another fire in....