Num artigo de revisão intitulado “Ocean acidification: a millennial challenge” publicado recentemente na revista científica Energy & Environmental Science, os investigadores Matthias Hofmann e Hans Joachim Schellnhuber concluem que as consequências do aumento da acidez dos oceanos poderão tornar-se irreversíveis caso as emissões de dióxido de carbono (CO2) ultrapassem os 1000 Pg (Pg = 1015g) no período entre 2000 e 2049. O artigo alerta também que o excesso de CO2 reduz a produção de gases marinhos que contribuem para a formação de nuvens sobre os oceanos. A formação de menos nuvens diminui o poder de reflexão da radiação solar, amplificando o aquecimento global através de um efeito de realimentação positiva. Perante estes resultados, os autores relembram que estamos perante um forte motivo para actuar e reduzir o mais rapidamente possível as emissões de dióxido de carbono.
A acidificação dos oceanos é um assunto relativamente novo, embora tenha vindo a ser estudado há mais de 20 anos. Em 2008, a comunidade científica europeia juntou-se em torno do projecto EPOCA (European Project on OCean Acidification) e um consórcio de organizações internacionais que engloba a ONU tem acompanhado a evolução da acidificação dos oceanos. Este consórcio reunido sob o nome Ocean Acidification publicou em 2009 um importante documento de informação e orientação política para combater as consequências da acidificação dos oceanos.
O aumento de acidez da água dos oceanos diminui a taxa de calcificação de organismos que produzem conchas, carapaças e esqueletos de calcário, tais como os moluscos e os corais e afectam também a base da cadeia alimentar dos oceanos: o plâncton. Desde 1750, a acidez média dos oceanos aumentou em cerca de 30%. Este aumento resulta da emissão de CO2 para a atmosfera, produzido pela actividade humana desde o início da era industrial. Os cerca de 25 milhões de toneladas de CO2 que se combinam por dia com a água dos oceanos produzem ácido carbónico que faz baixar progressivamente o pH dos oceanos. Desde 1750, os nossos oceanos absorveram cerca de um terço do CO2 emitido pelo homem diminuindo o pH médio da água de 8,16 no início do século XIX para 8,05 no século XXI. Estima-se que o pH poderá descer para 7,6 em 2100 se forem mantidas as taxas actuais de emissão de CO2.
Aviso à navegação
Para os que acham que o aquecimento global não existe ou não está suficientemente fundamentado aconselho uma leitura ATENTA do Relatório do IPCC de 2007. Convido-os a contrariar as conclusões principais do que lá está com publicações científicas e não com referências a blogues, vídeos do youtube ou a publicações generalistas. Chamo especial atenção para os capítulos onde se fala da influência do Sol, do vapor de água, para os vários trabalhos (não é só um) sobre o chamado taco de hóquei, já para poupar aqui discussões fora de prazo sobre alegadas teorias alternativas acerca destes aspectos.
Aviso à navegação
Para os que acham que o aquecimento global não existe ou não está suficientemente fundamentado aconselho uma leitura ATENTA do Relatório do IPCC de 2007. Convido-os a contrariar as conclusões principais do que lá está com publicações científicas e não com referências a blogues, vídeos do youtube ou a publicações generalistas. Chamo especial atenção para os capítulos onde se fala da influência do Sol, do vapor de água, para os vários trabalhos (não é só um) sobre o chamado taco de hóquei, já para poupar aqui discussões fora de prazo sobre alegadas teorias alternativas acerca destes aspectos.
2 comentários :
ultrapassem os 1000 Pg (10 potência de 9 tons)
1000 Gigatones?
em 50 anos
20 gigatones ano de carbono
sim é o actual
no período entre 2000 e 2049.
O artigo alerta também que o excesso de CO2 reduz a produção de gases marinhos que contribuem para
a nucleação nas nuvens
mas com mais calor a evaporação suplementar trata disso
a altitudes elevadas
Cirrus clouds form by the homogenous freezing of liquid droplets, by heterogeneous
60 nucleation of ice on ice nuclei, and the subsequent grow of ice crystals [Pruppacher and
61 Klett, 1997].
A formação de menos nuvens diminui o poder de reflexão da radiação solar, amplificando o aquecimento global
Concerns have been raised
54 on the effect of aircraft emissions [Penner, et al., 1999; Minnis, 2004; Stuber, et al.,
55 2006; IPCC, 2007] and long-range transport of pollution [Fridlind, et al., 2004] changing
56 the properties of upper tropospheric clouds, i.e., cirrus and anvils,
há tantos efeitos em causa
a afirmação é simplista
através de um efeito de realimentação positiva. Perante estes resultados,
QUAIS RESULTADOS????
BANALIDADES
ISTO SÃO ..enfim
LEIA ESTE ARTIGO
Hà uns tempos andava de graça na net
presumo que continue
o autor não se compromete
com nenhum fundamentalismo
e faz uma análise sólida...
Organic
compounds of intermediate carbon chain length, C4-C7, (of intermediate solubility and
melting temperatures) nucleated ice at the same temperature as aqueous sulfuric acid
20 aerosols. Interpretations and implications of these results for cirrus cloud formation are
discussed.
1 Introduction
Cirrus clouds, composed of water ice, form in the upper troposphere and are generally
thought to have an overall warming effect at the Earth’s surface. Since the occurrence
25 of cirrus has increased beyond that attributable to aviation effects over the last few
decades (Fahey and Schumann, 1999), changes in other anthropogenically produced
2060
aerosols could be another factor responsible for this increase. A more complete understanding
of the critical factors involved in ice nucleation is needed to better model
cirrus formation in the upper troposphere and its impact on climate. Sulfate aerosols,
ubiquitous throughout the upper troposphere, are known to be important in the formation
of cirrus clouds. Several 5 laboratory studies, using a variety of techniques, have
established homogeneous ice nucleation conditions for aqueous sulfuric acid aerosols
over the tropospherically relevant concentration range (<40 wt% H2SO4) (Bertram et
al., 1996; Koop et al., 1998; Chen et al., 2000; Cziczo and Abbatt, 2001; Prenni et
al., 2001b). There is much less data available for ice nucleation from other inorganic
10 and organic species
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