- «A Estradas de Portugal - EP, SA pagou ao Patriarcado de Lisboa uma indemnização de mais de um milhão de euros (€1 116 600) pela expropriação de uma faixa de terreno na Buraca, com mil e duzentos metros quadrados. Um valor que excede em muito o preço do metro quadrado na Avenida da Liberdade (3 mil euros) ou mesmo nos parisienses Champs Elysées (sete mil euros). Nada se compara com o valor atingido pela propriedade do Instituto de Formação e Apostolado, a Quinta do Bom Pastor da Buraca, que estava no caminho traçado da IC17-CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa), para o sublanço Buraca/Pontinha. (...) "As partes expressamente reconhecem que o presente acordo é celebrado em função da natureza religiosa do expropriado e tomando em consideração que o mesmo se rege pelo Direito Canónico (...)" todos estes valores foram obtidos com base numa avaliação que terá sido feita pela própria Igreja, não se sabe por que técnicos, nem com que critérios ou objectivos.» (Jornal i)
- «A recente polémica sobre a pedofilia na igreja representa um estágio – porventura final – de algo que começou há duzentos e cinquenta anos: o processo de fazer da igreja uma instituição igual às outras, dentro do Estado. Identificar esse processo, bem claro no mundo católico quando Roma passou a ser a capital de um Estado italiano e o Vaticano uma cidade-estado ainda que com atribuições “espirituais”, não implica concordar ou discordar dele. Mas implica reconhecer que ele está para lá das fronteiras da “comunidade dos crentes” e que nos implica a todos enquanto comunidade politicamente organizada. (...) as minhas opiniões, por bem-intencionadas ou desinteressantes que sejam, não têm grande peso na questão de saber se o celibato deve ou não ser mantido. Essa é uma questão de “dentro da casa”. Mas os abusos propriamente ditos não são nunca uma questão de “dentro da casa”, desde logo porque se passaram com menores, e os menores, pela sua situação de vulnerabilidade e de falta de autonomia, devem ser abrangidos por uma espécie de preocupação coletiva pelo seu bem-estar atual. Essa preocupação coletiva é a de que aquelas crianças venham a poder ser adultos felizes no futuro, e essa preocupação é igual para católicos ou não católicos.» (Rui Tavares)
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Revista de imprensa (14/4/2010)
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5 comentários :
A avaliação parece-me manhosa, a Concordata é uma ilegalidade e a cedência ao Direito Canónico uma patifaria.
Mas 1116600 euros por 1200 metros quadrados dá 930,5 euros por metro quadrado.
Não chega a 1000 euros, muito menos ao nível da Avenida da Liberdade.
Não se trata de um prédio urbano, Francisco.
Não digo que não seja um valor exorbitante por uma faixa de terra.
Mas não percebo é as comparações do i.
Sim, não faz sentido comparar prédios urbanos e terrenos urbanos por construir.
Sim, mas mesmo que fizesse, os valores que eles dão acabam por ser inferiores aos da Av. da Liberdade... Para quê sequer mencionar os Champs Elysées?
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