É raro encontrar um colectivo anticapitalista português que se demarca do multiculturalismo político.
- «Os fanáticos do multiculturalismo - um dos avatares da ideologia pós-moderna - espalharam a ideia de que tudo o que corresponde a tradições e usos dos povos ou comunidades deve ser guardado e respeitado, e de que nós não temos nada que os julgar em função dos nossos próprios valores. Como se não fosse precisamente em função dos valores dos pontífices do multiculturalismo que essas tradições e usos são consideradas dignas de conservação! Mas o que há de perverso naquele raciocínio é que, entre estes “nossos valores” a ignorar, são também postas em causa conquistas de âmbito universal alcançadas em épocas históricas mais recentes. Os resultados das lutas conduzidas pelos socialistas e pelos anarquistas na Europa do século XIX são válidos para todo o mundo, assim como são válidos para todo o mundo os resultados das lutas conduzidas hoje pelos camponeses de Chiapas. Ao internacionalismo das lutas, os multiculturalistas querem opor os nacionalismos, os regionalismos e os bairrismos das culturas conservadoras. Assim se chegaria à aberração de respeitar e preservar tudo quanto fossem “culturas e práticas arreigadas de um grupo ou comunidade”, como por exemplo, polícias de choque, torturadores ou extremistas religiosos (...)» (Passa Palavra, via Vias de Facto.)
1 comentário :
Caro Ricardo,
gostei muito de ler a tua posição, em grande parte convergente com a perspectiva que defendi no meu post. Teremos de continuar a discutir o tema e espero que em breve tenhamos oportunidade de o fazer.
Abraço republicano
msp
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