O Estado financia 59% das receitas das instituições de solidariedade social da ICAR (segundo um estudo da própria Universidade Católica). Portanto, a ideia tão propagandeada de que a assistência social da ICAR é independente do Estado e que, por ela existir, todos estaríamos em dívida para com a ICAR, é um mito. A realidade é exactamente o contrário: sem Estado, a ICAR não faria assistência social.
"Uma escuta aqui, uma escuta ali"
Há 1 hora
8 comentários :
Às receitas que indica é preciso juntar as isenções de tudo e de mais alguma coisa...
Há que juntar ainda as rendas dos edifícios públicos cedidos, a água e a luz camarárias, os trabalhos de reparação e conservação que todas as autarquias oferecem, e as propinas dos utentes.
A balela de que o que é bom e barato são as IPSS é para enganar velhinhas beatas e desmioladas.
O que se passa é diferente. O Estado financia entidades de solidadiedade social da Igreja porque a atuação dessas entidades constitui uma forma mais económica de prover à sociedade serviços que o Estado não presta e, a prestar, prestaria em piores condições e por preços mais elevados.
O financiamento de entidades de solidariedade social privadas em geral e da Igreja Católica em particular é uma forma mais económica de as populações terem melhores serviços sociais e de saúde.
eu diria mesmo mais: a assistência social do estado não é independente da solidariedade social da icar.
Pois, é tudo muito bonito. Mas se algum ateu cair na pobreza e precisar de uma sopa, ou se estiver idoso e quiser ir para um lar, vai cair a um ambiente religioso. E o Estado subsidia isso sem lhe fornecer alternativa.
Tem bom remédio, Ricardo. Em vez de andar a pregar o ódio à religião funde uma Instituição de Solidariedade Social Ateista. Vai ver que o Estado o vai ajudar o os religiosos não se importam. Até aplaudem a iniciativa.
«funde uma Instituição de Solidariedade Social Ateista»
Vários ateus fundaram várias dessas (Bill Gates, Warren Buffet, etc..), mas optaram por não limitar aqueles que usufruem da solidariedade em função do seu credo, nem em gastar parte dos recursos destinados à ajuda a promover uma visão (ar)religiosa.
Eu acho que isso é de louvar.
Mas realmente desfavorece os ateus, pois quem decide ajudá-los tem um espírito menos "tribal" (neste sentido de ajudar preferencialmente quem partilha ou se dispõe a partilhar das mesmas convicções religiosas).
O discurso de que uma sociedade sem religião seria menos solidária continua a ser muito repetido. Só que os factos indiciam o contrário.
Os ateus estão para os religiosos moderados como os ateístas estão para os religiosos fanáticos. Você é uma testemunha de Jeová do ateísmo, João Vasco.
Nuno Gaspar:
Se eu chamasse a alguém "católico" como insulto, o Nuno diria que eu seria fanático e intolerante.
No entanto, o Nuno chama-me "testemunha de Jeová do ateísmo" como se as "testemunhas de Jeová" de alguma forma merecessem mais desdém que os católicos.
Chame-me fanático à vontade, mas como não considero que fundamente essa acusação de forma capaz, ela cheira-me apenas a um reflexo da sua incoerência e intolerância.
Acrescento que no dicionário não existe distinção entre "ateu" e "ateísta" - isso é uma invenção, um reviosionismo sintáctico, por assim dizer.
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