sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os monárquicos e a presidência da República

Não há como uma eleição para chefe de Estado para lançar a confusão entre quem detesta que tal acto  democrático sequer exista: os monárquicos. São deliciosamente furibundas as discussões, entre os uns que se querem juntar na abstenção aos mortos e aos ausentes no estrangeiro, e os outros que se querem adicionar no voto nulo a quem erra no sítio da cruzinha ou não tem maturidade cívica para respeitar o acto maior de votar em democracia.

Sempre pensei, na minha ingenuidade, que quem defende que a chefia do Estado deve ser reservada para uma  única linhagem de cromossomas Y devidamente assinalados não se assinalasse na secção de voto em dia de eleição presidencial. Afinal, admitem que desejam é bolsar a raiva à República na forma de dizeres de parede de casa de banho. Num país a terminar a sua alfabetização tardia (muito atrasada por certo regime anterior a 1910), os defensores da implantação da lotaria genética para a chefia do Estado arriscam-se a ser contados no menor grupo numérico do dia 23 de janeiro à noitinha.

14 comentários :

dorean paxorales disse...

as presidenciais são especiais: nulos ou brancos não são apurados. basta um único voto válido para haver eleição.

nunca percebi a lógica mas, ficamos assim.

ps: já vi discussões entre monárquicos mais furibundas que estas...

Ricardo Alves disse...

Estás enganado: são apurados. Da última vez foram 40 mil e 60 mil, respectivamente.

dorean paxorales disse...

nope:

"será eleito o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente expressos, não se considerando como tais os votos em branco (maioria absoluta)."

http://www.cne.pt/index.cfm?sec=0501020000

Ricardo Alves disse...

Mas são contados. E não contam nesta eleição como não contam nas outras.

dorean paxorales disse...

isso de serem contados não causa mossa, só dá trabalho.
não contam nas outras? pensava que sim.

Ricardo Alves disse...

São sempre contados mas nunca têm consequências. Em todas as eleições.

Rui Monteiro disse...

Claro que não interessam, interessa a lavagem de roupa suja e a paralexia constante nas notícias que saiem todos os dias. Os republicanos preferem gastar os recursos do país na telenovela venezuelana, os monárquicos preocupam-se antes de tudo com o país.

Miguel Gomes Coelho disse...

Antigamente os monárquicos chamavam piolheira ao país...
Será que continuam ou agora disfarçam ?

dorean paxorales disse...

caro t. mike,
não sei se sim mas, pelo que leio por aí, os monárquicos teriam perdido o monopólio desse comentário.

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

ou não tem maturidade cívica para respeitar o acto maior de votar em democracia.

é uma opção para libertar descontentamentos

não admiti-la é chamar imaturos a 1,3% dos votantes
é tão legítima como o voto em branco
o nulo é o voto em negro

negá-lo é ser racista

Miguel Gomes Coelho disse...

Dorean,
Onde ?
Só sinto ventos desses vindos de Sintra...

dorean paxorales disse...

experimente ler as caixas de comentários do público ou do dn. são bastante informativas.
(o que há em sintra?)

Ricardo Alves disse...

As caixas de comentários dos jornais não são informativas. A maior parte dos comentários que lá estão não seriam feitos se as pessoas tivessem que assinar com nome.

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

Porque não...

Há tanta gente sedenta de protagonismo na pseudo-direita
como na sua contra-parte esquerdista

quem vota branco ou nulo
não vota em candidatos

em alternativa abstinha-se

mas por vezes parece mal não votar

é o síndroma salazarista
ia-se votar para mostrar fidelidade
ao emprego

trabalha-se na câmara
e não se vota....parece mal

atão tava lá na mesa de voto
e tu faltaste camarada

é que o pessoal que vai para as mesas não é escolhido aleatoriamente entre a população

como noutros estados

estranhamente conheci muito português cuja única mesa de voto em que
contou votos era algures nos cratões americanos

aqui há monopólios partidários em tudo