- «Não faz sentido acreditar em algo só porque não foi refutado. Não vou passar os dias com medo do homem invisível que ninguém pode provar não me perseguir. Para usar o famoso exemplo de Bertrand Russell, é disparate acreditar que há um bule de loiça a orbitar Plutão mesmo que não se prove o contrário. Não podemos viver assumindo como verdadeiro tudo o que não provamos ser falso. Por isso não bastava ao criacionismo ser compatível com a ciência. Era preciso mais. Era preciso evidências.» («Miscelânea Criacionista: Blá, blá, blá...», no Que Treta!)
- «Há meia dúzia de horas, entrei num autocarro com um padre católico sentado no banco ao lado do meu, do outro lado da coxia. Olhei aquele rosto triste de um homem de 70 anos, com o colar romano a apertar-lhe o pescoço como o cincho onde se estreita o queijo para extrair o soro. Há muito que não via tal adereço na via pública. O uso manteve-se com a resignada dedicação ao múnus. Não pude deixar de apreciar aquele homem só, a caminho de uma casa da Igreja ou de um ritual que perdeu o sentido e de que a sociedade se desinteressou. Que sofrimento ajudou a desenhar aquelas rugas? Quantos desejos reprimidos e quantos anos perdidos com o pescoço apertado por um colar e a lapela ornada com uma cruz?» («Viagem de autocarro», no Diário Ateísta.)
sábado, 30 de junho de 2007
Revista de blogues (30/6/2007)
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