sexta-feira, 8 de junho de 2007

Pensamento religioso: o sentido proibido como modo de funcionar

O verdadeiro símbolo do pensamento religioso é o sinal de sentido proibido. Porquê? Porque o que realmente caracteriza um pensamento genuinamente religioso é a paragem no desenvolvimento normal do raciocínio, o estacar perante uma conclusão incómoda, ou até o voltar para trás com medo daquilo que está à frente.

Muitas pessoas pensam que aquilo que caracteriza o pensamento religioso é dar respostas erradas para algumas das interrogações realmente interessantes do universo. Mas o que caracteriza o pensamento religioso é o assassinar cada uma dessas perguntas com uma proibição. Enquanto o pensamento científico consiste exactamente em aceitar rever as nossas ideias de forma a adaptá-las à realidade verificável ou ao que for logicamente plausível, a religião é o exacto contrário: não rever; não verificar; não aprofundar; não questionar.

Deveríamos definir religião, em sentido lato, como qualquer modo de pensar em que todas as contradições e perguntas interessantes são bloqueadas com um sinal de proibido. Exemplo: «Cristo ressuscitou». O mais relevante seria saber como, mas o pensamento religioso não explica como. Diz que é «dogma» ou «mistério», e passa à frente ignorando tudo o que importaria realmente saber. A origem do universo? Foi «Deus». Enquanto nome que se dá arbitrariamente ao que se quiser, funciona superficialmente. Mas o problema é que explicar algo respondendo «Deus» não é uma resposta. É uma paragem forçada na marcha do raciocínio.

A religião alimenta-se tanto da ignorância sobre as respostas correctas, como do medo das consequências de colocar perguntas ou de dar respostas imprevistas. A proibição reconforta: é mais fácil parar do que andar, resolver a angústia da morte com uma esperança falsa, não estudar e não corrigir as próprias ideias, não mudar de ideias.

Esqueçam as cruzes (com ou sem «Cristo»), os crescentes e as menorás. No fundo, «Deus» é um grandessíssimo sinal de sentido proibido.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

6 comentários :

Anónimo disse...

A SERRMÓN DA PADRRE ALEMÓN


Padre Fritz MINHAS CARRÍSSIMAS IRRMONS,
QUEM CRRIÔ A MUNDO FO DEUS:
ONTEM FO DIA SANTO,
FO DIA DE ALEGRRIA,
FO DIA DE SATISFAÇÓN.

O SEMANA QUE VEM TERREMOS PROCISSÓN,
MAS NO SERRÁ COMO O DA ANO PASSADA,
QUE OS MULHERRES SE MESTRRUAVA COM AS HOMENS.
O PROCISSÓN SERRÁ COMBOSTA DE 3 FILAS:
UM COMBOSTA DE HOMENS,
UM COMBOSTA DE MULHERRESS
E OTRRO COMBOSTA DE CRRIANÇAS.

TODOS OS SENHORASS DEVERRÓN VIRR DE VÉU.
QUEM NOM TIVER VÉU,
VEM CU DO MÃE,
CU DO TIA,
CU DO VÓ
OU CU DE QUEM QUIZERR.

OS MULHERRESS DEVERRÓM TRRAZER VÊLAS.
OS CASADAS, QUE CHÁ TEM EXPERRIÊNCIA,
LEVARRÓN VÊLAS NO FRENTE.
OS SOLTERRAS, QUE NUNCA LEVARRAM,
LEVARRON ATRRÁS.
E OS VELHINHAS, COITADINHAS,
QUE JÁ LEVARRAM MUITAS,
NON PRRECISAM LEVARR.

MAIS UMA AVISO PARRA AS HOMENS -
NON DEVERRÓN AMARRRAR CAVALAS NA PAU DO IGRECHA,
PORRQUE AQUELA PAU NON SER DO IGRECHA,
AQUELA PAU SERR MINHA.

OTRRO AVISA PRROS VAQUEIRRAS -
NON DEVERRÓN ENTRRAR COM ESPORRA NO IGRECHA,
PORQUE ESPORRA AQUI,
ESPORRA ALI,
VON ACABARR ESPORRÁNDO TODO NO CHENTE.

TERREMOS TAMBÉM UM CAMPANHA PARRA CERCAR CEMITÉRRIAS,
PARRA CAVALAS NON ENTRARREM, SENÓN PIÇA ALI.
QUANDO VOCÊS MORRER,
PIÇAM VOCÊS TAMBÉM.

PORR FALAR EM PIÇAR, UMA AVISO PARRA OS MOÇAS:
NON PIÇEM NO GRAMA,
VON PIÇAR NOS GRAMAS DE SEUS CASAS.

NO FIM DO PROCISSÓN, TERREMOS UM GRRANDE CHUPADA
NO FRENTE DO IGRECHA,
QUE SERRÁ DO SEGUINTE MANERRA:
ESTICARREMOS UMA PAU,
Viva padre Fritz
COLOCARREMOS UMA PARRIL EM CADA PUNTA,
DA LADO DIRREITA FICARRÓN AS HOMENS,
DA LADO ESQUERRDA OS MULHERRES,
QUANDO EU CONTARR ATÉ TRRÊS,
VON TODOS PRO PUNTA DA PARRIL.

QUALQUERR OTRRA INFORRMAÇÓN,
ESTARREI A DISPOSIÇÓN
NO PUTARRIA DO IGRECHA.

GPC disse...

Religião não tem nada que ver com pensar. E muito menos com ignorância.
A religião não se cruza com a ciência (não são antagónicas, nem rivais: outro jogo e outro campo - e portanto não são opções mutuamente exclusivas.)

João Gomes disse...

Caro Ricardo Alves,

Fiz questão de fazer um post no meu blog sobre o seu artigo.

Um abraço.

João Vasco disse...

És o João Gomes do debate na RTP (pouco depois da morte do anterior Papa), certo?

João Gomes disse...

e tu o joão vasco certo? Abraço!

João Vasco disse...

Sim. Igualmente :)