Garantida a intervenção do FMI, quase se tornam dispensáveis as eleições de Junho. A questão passa a ser quem vai aplicar a receita FEEF + FMI, com uma margem de manobra estreita. Sócrates ou Passos? O país está farto do primeiro, embora o segundo seja um oportunista de vistas curtas. Dificilmente o PS terá mais votos que o PSD.
As sondagens, bastante estáveis quando comparadas com a volatilidade financeira, apontam para uma maioria relativa PSD, que presumivelmente resultará na terceira coligação de governo PSD-CDS da história da democracia. Teoricamente, essa maioria parlamentar será de meia dúzia de deputados. O que significa que uma coligação BE-CDU, se reunisse a votação de 2009 desses partidos, seria suficiente para impedir uma maioria parlamentar de direita. E o resultado dessa coligação, a das forças anti-FMI, seria forçar um bloco central PSD-PS. Que não contaria com Sócrates (imagino que fossem buscar Amado para vice-pm de Passos). Qualquer um destes cenários políticos é péssimo. E os sociais são piores.
3 comentários :
mas isso esquece duas coisas: (i) tanto o BE como a CDU (pese embora mais o primeiro) encontram-se em queda nas sondagens, pelo que nunca vão repetir os resultados de 2009; e (ii) parece-me razoável argumentar que, mesmo em 2009, uma coligação BE-CDU teria menos votos que tiveram o BE e a CDU em separado. em qualquer caso, atrevo-me a apostar que essa coligação pré-eleitoral nunca irá para a frente. mas sobre estas questões já escrevo ao fim do dia.
(i) Queda menor do que o PS. Mas temos oito semanas agitadas pela frente...
(ii) É discutível. Algum do eleitorado que elege deputados do BE talvez não votasse numa coligação que incluísse o PCP. Mas há distritos onde voto útil no PS seria transferido para essa coligação. Entre os dois efeitos, não sei se a soma seria nula.
Mas não, não creio que vá para a frente.
Terias também eleitores pouco politizados, fartos de PS e PSD que apostariam numa outra força política com possibilidade de ganhar, qualquer que ela fosse, e que assim vão votar PSD.
O PCP já disse com todas as letras que rejeita coligações pré-eleitorais com o BE. Em princípio isso não vai para a frente.
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