Tal como a CGTP gosta de bater com a mão no peito, quando abandona as negociações da concertação social após 5 minutos de "concertação", o PCP e o BE recusaram ontem participar na reunião com o FMI, BCE e UE.
A intervenção da troika é um facto, não é algo em aberto. Ao recusarem o convite, não estão a travar essa intervenção, estão a demitir-se de fazer propostas, estão a piorar os termos da intervenção porque ao nos afastarmos de uma negociação só podemos aumentar o fosso entre o acordo final e os nossos objectivos, nunca aproximar. Ao recusarem o convite estão a afirmar que se estão nas tintas, querem é sair bem na fotografia.
É esta a esquerda responsável que nos prometeram.A intervenção da troika é um facto, não é algo em aberto. Ao recusarem o convite, não estão a travar essa intervenção, estão a demitir-se de fazer propostas, estão a piorar os termos da intervenção porque ao nos afastarmos de uma negociação só podemos aumentar o fosso entre o acordo final e os nossos objectivos, nunca aproximar. Ao recusarem o convite estão a afirmar que se estão nas tintas, querem é sair bem na fotografia.
P.S. texto do Daniel Oliveira no mesmo sentido.
5 comentários :
Aquilo que me parece é que BE e PCP acreditam que o efeito de comparecerem na reunião seria irrelevante. E isso não me parece disparatado. Ele não teriam qualquer poder para vingar as suas propostas, por isso não vejo porque é que as mesmas não seriam liminarmente recusadas.
Mas porque não comparecer à mesma? Mesmo que muito provavelmente a sua participação fosse irrelevante, porquê considera-la prejudicial?
Aqui parece-me que se tratou de uma estratégia de comunicação. Aproveitaram esta recusa para reforçar a mensagem de que estão contra o FMI, de que tinham propostas alternativas, de que as políticas que apresentam são radicalmente diferentes das políticas que têm sido seguidas por PS e PSD (e PP).
Claro que colocar a propaganda - a força com se passa essa mensagem que querem passar - à frente dos benefícios concretos para o país (a pequena probabilidade de influenciarem as negociações num sentido favorável) é algo a condenar. Mas tanto menos quanto mais pequena for a dita probabilidade. E ela parece-me realmente bastante baixa... Eu não levo isto muito a mal.
Miguel,
mas negociarem o quê? O BE e o PCP não são parte do governo, os outros partidos, incluindo o PS, não querem que façam, e ainda por cima são contra a intervenção do FMI em Portugal. Sendo assim, fariam o quê num encontro com o FMI? Seria reconhecer-lhes a legitimidade...
Mal comparado, o que se passa é semelhante a um membro da Resistência francesa se recusar a apertar a mão aos ocupantes alemães...
A invocação da CGTP é totalmente despropositada neste caso, uma vez que, ao contrário do Bloco e do PCP, até compareceu às reuniões com a troika. Havia um cientista que explica perfeitamente a tua inclusão da CGTP no título deste post, Miguel: chama-se Pavlov. Talvez não o conheças porque era soviético.
Gostas muito de citar o Daniel Oliveira, não é? Aqui tens mais um texto do Daniel Oliveira: http://arrastao.org/2238404.html
Daniel Oliveira e Rui Tavares, as duas vozes que mais respeito no Bloco, concordam comigo.
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